Museu do Café, São Paulo, Brasil

O Bolsa de Café, ou Palácio da Bolsa Oficial do Café, é um museu localizado na Rua XV de Novembro, no centro histórico do município de Santos, estado de São Paulo, Brasil. Após uma restauração em 1998, o palácio foi reaberto como o Museu do Café.

Instalado pela primeira vez em um salão alugado no centro da cidade, o Bolsa do Café mudou-se em 1922 para o palácio, construído especialmente para suas atividades, que funcionava até o final da década de 1970, quando foi abandonado.

Criado por decreto federal, iniciou suas atividades em 1917 em um pequeno escritório na Rua XV de Novembro com a Rua do Comércio, no centro da cidade. O local tinha salas funcionais que pouco diferiam do ambiente interno dos Comissários ou Exportadores da época.

Com o aumento do volume de negociações, a construção de sede própria tornou-se uma questão prioritária. E, de um pequeno escritório a um palácio, a história da nova sede da Bolsa Oficial do Café reflete arquitetonicamente a construção simbólica do espaço a ser ocupado pelo café no Brasil e no exterior.

Visão geral
O Museu do Café, além de ser uma das principais instituições responsáveis ​​pela preservação da história do café no Brasil, é uma referência de qualidade na comercialização deste produto por sua cafeteria. Com fluxo diário de 600 pessoas e vendas de cerca de 450 xícaras de café por dia, a Cafeteria do Museu é premiada pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) com status Premium, no programa de abrangência nacional Quality Coffee Circle. Também recebeu por sete anos consecutivos (2007 – 2013) o título de melhor cafeteria de Santos pela revista Veja.

Por essas e muitas outras razões, a Cafeteria do Museu é uma parada obrigatória para turistas e moradores que passam no Centro Histórico de Santos. Localizada no térreo do prédio da Bolsa Oficial de Café, a Cafeteria do Museu oferece um ambiente agradável e confortável, perfeito para saborear um bom café. Seu cardápio vai além do tradicional café expresso. Existem várias opções de bebidas quentes e frias, bebidas e doces de café, sanduíches e pratos salgados, além das regiões produtoras de café mais variáveis ​​a serem saboreadas por aqui ou por lá.

O Bolsa Oficial de Café, espaço onde o Museu do Café está instalado, é um edifício de arquitetura exclusivo. A riqueza de detalhes dentro e fora do palácio reflete o poder da economia cafeeira na época de sua construção.

Museu do Café é referência para relacionar cursos de grãos no Brasil e no mundo. Suas exposições abordam detalhes da plantação à xícara, passando pelo mercado e curiosidades sobre o produto.

História
Em abril de 1986, o governo do Estado de São Paulo, por decreto 24.961, tomou medidas para a extinção do Bolsa Oficial de Café, que havia cessado suas atividades na década de 1960. Todos os móveis, trabalhadores e prédio próprio, a partir daquele momento, eram de responsabilidade do Departamento de Finanças. Ocupado apenas parcialmente e sem as devidas condições para sua preservação, o edifício passou por um processo de degradação, que resultou em ameaça de queda de torre em 1996. Foi criado um comitê para analisar essa situação e constatou que tais danos não se restringem apenas a torre, e uma enorme intervenção no edifício foi necessária.

Essa situação foi levada ao governador e, pelo decreto nº 40.822, em 10 de maio de 1996, foi estabelecido um grupo de trabalho, constituído por órgãos públicos e empresas privadas para estudar a disponibilidade da criação de um Museu do Café no prédio da Bolsa Oficial de Café.

Em primeira instância, e recurso de emergência, o grupo pretendia “salvar” a torre do Bolsa. O presidente da Associação Comercial de Santos, José Moreira da Silva, e o presidente da Associação Centro Vivo, Eduardo Carvalhaes Filho, destacaram a necessidade de recuperação da estrutura do edifício pelo Governo do Estado e criação de um Museu do Café com apoio da iniciativa privada.

A restauração foi aprovada e o projeto escolhido foi da Oficina R, do arquiteto Samuel Kruschin, iniciado em 1997. No ano seguinte, em 12 de março, foi criada a Associação dos Amigos do Museu do Café Brasileiro.

