Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil

O Instituto Tomie Ohtake, aberto desde 28 de novembro de 2001, é um dos poucos espaços em São Paulo que foram projetados com o objetivo específico de realizar exposições nacionais e internacionais de arte, arquitetura e design.

Honrando o artista que recebeu seu nome, o Instituto abriga exposições que mostram os desenvolvimentos artísticos nas últimas seis décadas, bem como movimentos artísticos anteriores que contribuem para uma melhor compreensão do período em que Tomie Ohtake viveu e trabalhou . Desde a abertura de suas portas ao público, o Instituto já realizou espetáculos inéditos no Brasil, incluindo Louise Bourgeois, Josef Albers, Yayoi Kusama, Salvador Dalí, Joan Miró, entre outros.

Além do programa de exibição pioneiro – ampliado por meio de um programa paralelo de debates, pesquisa, produção de conteúdo, trabalho de arquivo e publicações – o Instituto Tomie Ohtake, desde a sua fundação, realizou pesquisas significativas sobre abordagens para o ensino de arte contemporânea. Isso se manifesta no pioneirismo de novos métodos de treinamento para professores e alunos de escolas públicas e privadas, um programa de eventos aberto a todos e projetos projetados para incentivar novas gerações de artistas a se desenvolver e prosperar.

Tomie Ohtake
Tomie Ohtake nasceu em Kyoto, Japão, em 21 de novembro de 1913, onde estudou. Em 1936, ela chegou ao Brasil para visitar um de seus cinco irmãos. Impedida de retornar, devido ao início da Guerra do Pacífico, ela acabou ficando no país. Ele se casou, criou seus dois filhos e, quando ela tinha quase 40 anos, começou a pintar incentivada pela artista japonesa Keiya Sugano.

Sua carreira alcançou efervescência total a partir dos 50 anos, quando ela realizou shows individuais e ganhou prêmios na maioria dos salões brasileiros. Em sua extensa carreira, participou de 20 Bienais Internacionais (seis de São Paulo, uma das quais recebeu o Prêmio Itamaraty, Bienal de Veneza, Tóquio, Havana, Cuenca, entre outras) e tem mais de 120 exposições individuais em seu currículo (em São Paulo). Paulo e outras vinte capitais brasileiras, Nova York, Washington DC, Miami, Tóquio, Roma, Milão, etc.) e quase quatrocentos shows coletivos, entre o Brasil e o exterior, além de 28 prêmios.

O trabalho de Tomie se destaca tanto na pintura quanto na gravura, além de escultura. Sua produção também marca as mais de 30 obras públicas desenhadas no cenário de várias cidades brasileiras como São Paulo (Av. 23 de Maio, 1988; Anhangabaú, 1984; Cidade Universitária, 1994, 1997 e 1999; Ibirapuera Auditorium, 2004; Memorial Auditório da América Latina, 1988; Teatro Pedro II em Ribeirão Preto, 1996; entre outros), Belo Horizonte, Curitiba, Brasília, Araxá e Ipatinga, um feito raro para um artista no Brasil. Entre 2009 e 2010, suas esculturas também chegaram aos jardins do Museu de Arte Contemporânea de Tóquio e da Prefeitura de Okinawa, no Japão. Em 2012, ela também foi convidada pelo Museu Mori em Tóquio para produzir uma obra pública localizada no jardim do edifício.

Sempre pronta para novos desafios, Tomie levou sua arte para outras frentes. Criou dois cenários para a ópera Madame Butterfly, a primeira em 1983, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e a segunda em 2008, no Teatro Municipal de São Paulo. Ela também foi convidada a criar obras para prêmios e celebrações, como por ocasião do centenário da imigração japonesa, em 2008, quando concebeu a escultura monumental em Santos e a do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Pequenas peças, como o troféu do Festival Internacional de Cinema de São Paulo, a homenagem à Fórmula 1, usando a pedra do pré-sal (2011), pôsteres, livros e ilustrações periódicas, medalhas e objetos para os premiados, muitos eventos fazem parte de sua produção diversificada.

Sobre seu trabalho, foram publicados dois livros, vinte catálogos e oito filmes / vídeos, incluindo o do cineasta Walter Salles Jr. Em São Paulo, ela nomeia um vibrante centro cultural, o Instituto Tomie Ohtake. Em comemoração ao seu 97º aniversário, o Instituto exibiu cerca de 25 pinturas em larga escala investigando o círculo, produzido em 2010.

Com seu reconhecimento, Tomie se tornou uma espécie de embaixadora de artes e cultura no Brasil. Assim, ao longo de sua vida, ela sempre foi convidada a receber grandes personalidades internacionais, como a rainha Elizabeth, imperador, imperatriz e príncipe do Japão, dançarina Kazuo Ohno, coreógrafa Pina Bausch, artista Yoko Ono, escritor Yoko Ono, escritor José Saramago, diretor Robert Wilson, entre muitos outras.

Em 2012, além da obra pública de Tóquio, ela criou uma série de pinturas azuis, nas quais, mais uma vez, seu interesse em renovar-se inventando uma nova pincelada – a pincelada como uma forma, sem que a tela perdesse seu brilho. movimento e profundidade característicos de sua produção.

