Os apartamentos do estado, Palácio Nacional de Queluz

O interior do palácio não recebeu menos atenção aos detalhes e design do que o exterior. Artesãos franceses foram empregados para decorar os quartos, muitos dos quais são pequenos, com paredes e tetos pintados para retratar cenas alegóricas e históricas. Tijolos vermelhos polidos eram frequentemente usados ​​nos pisos, para uma aparência rústica, além de frescor no clima quente. Os muitos pavilhões altos que ligam as várias alas inferiores do palácio permitem uma série de longos quartos baixos, quebrados por quartos mais altos e mais claros. Uma característica predominante dos interiores são os azulejos: azulejos policromados, geralmente em estilo chinoiserie com tons de azul e amarelo contrastando com o vermelho suave. Os materiais para uso no interior incluíam pedras importadas de Gênova e madeiras do Brasil, Dinamarca e Suécia, enquanto mármores coloridos eram importados da Itália.

Sala do trono
A Sala dos Embaixadores, às vezes chamada de sala do trono ou Sala dos Espelhos, foi projetada por Robillon em 1757 e é uma das maiores salas de recepção do palácio. Esta sala comprida e baixa tem um teto pintado por Francisco de Melo, que mostra a família real portuguesa assistindo a um concerto durante o reinado da rainha Maria I. A sala é extremamente ampla e leve, abrangendo toda a largura do palácio, com janelas altas nas duas lados. Entre cada janela, há uma mesa de console semi-circular dourada, sobre a qual há óculos de cais adornados com arandelas de cristal. O estrado do trono, situado em uma abside, é ladeado por colunas douradas e espelhadas, e o chão é um padrão quadriculado de azulejos de mármore preto e branco.

A Sala do Trono, também chamada de Casa Grande, é a maior das três salas de aparelhos do Palácio Queluz. Sua construção começou em 1768, quando o casamento de D. Pedro com sua sobrinha, futura rainha D. Maria I, justificou a criação de um grande espaço para o público oficial.

A construção desta nova sala, sob a responsabilidade do segundo arquiteto de Queluz, o francês Jean-Baptiste Robillion, foi concluída em 1774. Foi concebida ao gosto da regência-rococó, sendo a obra esculpida pelo escultor-escultor Silvestre de Faria. Lobo, que coordenou uma equipe de escultores de prestígio. As pinturas alegóricas do teto foram executadas sob a orientação do pintor João de Freitas Leitão.

Nos meses de verão, quando D. Pedro e D. Maria moravam aqui, essa sala era usada para as grandes festas e recepções de D. Pedro. Aqui foram concedidas as raras audiências oficiais realizadas no Palácio, para as quais estava armado o primeiro trono de dossel a que se refere.

A Sala do Trono também serviu como órgão da igreja em conexão com a Sala de Música, instalada na capela-mor, onde foram batizados a maioria das crianças de D. João VI e D. Carlota Joaquina. Ainda como nave capela improvisada, e com as paredes, o chão e as janelas cobertas de pano preto, serviu de câmara para o jovem príncipe herdeiro D. António Pio, D. Pedro IV e a mãe, rainha D. Carlota Joaquina.

Atualmente, a Sala do Trono é um cenário de banquetes da Presidência da República, da Presidência do Conselho de Ministros e de outras entidades públicas e privadas, além de inúmeros concertos.

Sala de musica
A Sala de Música, que segue a “Sala dos Embaixadores”, é decorada com madeira dourada e pintada e foi redesenhada em 1768. O teto embutido com cartelas pintadas é notável pelo intrincado esquema de nervuras de seu design, semelhante ao do vestíbulo de Caserta. A Sala de Música é decorada em um estilo mais neoclássico do que as outras salas do estado, refletindo seu redesenho no período seguinte ao Rococó Barroco, na metade final do século XVIII. Essa sala era o cenário dos grandes shows pelos quais o palácio era famoso. A sala ainda contém o piano de cauda Empire, decorado com apliques dourados. Acima do piano, há uma imagem: Sala de Música.jpg. Como muitas outras salas do palácio, a Sala de Música é iluminada por enormes lustres de cristal.

A Sala de Música, também conhecida como Sala de Serenata, costumava ser montada na casa de ópera e palco de inúmeras noites musicais.

Projetado pelo arquiteto Mateus Vicente de Oliveira, foi concluído em 1759, sendo uma das salas mais antigas do Palácio. Sua decoração é em madeira dourada, no estilo regência-rococó, de Silvestre Faria Lobo, com motivos alusivos à música.

Já nos anos noventa do século XVIII, a então princesa do Brasil – D. Carlota Joaquina – escolheu este quarto para sua sala de audiência e beija-flor.

Capela Real
Durante a ocupação do palácio por Dom Pedro e Maria I, a capela era central na rotina diária de sua corte. Não foi por acaso que a capela foi a primeira parte do palácio a ser concluída e consagrada em 1752. A religião era um dos interesses favoritos de Dom Pedro. Durante o reinado de sua esposa, ele cuidou de assuntos espirituais e ela de assuntos temporais. O interesse da rainha pela religião, no entanto, não era menos febril do que o do marido – o casal assistia à missa várias vezes ao dia. Após a morte de Dom Pedro, a rainha abandonou todas as festividades no palácio e as recepções do estado assumiram o ar das cerimônias religiosas. Finalmente, a instabilidade e a mania religiosa da rainha degeneraram em completa insanidade. Queluz e sua capela tornaram-se seu refúgio permanente do mundo, até que ela foi forçada a fugir dos franceses que avançavam em 1807 para o Brasil. Ela morreu no Rio de Janeiro em 1816.