No início, o Museu oferecia visitas apenas em uma sala denominada Auction Room, além de receber exposições e eventos temporários. Em 1999, o Centro de Preparação do Café (CPC) foi criado com o apoio técnico do Sindicato da Indústria do Café no Estado de São Paulo (Sindicafe). O CPC ainda tem uma grande importância para a educação dos baristas e o reconhecimento desse trabalho. Para a disponibilidade econômica do Museu e para contribuir com a divulgação do café brasileiro aos visitantes, principalmente café gourmet, o Museu do Café foi aberto no ano seguinte. diferentes regiões brasileiras, além de bebidas sofisticadas. Sua implementação só foi possível com o orçamento da Funcafe e com o apoio do Sindicafe e Abic.

Outra marca do Museum foi em 2005, onde foi aberta a exposição de longa duração A trajetória do café no Brasil. Montado com acervo próprio do Museu, adquirido em campanha de pesquisa de acervo e algumas peças emprestadas, ocupava parte do térreo e primeiro andar do edifício. Em 2008, a Associação se qualificou como Organização da Cultura Social, estabelecendo um acordo com a Secretaria de Cultura do Estado. em São Paulo. Essa transformação permitiu o crescimento do Museu do Café, ampliando sua equipe técnica e suas atividades, reforçando como referência entre os museus do Estado e do Brasil.

Arquitetura
A construção do Palácio, em estilo eclético, é considerada a obra mais importante do período, tendo sido o primeiro edifício do estilo a ser listado pelo Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 2009. Com cúpulas de cobre grandes esculturas, vitrais, bolinhas de gude, obras de artesãos estrangeiros e obras de arte construíram o discurso que relacionou a elite do café aos primeiros pioneiros como construtores pioneiros de uma nação capitaneada por São Paulo.

Os painéis e vitrais de Benedito Calixto, na sala de negociação, são de fundamental importância na tradução visual desse discurso: no tríptico, o pintor imagina o cenário da leitura da carta de Vila de Santos por Braz Cubas; nos painéis laterais, a representação de Vila de Santos em 1822 em comparação com a cidade em 1922; e, finalmente, o vitral que cria – com galhardetes, agricultura, porto e café – uma mitologia da nação.

Esse conjunto complexo e denso de informações, combinado com vários símbolos maçônicos – como a estrela de seis pontas no chão do pregão, a organização da cadeira e as colunas – envia uma mensagem clara da força da presença do café na riqueza do Brasil.

O edifício
O edifício Bolsa Oficial de Café é conhecido por seu arquiteto eclético, resultante da combinação de diferentes movimentos arquitetônicos em um único trabalho sem produzir novo estilo. Os estilos neoclássico e barroco são predominantes na construção.

Entrada de vitral
Na entrada do Museu, um pequeno vitral acima das portas com o símbolo “Estados Unidos do Brasil”, nome do país na abertura deste edifício, foi observado e permaneceu ali até 1967. Também foi observado o brasão do Brasil, composto por dois ramos: um de café e outro de fumaça, que representou as duas culturas mais importantes para o Brasil na Proclamação da República em 1889.

Sala de Leilão
Local onde foram realizadas transações que determinavam cotações diárias de sacolas de café. As negociações foram realizadas na sala de leilões de 1922 até o final dos anos 50. Composta por 81 cadeiras (incluindo a presidente), a Auction Room também possui um vitral e três pinturas do pintor São Paulo-Benedicto Calixto. Atualmente, devido à imponência e beleza, é uma das principais atrações do Museu.

Torre do Relógio
Localizada na esquina da Rua Tuiuti, a Clocktower possui cerca de 40 metros, ou seja, o dobro da altura do Bolsa Oficial de Café. No topo, quatro esculturas são colocadas, representando agricultura, comércio, indústria e marinheiro.

Anteriormente, a noção de tempo era feita pelos sinos da igreja. Acredita-se que, quando os relógios chegassem, fosse observada uma mudança significativa na rotina da população, e o Bolsa fosse usado como referência de tempo nas pessoas todos os dias.

Jacinto
Há poucas informações sobre esse bagageiro de café. Jacinto era um bagageiro de café que empilhou até 5 sacas de 132,28 lb cada, resumindo cerca de 661 lb nas costas: então, ele se tornou uma lenda. Alguns deles disseram que ele era de Portugal; outros disseram que ele participou de um concurso de força no píer e recebeu o apelido de “Sansão do píer”.

