Resistência é necessária, Centro Cultural Banco do Brasil em Belo Horizonte

A exposição “A resistência é necessária …” permite que os jovens compreendam melhor as lutas pela reconstrução democrática que ocorreram nas décadas de 1960 e 1980, incluindo as diferentes correntes de oposição ao regime militar. A atuação da imprensa no esconderijo, no exílio e nas bancas faz parte de um cenário pouco conhecido do público atual, apesar de ter desempenhado um papel relevante em todo o processo de redemocratização no país. A exposição, realizada pelo Instituto Vladimir Herzog, continua a resistência da imprensa contra o governo militar viva na memória dos brasileiros.

A exposição que será no CCBB, no 50º aniversário do Golpe Militar, é organizada em parceria com o Ministério da Cultura e o Banco do Brasil e apresenta obras de arte, pôsteres, fotografias e depoimentos em vídeo. Resistir é necessário … também conta com o apoio dos Correios e do BNDES.

A “resistência é necessária” reuniu um conjunto expressivo de obras de arte que mostram a militância de artistas que pedem democracia e denunciam os abusos e crimes do governo militar.

Naqueles anos, também nasceu uma imprensa de resistência, que se expandiu no país, no esconderijo e no exílio. Muitas publicações dessa imprensa alternativa foram vendidas nas bancas e, mesmo censuradas, foram importantes para resistir à ditadura militar.

A exposição reúne um conjunto expressivo de obras de arte e documentos históricos que mostram a militância de artistas denunciando abusos e crimes do governo militar. Entre os painéis da exposição está o acervo de Alípio Freire, jornalista e ex-prisioneiro, que reuniu obras de artistas plásticos como Sérgio Freire, Flávio Império, Sérgio Ferro e Takaoka produzidos no período prisional, na prisão de Tiradentes, em São Paulo. Paulo. A mostra também apresenta ilustrações de Rubem Grilo, ilustrador de publicações como Movimento, Opinion e Pasquim, da década de 1970.

A coleção da exposição aumentou e recebe imagens dos fotojornalistas Luis Humberto e Orlando Brito, que têm uma participação importante nos registros da história do país. Ambas registraram fotos na ditadura que expressavam o cotidiano político brasileiro. Muitas dessas imagens não foram publicadas e só mais tarde se tornaram conhecidas.

A exposição permitirá que os jovens compreendam melhor as lutas pela reconstrução democrática através da linha do tempo, que abrange o período de 1960 a 1985 e inclui fatos importantes do cenário político e cultural do Brasil e do mundo.

luzes

No Centro Cultural Banco do Brasil, uma “linha do tempo” contará a história da resistência ao governo militar estabelecida no Brasil em 1964 e que permaneceu no poder até a eleição indireta de Tancredo Neves, em 1985. Nesse período, muitos intelectuais, artistas, sindicatos, estudantes e diversos setores da sociedade civil lutaram pela restauração da democracia no Brasil.

O fio condutor da exposição é uma linha do tempo que vai de 1964 a 1985 e lembra o trabalho de intelectuais e artistas de música, literatura e artes plásticas que produziram obras pedindo a democracia e denunciando os abusos e crimes da ditadura. As obras produzidas pelos presos políticos são da coleção do jornalista.

Uma das exposições mais conhecidas é o alaúde de Rubens Gerchman, a escultura de letras monumentais em vermelho, feita com ousadia em 1965 e de grande impacto. Está instalado em uma das salas no final do show e é uma chamada imperativa – a qualquer momento e por todas as causas justas.

Mais trabalhos produzidos na época também estão em exibição. Carlos Vergara, Cildo Meireles, Claudio Tozi, Alex Fleming, Ligia Pape, Antonio Dias, Amelia Toledo, Pedro Escoteguy, Renina Katz e muitos outros.

Outra peça original é o pequeno esboço do belo monumento Tortura Nevermore, projetado em 1978 para Brasília e assinado por Oscar Niemeyer. Chamado pelo povo do Arco da Maldade até hoje, não foi construído. Oscar descreveu seu trabalho da seguinte forma: “É a figura humana sendo perfurada pelas forças do mal: uma lança de 25 metros de comprimento”.

A última seção desta exposição, em homenagem àqueles resistentes ao governo militar brasileiro de todos os cantos do país, é uma câmera preta com os nomes dos mortos e desaparecidos, como se caíssem em um canto do chão.

Na antecâmara desta câmera, onde o visitante pode sentar em um banco de madeira rústico, os versos fortes da bela música de Aldir Blanc e João Bosco, O Bêbado e o equilibrista: «Mas eu sei que uma dor tão pungente / Não é não ser inútil.

Centro Cultural Banco do Brasil em Belo Horizonte
O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB BH), que faz parte do Circuito Cultural da Praça da Liberdade, um dos destinos favoritos dos turistas, a programação é cheia de exposições, apresentações teatrais e concertos de música. O CCBB oferece também oficinas e laboratórios desenvolvidos pelo Programa Educacional, que conta não apenas a história da capital, mas a história de todo o país.

Além da programação diversificada e acessível a todos os públicos, o CCBB BH também oferece apoio bilíngue (português-inglês) aos visitantes, o que facilita o acesso de turistas estrangeiros. A programação do Programa Educacional do CCBB oferece laboratórios de contar histórias, visitas dramatizadas e experimentação. Os assuntos diversificados das atividades atraem visitantes de todas as idades e facilitam a compreensão de turistas interessados ​​em aprender mais sobre o Brasil.

A Praça da Liberdade é um complexo arquitetônico de grande valor histórico e cultural. É um exemplo autêntico em Belo Horizonte da arquitetura eclética e neoclássica em seus prédios antigos e outras construções modernas e contemporâneas. O prédio que agora abriga o CCBB abrigou a sede das forças revolucionárias de Minas Gerais durante a Revolução de 1930 – ano em que o prédio foi inaugurado. Em 1931, o edifício recebeu outro marco importante: a visita da Família Real Britânica a Belo Horizonte. Os príncipes Eduardo VIII e Jorge VI foram recebidos pelas autoridades do Estado de Minas Gerais com um banquete e decorações nas cores da bandeira da Grã-Bretanha.

O Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte ocupa um prédio de 1930, totalmente reformado em 2009, com seis andares e 12 mil metros quadrados de área construída, o que coloca o CCBB BH entre os maiores centros culturais do Brasil. O edifício possui um teatro com capacidade para 264 pessoas, uma sala polivalente para audiovisual, uma livraria e duas cafeterias, além de grandes galerias de exposições.