Quartos superiores, Palácio Nacional de Sintra

A elevação principal é organizada em três corpos, sendo o centro do palácio mais alto e recuado em relação aos extremos. As demais frentes do edifício possuem uma articulação complexa de corpos salientes e reentrantes, destacando o volume cúbico da Sala de Armas. Característica característica deste palácio mistura de estilos gótico, manuelino, mouro e mudéjar no palácio atual, principalmente o resultado de campanhas de construção nos séculos XV e XVI.

Quarto Brasão
Esta sala, na ala oeste do palácio e orientada pelos pontos cardeais, foi erguida sobre a sala das colunas, na área anteriormente chamada de “Meca”. O portal manuelino da entrada também apresenta as marcas dos pedreiros que o fizeram, no primeiro quartel do século XVI. Representa o maior expoente da intervenção manuelina no palácio e o salão heráldico europeu mais importante. Das janelas desta sala, você pode ver o Oceano Atlântico a oeste.

Um modelo para os brasões de armas desta sala era o Livro do Armeiro (1509) e o Livro da Nobreza e Perfeição de Armas (c. 1521-1541). O primeiro é o arsenal português mais importante e rico, ordenado por D. Manuel I para consertar os brasões de armas existentes, numa época em que havia grande arbitrariedade no uso de armas. O segundo revisa e completa o anterior, tornando-se a referência heráldica nacional.

O teto do Hall of Arms, um importante registro heráldico do primeiro quartel do século XVI, ainda é uma referência procurada por portugueses e descendentes de portugueses de todo o mundo.

Localizada no ponto mais alto do palácio, a Sala do Brasão é o melhor exemplo da intervenção manuelina no edifício e a sala heráldica mais importante de toda a Europa.

– Fechamento da cúpula em oitava: armas reais portuguesas, encimadas pela serpente alada da dinastia Avis;
– Em torno do fechamento: brasões dos oito filhos do rei D. Manuel I com a segunda esposa, D. Maria (filha dos reis católicos). Seis filhos (brasões) e duas filhas (brasões em diamante dividido);
– Acima do cervo do painel inferior: oito grandes cervos com listras brancas nas hastes;
– No nível mais baixo: os brasões das 72 famílias nobres mais influentes do reino, repousando sobre o corpo de veado sobre cujas cabeças repousa o timbre de cada família.

Na inscrição ao redor da sala, você pode ler uma referência às armas representadas:
Serviços selvagens com esforços leais foram conquistados com esses e outros itens que devem ser conservados.

A maioria das pinturas data do século XVI. Ornamentos de talha dourada foram adicionados no século XVII e, no início do século XVIII, as paredes eram revestidas com azulejos azuis e brancos, representando cenas bucólicas e de caça, inspiradas em gravuras da época e atribuídas ao artista conhecido como Mestre PMP. (os acrônimos com os quais ele marcou algumas de suas obras).

Tapeçaria com as armas reais portuguesas
Verdure tipo tapeçaria ou millefleurs com fundo azul escuro, decorado com elementos florais que cobrem todo o campo, com fita em loop. A ordem real, tem no centro o brasão das armas reais portuguesas, com o escudo encimado pelo timbre com a serpente alada de Avis. Nos quatro cantos está representada a esfera armilar, companhia de D. Manuel I.

Provavelmente, essa é uma ordem dos membros da Casa da Avis ou uma oferta para eles, atribuída à fabricação de Bruxelas, o principal centro de produção flamengo da época.

Portugal encomendou à Flandres, entre meados do século XV e finais do século XVI, importantes séries de tapeçarias, sendo tapeçarias heráldicas com brasões portugueses extremamente raros.

Prisão de Afonso VI
O rei Afonso VI permaneceu preso e guardado aqui por nove anos por ordem de seu irmão (D. Pedro II), após sua remoção por falta de reinado. Ele acabaria por morrer nesta sala em 1683.
É uma das salas mais antigas do palácio, a única cuja janela tem uma grade de ferro. O raro piso de cerâmica mudéjar provavelmente remonta ao século XV.

Quarto chinês
Está localizado em uma das áreas mais antigas do palácio, onde ficam as câmaras reais antes das obras do rei João I. É marcado pela presença de uma peça notável: um monumental pagode da dinastia Qing, construído na China no final do século XVIII ou início do século XIX.

