Fundação Cultural Ema Gordon Klabin, São Paulo, Brasil

A Fundação Cultural Ema Gordon Klabin é um museu de arte localizado na cidade de São Paulo, Brasil. Oficialmente criada em 1978, é uma instituição privada sem fins lucrativos, legalmente declarada como uma organização de interesse público federal. Foi criada pela colecionadora e filantropo brasileira Ema Gordon Klabin (1907–1994), com o objetivo de preservar e exibir sua coleção de arte, além de promover atividades culturais, artísticas e científicas. A fundação está sediada na antiga casa de Ema, no bairro de Jardins, projetada especialmente pelo arquiteto Alfredo Ernesto Becker na década de 1950 para guardar sua coleção. A casa é cercada por um jardim de 4.000 metros quadrados projetado pelo paisagista brasileiro Roberto Burle Marx.

A coleção da Fundação inclui mais de 1.500 peças, cobrindo alguns dos períodos mais atraentes da história da arte ocidental, das civilizações grega e etrusca aos mestres europeus, com obras importantes das escolas holandesa, flamenga, italiana e francesa, além de obras da Ásia. culturas, arte africana e pré-colombiana. A arte brasileira também é destacada na coleção, que inclui exemplos que vão desde o período colonial até as primeiras gerações de modernistas. A biblioteca da Fundação mantém um conjunto de livros raros, variando de manuscritos iluminados a incuníveis.

História

Ema Klabin
Nascida no Rio de Janeiro em 1907, Ema Gordon Klabin era filha de Hessel Klabin e Fany Gordon Klabin, imigrantes lituanos que vieram para o Brasil na última década do século XIX. Seu pai e seus tios Maurício, Salomão e Miguel criaram, em 1899, a empresa Klabin Irmãos e Cia, que teve grande destaque no desenvolvimento da indústria de celulose, papel e embalagens no país.

Ela passou grande parte de sua infância na Europa, fazendo viagens frequentes para sua terra natal. Surpreendida pela Primeira Guerra Mundial, a família, que mora na Alemanha desde 1913, foi forçada a se mudar para a Suíça, onde ficou até 1919. Durante esse período, Ema obteve sua única educação formal. Depois de voltar para o Brasil, ela estudou apenas com professores particulares, pois na época não havia condições para as mulheres estudarem, exceto nas escolas católicas, às quais ela não pôde frequentar devido à sua origem judaica. Ela cresceu como uma grande apreciadora de música e arte, uma ávida leitora e freqüentadora de shows, teatro, ópera e balé. Ela logo desenvolveu um grande interesse em colecionar. Suas primeiras aquisições foram tapetes orientais, porcelana e talheres.

Além de ser empresária, Ema Klabin desempenhou um papel importante na vida cultural da cidade, com participação em conselhos de várias instituições, além de promover artistas, músicos e orquestras. No final da década de 1940, após a morte de seu pai, ele começou a adquirir importantes obras de arte, formando uma coleção abrangente e diversificada. Com uma visão diferente da de um historiador ou curador de arte, ele encheu seu ambiente doméstico com mais de 1600 peças de diferentes períodos, técnicas e origens.

Após a morte de Hessel Klabin em 1946, Ema e sua irmã Eva se tornaram herdeiras da fortuna da família. Ema também se tornou a sucessora de seu pai no conselho da empresa. Ela nunca se casou nem teve filhos, dedicando-se exclusivamente a negócios, atividades filantrópicas e culturais. Como irmã, Ema também continuou a expandir sua coleção de arte, fazendo viagens frequentes à Europa e aos Estados Unidos para adquirir novos itens. Em 1948, ela contratou o arquiteto Alfredo Ernesto Becker para projetar uma nova casa em um terreno que herdou do pai, localizado no bairro dos Jardins, para manter sua crescente coleção. Algum tempo depois, encomendaria a construção de uma casa de campo de inverno em Campos do Jordão, quando não havia mais espaço para realizar suas frequentes aquisições.