A capela embaixo de sua grande cúpula de cebola é escura e cavernosa e decorada com talha dourada, com detalhes destacados em vermelho, verde, azul e rosa, pelo escultor português Silvestre Faria Lobo. O nível superior tem galerias para o uso de personagens reais que se sentariam à parte da congregação. Uma dessas galerias contém um pequeno órgão de tubos rococó. Uma característica da capela é a fonte portátil ornamentada, sua bacia de mármore repousando em uma elaborada moldura rococó encimada por uma tampa de madeira esculpida.

A capela foi um dos primeiros espaços construídos por Mateus Vicente de Oliveira, o primeiro arquiteto de Queluz. Compreende uma nave única, diferenciando os espaços da capela-mor, de planta e coro de oitavas. O acesso à capela e à galeria superior era feito por uma escada da Sala das Lanternas. Aqui, atrás de uma treliça, a Família Real podia comparecer aos ofícios religiosos sem ser vista.

A obra dourada de inspiração rococó, realizada sob a direção de Silvestre de Faria Lobo, foi concluída em 1752. É influenciada pela Capela de São João Batista da Igreja de São Roque, tornando-se também uma referência para a Edifícios religiosos da região de Lisboa. O retábulo da capela-mor representando Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Queluz, de André Gonçalves (1687-1762), foi concluído em 1752. O painel lateral do altar representando a prisão de São Pedro e São Paulo também é de sua autoria. próprio, tendo o que representa São Francisco de Paula foi pintado por Pedro Alexandrino de Carvalho (1730-1810). Desde 1752 também data a pintura do teto com um tema evocativo da Virgem.

No coral esculpido e dourado, David Peres, Scarlatti e João Cordeiro da Silva governaram, onde muitos artistas italianos também cantaram na era de ouro do palácio. Já em 1802, Marcos Portugal compunha dois salmos para a Capela Real de Queluz.

Lantern Room
Esta sala se comunica com a Capela Real, a Sala de Música e a Sala do Trono. No passado, uma escada dava acesso à tribuna do lado superior do altar-mor, onde, por trás de uma treliça, a Família Real podia assistir aos ofícios religiosos sem ser vista.

A Sala das Lanternas era conhecida como Sala Escura, e a abertura no teto hoje foi aberta por ordem do general francês Junot na época da primeira invasão francesa.

A Infanta Regente D. Isabel Maria, administradora da Casa do Infantado em nome do irmão D. Miguel, teve essa sala restaurada durante o período de exílio da criança em Viena (Áustria), com o objetivo de alojá-la após seu retorno em 1828.

D. Miguel nunca habitou esse espaço, mas seu imponente retrato, o maior do palácio, ainda domina a sala.

Sala das Mangas
A Sala das Mangas (a única sala dos apartamentos do estado a sobreviver completamente ao incêndio de 1934) é uma galeria comprida revestida com painéis de azulejos. A galeria leva à fachada de salas de estado, todas totalmente restauradas. As salas formais do palácio consistem em três grandes salas: a Sala dos Embaixadores, a Sala de Música e a Sala de Baile. Outras salas menores incluem a Sala das Armas (onde os grupos de caça se reuniam), que é um salão com afrescos pintado com árvores e folhagens da Pillement.

Palácio Nacional de Queluz
Localizado entre Lisboa e Sintra, o Palácio Nacional de Queluz é um dos principais exemplos dos estilos arquitetônicos rococó e neoclássico da segunda metade do século XVIII em Portugal.

Comissionada em 1747 pelo futuro rei Pedro III, casada com a rainha Maria I, a residência foi inicialmente projetada como uma casa de veraneio e, portanto, um local privilegiado para o lazer e entretenimento da família real, mas que se tornou seu lar permanente desde 1794 até sua partida para Brasil em 1807, após a invasão do país pelos exércitos de Napoleão.

Grandiosas salas de reuniões, locais de culto e salas privadas se sucedem em uma íntima interconexão com os jardins como parte fundamental desse ambiente indutor de prazer. Ao longo da espetacular Escada do Lions, do artista francês Jean-Baptiste Robillion, chegamos ao monumental Canal de Azulejos, com seus grandes painéis retratando portos marítimos e cenas da corte. Os caminhos do jardim são animados pelas esculturas italiana e britânica, principalmente com temas mitológicos, e destacando o conjunto de esculturas de chumbo do artista londrino John Cheere, ao lado de inúmeros lagos e outras características da água.

A evolução do gosto da corte ao longo dos séculos 18 e 19, fortemente influenciada pelo gosto francês e italiano e inglês, é particularmente apresentada nos interiores do palácio, nos jardins históricos e nas coleções.

O Palácio Nacional de Queluz é agora administrado pela empresa pública Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML), criada em 2000, após o reconhecimento pela UNESCO, em 1995, da Paisagem Cultural de Sintra como Patrimônio Mundial.