Em 2013, Tomie Ohtake atingiu a idade de 100 anos, comemorada com 17 exposições no Brasil, especialmente as do Instituto que leva seu nome: Gesto e Razão Geométrica, com curadoria de Paulo Herkenhoff no mês em que completou 100 anos (novembro), Tomie Ohtake Correspondências e afluxo de formulários, ambos com curadoria de Agnaldo Farias e Paulo Miyada, realizados em fevereiro e agosto, respectivamente.

Em dezembro de 2014, o cineasta Tizuka Yamasaki lançou o documentário Tomie, que retrata o universo do artista com carinho e delicadeza, misturando momentos íntimos com testemunhos críticos de Paulo Herkenhoff, Agnaldo Farias e Miguel Chaia. Dos 100 aos 101 anos, ela concebeu cerca de 30 pinturas. Até sua morte, em fevereiro de 2015, aos 101 anos, ela continuou trabalhando.

História
Em 2000, o projeto do Instituto Tomie Ohtake foi lançado na cidade de São Paulo e sua inauguração ocorreu em 2001. Foi instalado em um complexo chamado Ohtake Cultural, que possui convenções de centro, dois prédios de escritórios e um centro cultural unido por uma Ótimo salão de serviços. Com a ajuda do Grupo Aché, foi possível construir o edifício, projetado por Ruy Ohtake.

Tanto o projeto arquitetônico quanto o nome da instituição são uma homenagem à renomada artista Tomie Ohtake, que tem enorme reconhecimento e importância na arte brasileira.

Uma das principais idéias do projeto foi reunir em um único espaço uma gama de serviços (cultura, lazer e trabalho), de maneira integrada, e propor a disseminação do conhecimento da arte com base nas tendências nacionais e internacionais, além de apresentar a arte dos últimos 50 anos, correspondente ao tempo de atuação de Tomie.

Atualmente, o diretor geral do Instituto é Ricardo Ohtake, filho de Tomie. Ele é formado em arquitetura e também é designer gráfico. Ele também curou exposições em diferentes instituições, como: V Bienal Internacional de Arquitetura e Design de São Paulo em 2003.

O Instituto
O espaço apresentado se autodenomina Instituto, um edifício de arte e não um museu, pois não é um local de passagem temporário e nem um acervo. As próprias obras de arte definem a forma do espaço expositivo. Além disso, ele se define como “Independente das esferas governamentais, ocupando um empreendimento Aché Lab, emprestado por 30 anos” e faz uso das leis de incentivo cultural para financiar seus projetos.

Centro de Cultura e Participação
O Instituto Tomie Ohtake visa aproximar o público dos conceitos de expressividade dos tempos contemporâneos. Para isso, oferece diversos cursos e oficinas, além de visitas guiadas e debates, tornando a arte mais acessível e criando destinatários e criadores.

Arquitetura
O projeto arquitetônico correspondente à Ohtake Cultural, do qual o Instituto Tomie Ohtake faz parte, teve investimentos do grupo Aché e ganhou um prêmio na IX Bienal de Arquitetura de Buenos Aires em 2001.

O espaço cultural seguiu as tendências de projetos arquitetônicos de todo o mundo, caracterizados pela mistura de trabalho e lazer.

Estrutura
A estrutura do instituto é composta por quatro salas de estúdio, sete salas de exposições, uma sala de seminários, uma sala de documentação, integrada por um Grand Hall com restaurante, livraria, café e loja de objetos. Sua área é de 7.500 m², que inclui todas as exposições, palestras, oficinas, entre outras acomodações.

Prêmio de Arquitetura Instituto Tomie Ohtake AkzoNobel
Juntamente com a AkzoNobel, o Instituto Tomie Ohtake premia projetos de arquitetos de até 45 anos que concluíram seus trabalhos nos últimos 10 anos. O objetivo do trabalho é incentivar os campos da arquitetura, designer, artes visuais e urbanismo, valorizando formas inovadoras de construir e pensar sobre o espaço social.

Exposições
O Instituto Tomie Ohtake não possui coleção própria, mas teve várias exposições importantes que marcaram sua história.

2003 A trajetória recente da arte brasileira
2003 Tomie Ohtake na trama espiritual da arte
2003 Vilanova Artigas
2005 Kamekura: os gráficos, Japão, o pôster
2005 Arena Conta Arena
2006 Ação e Pensamento, 6 Exposições com formação de professores e grupo de alunos
2007 Meio Século de Arte Brasileira
2008 Laços do Olhar, Roteiro entre Brasil e Japão
2008 Sejima e Nishizawa, Saana
2011 Pinturas cegas, Tomie Ohtake
2011 Anonymous e Artists, do artesanato tipográfico ao design gráfico
2012 Teimosia da Imaginação, juntamente com o Instituto Imaginário do Povo Brasileiro
2012 Um olhar sobre o Brasil, a fotografia na construção da imagem da nação
Thom Mayne 2012
2013 Gesto e razão geométrica, Tomie Ohtake
Histórias de raça mista de 2014
2014 Salvador Dali
2015 Frida Kahlo – conexões entre mulheres surrealistas no México
2015 Nós entre os extremos, arte e ciência
2016 Aprendendo com Dorival Caymmi: Praieira Culture
Picasso 2016: mão acadêmica, olho selvagem
2016 The Many and the One: Arte Brasileira Contemporânea na Coleção Adrea e José Olympio Pereira
2017 Yoko Ono: o céu ainda está azul, você sabe …
Histórias afro-atlânticas de 2018
2018 AI-5 50 anos – Ainda não terminou