Ema se envolveu significativamente na vida cultural de São Paulo. Foi membro dos conselhos de administração do Museu de Arte de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo e Bienal de Arte de São Paulo. Colaborou na criação do Museu Lasar Segall e da Fundação Magda Tagliaferro, além de ser membro e apoiadora da Sociedade de Cultura Artística e da Orquestra Filarmônica de São Paulo. Entre suas atividades filantrópicas, seu trabalho mais significativo foi a doação do valor necessário para comprar o lote onde o Hospital Albert Einstein seria construído, além de organizar atividades de arrecadação de fundos para ajudar a financiar sua construção. Também colaborou com a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes de São Paulo (APAE), a Associação de Assistência a Crianças com Defeitos de Nascimento (AACD) e o Hospital do Câncer.

Na década de 1970, Ema começou a se preocupar com o futuro de sua coleção. Uma de suas primeiras idéias foi doar grande parte para museus brasileiros. Mas após o trágico incêndio que destruiu quase toda a coleção do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em 1978, ela decidiu, como irmã, criar uma fundação com o objetivo de manter a coleção unida e transformar sua casa em museu aberto. para visitação pública após sua morte. Ema morreu em 1994, aos 86 anos.

A Fundação
A Fundação foi oficialmente registrada em 1978. Após a morte de Ema, sua casa permaneceu fechada por três anos, até o final de 1996, quando o arquiteto Paulo de Freitas Costa foi convidado a montar uma equipe para iniciar as atividades e mais tarde foi nomeado curador de A instituição. O trabalho de pesquisa e catalogação da coleção teve início em 1997, realizado por meio de consultas com especialistas e instituições no Brasil e no exterior, com o objetivo de solucionar questões relacionadas à identificação, atribuição e autenticidade das peças, além de determinar seu valor artístico e histórico. As ações de restauração também foram realizadas em várias partes através de acordos ou colaboração de outras instituições. A definição que melhor se aplica à Fundação Ema Klabin é a de “museu-casa”, onde uma “coleção fechada” é permanentemente organizada de acordo com o gosto e o desejo de seu criador, preservando assim o caráter original, a idiossincrasia e a personalidade do colecionador.

Nos últimos anos, a Fundação Ema Klabin vem se esforçando para divulgar informações sobre a coleção, inclusive emprestando peças para exposições temporárias realizadas em museus de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Peças da coleção também foram exibidas em exposições estrangeiras, como o Brasil através do European Eyes, realizado em Londres, Brésil Barroco, realizado no Petit Palais de Paris, Chaim Soutine, realizado no Museu de Arte Moderna de Céret e no Museu Judaico. Museum Vienna e a exposição retrospectiva Lasar Segall: un expressionista brasileño realizada no Museo de Arte Moderno na Cidade do México e no Museu Latino-Americano de Arte de Buenos Aires.

A casa
A sede da Fundação Ema Klabin está localizada em um lote de 4.000 metros quadrados no bairro Jardim Europa, uma subdivisão de alto nível projetada por Hipólito Pujol Júnior no final da década de 1920, seguindo o modelo das cidades-jardim de estilo britânico no distrito adjacente do Jardim América, projetado pelo urbanista inglês Richard Barry Parker na década anterior. A casa tem uma área útil de 900 metros quadrados e foi projetada no final da década de 1940 pelo arquiteto Alfredo Ernesto Becker. Seus jardins foram projetados por Roberto Burle Marx.

A casa, feita sob medida para abrigar a coleção, inspirada no Palácio Sanssouci, na Alemanha, com materiais de acabamentos modernos no interior. O italiano Terri Della Stuffa, pioneiro em design de interiores em São Paulo, foi o responsável pela decoração eclética da casa, e Roberto Burle Marx realizou o projeto inicial do grande jardim.

A casa apresenta um estilo eclético, combinando elementos modernos e clássicos. Parece inspirado nos pavilhões de palácios europeus, particularmente no Palácio Sanssouci, em Potsdam, visitado por Ema em sua infância e adolescência. É um prédio de um andar, organizado em uma longa galeria semicircular, de frente para o jardim, ao redor da qual todos os quartos estão distribuídos. Embora apresente uma escala impressionante, como é visto pelos tetos com quase cinco metros de altura, possui relativamente poucos quartos.