A única informação real recebida foram cartões postais datados da primeira década do século XX, onde sua foto aparece. Hoje, os estivadores e os ensacadores concordam que o peso máximo suportado por uma pessoa é de cerca de 264 libras (duas sacolas): por esse fato, alguns deles duvidam se essa sacola pesava, na verdade, cerca de 132 libras.

Posicionamentos antigos
Esse espaço onde hoje é o Centro de Preservação, Pesquisa e Referência, no térreo, era a Liquidação em dinheiro, onde os valores negociados em negociação eram realizados e depois pagos.
Os barões do café assistiam às sessões de negociação no mezanino. O andar restante foi dividido em salas onde estavam localizadas a Liquidação Financeira, a Camber Union de Fundos Públicos e a sede das empresas.
A grande sala de classificação no antigo Bolsa Oficial de Café foi colocada em um local isolante no segundo andar e foi ligada à secretaria por elevador especial para amostras de café. O piso restante foi designado especialmente para a sede das empresas exportadoras.
O terceiro andar foi projetado especialmente para escritórios de intermediação. Mais de 30 compartimentos estavam disponíveis.
Na atual sala de exposições “Café e Trabalho”, no passado, estava a “Secretaria do Bolsa”, cuja comunicação para o exterior era feita por entrada sob torre, onde eram realizadas entregas de amostras de café a serem classificadas em escritórios de classificação no segundo andar.
O terceiro andar foi utilizado até a década de 1970 como Clube da Bolsa. Este local possuía biblioteca, salas de jogos e um restaurante, aberto para parceiros e visitantes.

Museu do Café
Um dos principais pontos turísticos da cidade de Santos, o Museu do Café foi criado em 1998 com o objetivo de preservar e disseminar a relação histórica entre o café e o país. Entre os objetos e documentos que compõem sua coleção, é possível ver como a evolução da cafeicultura e o desenvolvimento político, econômico e cultural do país estão intimamente ligados.

A estreita relação entre a cafeicultura e o desenvolvimento do Brasil está registrada na exposição de longo prazo “A trajetória do café no Brasil”. Dividida em três módulos – Café e obra, Café e novas rotas e Santos e o porto – a exposição permite ao visitante uma verdadeira jornada no tempo. O passeio pela história começa com a chegada das primeiras mudas da planta no país, passa pela profissionalização de plantações e mão-de-obra, a chegada de imigrantes japoneses e europeus para trabalhar nos campos e ajuda a contextualizar, através de painéis e modelos, riqueza e progresso impulsionados pelo café, como a expansão da rede ferroviária no Estado de São Paulo e o desenvolvimento do porto de Santos, por exemplo.

O Museu do Café também realiza regularmente exposições temporárias que contemplam períodos e aspectos específicos da história do café no Brasil. Em suas instalações, o Museu do Café também possui um Centro de Informação e Documentação – que tem em seu acervo diversas publicações e documentos sobre o café e sua história e é aberto ao público para visitação gratuita – e o Centro de Preparação de Café, que oferece cursos relacionados a conhecimento e preparação da bebida.

Mais do que o principal responsável pela preservação da história do café, o Museu do Café também é referência na comercialização do produto por meio de sua cafeteria. Inaugurada em 2000, a Cafeteria do Museu tem em seu cardápio diversas opções de bebidas que têm como ingrediente principal o café. Também possui uma grande variedade de grãos, produzidos em diferentes regiões do Brasil, disponíveis para os visitantes apreciarem no local ou levarem para casa. Atualmente, a Cafeteria do Museu trabalha com Cerrado de Minas, Sul de Minas, Alta Mogiana, Chapadão do Ferro, Mistura de Cafeteria, Orgânico, Vale da Grama e Jacu Bird Coffee. Este último é o café mais caro e raro do Brasil, obtido a partir dos grãos expelidos pelo pássaro Jacu, que se alimenta dos frutos do café.

A Educação do Museu do Café é a conexão de diálogo da instituição com os visitantes, indo além da oferta de exposições. O objetivo principal é transmitir ao público a rica história do café de maneira simples e lúdica, prestar um excelente serviço e fazer do Museu um ponto de referência reconhecido na propagação da aprendizagem.

O setor prepara atividades que desenvolvem a percepção e estimulam o público a aprofundar ainda mais a história do café no Brasil e no mundo. São oferecidas diferentes opções de programas de atendimento, contemplando visitas temáticas e guiadas, além de dinâmicas interativas para o público escolar e demais visitantes do Museu.