Pagode chinês
O Pagode Chinês é uma das obras de arte do Palácio de Sintra propostas para serem incluídas na lista de Bens de Interesse Nacional, a mais alta classificação portuguesa para bens culturais móveis, também conhecida como “Tesouro Nacional”.

Esta peça atesta as relações seculares entre Portugal e o Oriente, através de Macau, território cuja administração foi cedida pelos chineses aos portugueses em 1557. Macau logo se tornaria a base de um comércio próspero envolvendo China, Japão e Europa, através de Malaca e Goa. Seu retorno à República Popular da China em 1999 marcou simbolicamente o fim do Império Português.

Provavelmente, o pagode foi oferecido à rainha D. Maria I pelo Senado de Macau e foi referenciado pela primeira vez no Palácio de Ramalhão, antiga residência da rainha D. Carlota Joaquina, esposa de D. João VI, que residia no final de sua vida, em um semi-exílio compartilhado com Queluz. Do Palácio de Ramalhão, o pagode mudou-se em 1850 para o Palácio de Sintra, onde está em exibição desde então (Sala Chinesa ou Pagode). Devido às suas dimensões e alta qualidade técnica, é um exemplo único desse tipo. Peças com características semelhantes são conhecidas em outras coleções, mas de dimensões menores e complexidade técnica.

Esse conjunto de arquitetura em miniatura consiste em nove pavilhões ou pequenos templos ladeados por duas torres de treze andares. Baseia-se em uma estrutura de madeira e é feita de marfim (principalmente) e osso, em pratos ou folheados. Desenvolve-se em uma sucessão de cinco aviões intercalados com pátios, jardins e escadarias, onde pequenas figuras de marfim aparecem, além de outros detalhes decorativos, como sinos, inscrições votivas e vegetação. O conjunto está alojado em um período de maquinagem de madeira policromada, cuja forma arquitetônica se adapta ao volume dos três corpos principais do pagode.

Capela Palatina
Espaço religioso cristão do período do rei D. Dinis (início do século XIV) com a invocação do Espírito Santo, representado nos afrescos das paredes pelo motivo de pombas carregando um ramo de oliveira no bico. Tanto o piso de cerâmica quanto o teto de madeira estão entre os exemplos mais antigos da obra mudéjar em Portugal.

A capela, de planta retangular e nave única, possui paredes cobertas com pintura ornamental e teto de madeira. Na cozinha, partidas otogonais são visíveis nas chaminés monumentais. Alguns compartimentos da chamada ala manuelina possuem aberturas de calcário e lareiras, caracterizadas pela decoração em relevo.

Fundada por D. Dinis no início do século XIV, a Capela apresenta um teto de madeira esculpida com obras amplas. Na sua decoração, elementos geométricos se cruzam, formando composições radiais ou estreladas. Esta carpintaria mudéjar do século XV é uma das mais antigas de Portugal.

Palácio Nacional de Sintra
O Palácio de Sintra (em português: Palácio Nacional de Sintra), também chamado Palácio da Vila, está localizado na cidade de Sintra, no distrito de Lisboa em Portugal. É um museu histórico da casa atual.

É a residência real medieval mais bem preservada em Portugal, sendo habitada mais ou menos continuamente desde pelo menos o início do século XV até o final do século XIX. É uma atração turística significativa e faz parte da paisagem cultural de Sintra, um Patrimônio Mundial da UNESCO designado.

Sendo o único palácio real medieval sobrevivente em Portugal e a residência da família real portuguesa até 1910, o Palácio Nacional de Sintra pode traçar sua origem desde o início do período muçulmano na Península Ibérica.

É um testemunho vivo de alguns dos momentos de maior sucesso da história portuguesa, quando o país se abriu para novos mundos, e sua arquitetura e patrimônio foram marcados pela combinação harmoniosa de elementos góticos, mudéjares e renascentistas.

O perfil externo do palácio tornou-se famoso por suas duas chaminés monumentais em forma de cone, enquanto suas paredes internas estão alinhadas com o maior conjunto de azulejos mudéjar da Europa ainda hoje em vigor. Ele também contém uma das salas heráldicas mais importantes do país e possui algumas coleções significativas de artes decorativas.