Suíte master
No seu quarto, Ema tentou reproduzir a decoração dos quartos de Frederico II em Sanssouci, bem como os apartamentos franceses do século XVIII, usando cores rococó e formas decorativas.

corredor
Planejado para receber muitos convidados, o Salon é decorado com cores quentes, guiadas pelas cores da tela O triunfo de Baco e Ariadne, dispostos sobre a lareira, repetidos nos tons dos tecidos e carpetes, no grande tapete Ersari , originalmente do Afeganistão.

Sala de jantar
A decoração da sala de jantar é marcada pelo barroco brasileiro, que, no discurso dos modernistas, era visto como uma genuína manifestação artística de nossa história

Galeria
Conectando todos os cômodos da casa, a galeria faz referência às grandes galerias dos palácios europeus, onde foram exibidas peças valiosas de uma coleção de arte.

Biblioteca
Este era o ambiente em que Ema passava a maior parte do dia ouvindo música e curtindo seus livros, e costumava receber sua família e amigos mais próximos para longas conversas. O formato circular foi inspirado na biblioteca de Frederico II em Sanssouci

A Biblioteca da Fundação Ema Klabin possui uma coleção de mais de 3.000 livros. Embora pequeno, inclui um conjunto importante de obras raras, como manuscritos iluminados, incunábulos e edições de Aldine. Também possui uma coleção de relatórios de viajantes europeus no Brasil, do século XVI ao XIX, incluindo obras de André Thévet, Arnoldus Montanus, Robert Southey, Willem Blaeu, Maria Graham, von Spix, von Martius, etc. Outro destaque do coleção é o conjunto de livros de luxo publicados pela Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil, ilustrados por alguns dos mais importantes artistas modernistas brasileiros.

Sala de musica
Quase todos os projetos da nova casa incluíam um espaço reservado para a música – uma das grandes paixões de Ema – onde ela podia acomodar o piano francês Érard, comprado pelo pai em 1912.

Quarto azul
O ambiente do quarto decorre da natureza receptiva do quarto: a presença de móveis luso-brasileiros em pau-rosa (século XVIII), juntamente com a pintura de Tarsila do Amaral

Circular Hall
O salão circular repete, em pequena escala, o design da Galeria de Mármore do Palácio de Sanssouci, com o mesmo material no chão. As peças expostas aqui, reunindo diferentes materiais, períodos e técnicas, são harmonizadas por suas formas, cores e texturas.

Entrada principal
O vestíbulo, ou entrada principal, era o local onde os convidados eram recebidos, com acesso ao arnês e ao banheiro ao lado.

Jardim principal
Da Galeria, podemos ver o jardim da casa, um projeto do paisagista, arquiteto e artista Roberto Burle Marx, no qual podemos ver algumas de suas características mais marcantes, como o layout e o uso de espécies brasileiras.

Jardim interno
Como a sala de jantar não tem vista para o jardim principal, foi criado um pátio interno, marcado por uma rica vegetação e pela fonte de mármore italiana (século 18), adquirida em Roma durante a construção da casa.

Coleção

Arte africana
A coleção de arte africana compreende objetos religiosos e rituais, executados em madeira, marfim e bronze por distintos grupos étnicos da África Ocidental, como Ashanti, Bambara, Yoruba, Mossi, Dan, Baoulé, Bakongo e Bakuba, a maioria dos quais remonta a final do século XIX e início do século XX.

Arte asiática
A coleção de arte asiática inclui objetos provenientes de muitas culturas diferentes, do Oriente Próximo às Ilhas do Pacífico, incluindo Turquia, Pérsia, Índia, China, Japão e Sudeste Asiático. Compreende tapetes, esculturas, pinturas, gravuras, móveis e itens decorativos e rituais. Entre elas, destacam-se obras de arte chinesas, tanto em qualidade quanto em quantidade. A coleção inclui uma importante assembléia de bronzes rituais que remontam às dinastias Shang (do século XIV ao XI aC) e Zhou (século X ao III aC), figuras funerárias de cerâmica produzidas durante a dinastia Tang (século VIII) e esculturas de madeira policromática do Ming Dinastia (século XIV ao XVII).

Arte brasileira
A arte colonial brasileira é representada por um grupo de 24 imagens sagradas barrocas, bem como por uma série de esculturas em madeira policromada (colunas, portas, guarnições etc.). De particular importância são os feitos por Valentim da Fonseca e Silva (Mestre Valentim), procedentes da igreja demolida de São Pedro dos Clérigos, no Rio de Janeiro. Dos artistas modernistas brasileiros, a coleção inclui importantes pinturas de Lasar Segall, Candido Portinari, Emiliano Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral, além de esculturas de Victor Brecheret, Bruno Giorgi e Bella Prado. Há também desenhos e gravuras de Clóvis Graciano, Iberê Camargo, Maria Bonomi, Marcelo Grassmann, Poty Lazzarotto, etc.

Antiguidade Clássica
A coleção de antiguidades da Fundação Ema Klabin consiste em obras de cerâmica, terracota, bronze e mármore das civilizações grega, etrusca e romana, a maioria produzida entre o século IV aC e o século I dC. Compreende esculturas, aryballos, ânforas, figuras de Tanagra, etc. Entre as esculturas, destaca-se uma cabeça de mármore grego de Zeus (século V aC).

Artes decorativas e aplicadas
A coleção de artes decorativas e aplicadas inclui um número relativamente grande de peças, como luminárias, tapetes, pequenas estatuetas, frontões de lareira, espelhos e objetos decorativos em geral. Há uma grande coleção de utensílios de mesa, incluindo porcelana (Sèvres, Limoges, Meissen) e cristal (Baccarat, Bohemia).

A coleção de móveis é composta principalmente por peças italianas e francesas, do século XVI ao XIX, incluindo mesas, armários e outros itens. As obras mais importantes da coleção, no entanto, são as de origem luso-brasileira, produzidas com Jacaranda, sendo o exemplo mais notável de uma mesa de jogos portuguesa com várias capas de marchetaria de marfim, encomendada pela realeza portuguesa. A coleção também inclui muitos exemplos de estofados produzidos por Terry Della Stuffa, além de mesas e armários chineses, etc.

O museu também possui uma expressiva coleção de talheres, composta por mais de 150 peças. Destacam-se a montagem de cálices cerimoniais antigos, procedentes da Inglaterra, Alemanha e Rússia, a coleção de palitos de dente portugueses do século XIX, a coleção de castiçais ingleses e portugueses, incensos e candelabros e os talheres religiosos brasileiros, que incluem castiçais , lanternas processionais, etc. A coleção de talheres de prata é composta principalmente por peças britânicas, executadas por importantes escultores de ourives, como Paul de Lamerie, Paul Storr e John Wakelin.

Arte européia
A coleção inclui uma série de pinturas italianas que datam do século XVI ao XVIII. Destacam-se as cenas religiosas e mitológicas de Raffaellino del Garbo, Giacomo Francia, Giovanni Battista Gaulli e Sebastiano Ricci, além dos retratos de Alessandro Allori e Pompeo Batoni.

A coleção apresenta um amplo panorama das escolas flamengas e holandesas, do século XV ao XVII, com forte ênfase nas pinturas barrocas. Inclui obras de gênero, cenas de caça, paisagens, retratos e naturezas-mortas de artistas como Jan Brueghel, o Velho, Jan van Goyen, David Teniers, o Jovem, Gerard ter Borch, Abraham Brueghel, Philips Wouwerman e Abraham Hondius, além de dois pequenos painéis atribuídos a Dirk Bouts. A coleção também inclui duas pinturas de paisagens de Frans Post, incluindo a View of Olinda, provavelmente a tela mais valiosa do museu.

Entre as pinturas francesas, destaca-se a tela Ariadne, de Jean-Baptiste Greuze. Há também paisagens e cenas mitológicas de Claude Lorrain, Gabriel Briard, Nicolas-Antoine Taunay, uma natureza-morta de Pierre-Auguste Renoir e obras de pintores da Escola de Paris, como Chaim Soutine e Maurice de Vlaminck, ao lado de duas importantes telas de Marc Chagall: À la campagne e Casal com flores e um galo.

A coleção européia também inclui gravuras de Albrecht Dürer, Rembrandt, Francisco de Goya, Pablo Picasso, entre outros, além de vários ícones orientais.

Arte pré-colombiana
Esta pequena coleção é composta por objetos produzidos antes do século XVI, provenientes de locais arqueológicos relevantes na atual Bolívia, Peru e México, como Tiwanaku, Chancay e Nazca. Compreende obras em terracota, pedra, madeira e tecido produzidos por civilizações como Chavín, Moche, Chimú, Toltec e Nazca.

Fatos interessantes
Assinado pelo engenheiro-arquiteto Alfredo Ernesto Becker, o Ema Klabin House-Museum foi inspirado no Palácio Sanssouci em Potsdam, perto de Berlim, frequentado por Ema em sua juventude. A mansão levou mais de dez anos para ser concluída.

As obras foram adquiridas pela Ema Klabin em galerias e antiquários de todo o mundo. Uma das primeiras compras, em 1948, foi feita por recomendação de Pietro Maria Bardi, que passou a formar a coleção MASP.

De forma sinuosa e com um impressionante lago de carpas, o jardim de Ema Klabin foi projetado por um dos arquitetos paisagistas mais importantes do século XX, Roberto Burle Marx.

Na coleção da Fundação, existem peças de grande valor histórico, como ‘Vista de Olinda’ (1650), de Frans Post, uma das primeiras pinturas feitas sobre o Brasil. A pintura fazia parte de uma série de presentes dados pelo conde Maurício de Nassau, que governou o Brasil holandês entre 1637 e 1644, ao rei francês Louis XIV.

Ema Klabin também colecionou orquídeas e possuía mais de 400 vasos em seu viveiro, com espécies trazidas de todo o mundo. Ele registrou todas as flores em seus cadernos e até teve vasos premiados em exposições.

Ema gravou todos os seus jantares requintados em um caderno especial, onde anotou tudo, desde a porcelana e os talheres usados, até o cardápio, toalhas, vinhos e arranjos de flores (tirados de seu próprio jardim). Ele sempre recebeu visitantes ilustres como Assis Chateaubriand, Magda Tagliaferro, João Carlos Martins e José Mindlin, entre outros. Atualmente, a cada semestre, a mesa da casa do museu ainda está preparada para reproduzir um desses jantares.

Para montar sua biblioteca, com 3.000 volumes, Ema recebeu inicialmente orientações do bibliófilo José Mindlin. A coleção possui livros raros, desde manuscritos iluminados e as primeiras cópias do livro impresso (edições incunabula e aldine), a relatos de viajantes europeus no Brasil, datados do século XVI ao XIX, além de várias edições de luxo ilustradas, como a coleção dos cem bibliófilos do Brasil.

Ema se dedicou a inúmeras atividades filantrópicas e assistenciais, dentre as quais se destaca a doação de terreno para a construção do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
A coleção de Ema Klabin tem um caráter panorâmico e histórico, com muitas jóias. A peça mais antiga é uma xícara de bronze chinesa do século XIV aC, e a mais recente é uma gravura de Renina Katz de 1987. Entre elas, há quase 3.400 anos de história e arte.

Na década de 1970, sem ter herdeiros diretos e preocupado com o destino de sua coleção, o colecionador começou a consultar especialistas para ajudá-la na escolha de instituições capazes de receber uma coleção. O incêndio no Museu de Arte Moderna do Rio, MAM (1978), no entanto, fez com que ele decidisse criar em sua casa um museu aberto ao público.