Salão Nobre, Palácio de São Bento

O Salão Nobre, destinado a recepções oficiais, foi construído na década de 40 do século XX, de acordo com o projeto do arquiteto Pardal Monteiro, ocupando a área onde ficava o coro alto da antiga igreja do Mosteiro de São Bento.

O estilo arquitetônico desta sala, bem como sua decoração, são totalmente integrados ao gosto e à estética do Estado Novo, seguindo o conteúdo programático de sua política cultural e histórica.

O teto, na abóbada de um berço, ganha leveza e transparência com caixões de vidro artificialmente iluminados que combinam com a geometria do piso, em parquet de madeira de carvalho com incrustações de jacarandá que delimitam quadrados, parcialmente cobertos por um tapete de Arraiolos, encomendado pelo local, inspirado em originais do século XVII.

As paredes possuem cinco pilares contíguos (em simetria com as cinco aberturas das janelas), cobertos de mármore e incrustados de bronze trabalhado com cruzes de Cristo e Santiago, caravelas e cantos que repetem a decoração das portas de correr. Com até meio metro de altura, as paredes são revestidas com painéis de madeira e, acima disso, são decoradas com pinturas subordinadas ao mesmo tema apologético da Descoberta Portuguesa da Exposição Mundial Portuguesa, de 1940.

Embora tenha sido o autor do projeto das sete pinturas murais, datadas de 1944, Adriano Sousa Lopes só executará uma delas, a do infante D. Henrique. Devido à sua morte inesperada, o restante já foi pintado, entre 1944 e 1945, segundo o projeto inicial, de Domingos Rebelo e Joaquim Rebocho.

As aberturas das janelas são decoradas com outras pinturas de parede representando motivos da flora e fauna da África, Brasil e Índia.

As imagens do painel representam:

O infante D. Henrique entrega o plano de descobertas ao capitão da Armada – atribuível a Sousa Lopes, 1944.
Tomada de Ceuta – assinado e datado por Domingos Rebelo, 1945.
Diogo Cão, na foz do Zaire – sem assinatura.
Bartolomeu Dias dobra o Cabo das Tormentas, depois o Cabo da Boa Esperança – assinado e datado por Domingos Rebelo, 1945.
Pedro Álvares Cabral aterra em Vera Cruz – Brasil – sem assinatura.
Tomada de Malaca por Afonso de Albuquerque – assinada e datada por Domingos Rebelo, 1945.
Vasco da Gama recebido pelos emissários de Samorim – assinado e datado por Domingos Rebelo, 1945.

No centro da sala, lateralmente, há um busto de bronze representando a República, uma réplica do modelo original de Simões de Almeida, sobrinho (1908).

O Salão Nobre abre na única varanda da fachada principal, continuando o avanço do corpo central sobre a galiléia. A varanda, reformulada nos anos 30 do século XX, torna nobre o piso nobre de 12 colunas e 10 pilares coríntios, estabelecendo uma correspondência simétrica entre os cinco arcos de suas janelas e os demais no arco inferior.

Foi a partir dessa varanda que Anselmo Braamcamp Freire, Presidente da Assembléia Nacional Constituinte de 1911, anunciou ao povo de Lisboa que o Parlamento havia acabado de proclamar a República, com a aprovação por aclamação do decreto de abolição da monarquia.

O Salão Nobre é hoje um espaço polivalente, ainda dedicado a recepções oficiais e outros atos, como conferências nacionais e internacionais, premiação e outras cerimônias.

Palácio de São Bento
O Palácio de São Bento é um neoclássico em estilo palácio localizado em Lisboa, sendo a sede do Parlamento de Portugal desde 1834. Foi construído no final do século XVI (1598) como um mosteiro beneditino (Mosteiro da Saúde de São Bento) para traços de Baltazar Álvares, de caráter maneirista e barroco. O Arquivo Nacional da Torre do Tombo foi instalado lá. Com a extinção das ordens religiosas em Portugal, tornou-se propriedade do Estado. No século XVII, foram construídas as criptas dos marquês de Castelo Rodrigo.

Após o estabelecimento do regime liberal em 1834, após a Guerra Civil Portuguesa, tornou-se sede das Cortes Gerais da Nação, ficando conhecido como Palácio das Cortes. Após as mudanças no nome oficial do Parlamento, o Palácio também recebeu vários nomes oficiais: Palácio das Cortes (1834-1911), Palácio do Congresso (1911-1933) e Palácio da Assembleia Nacional (1933-1974). Em meados do século XX, passou a ser utilizada a designação de Palácio de S. Bento, em memória do antigo convento. Essa denominação permaneceu após 1976, quando se tornou a sede da Assembléia da República.

Ao longo dos séculos XIX e XX, o Palácio passou por uma série de importantes obras de remodelação, tanto interiores como exteriores, o que a tornou quase completamente distinta do antigo mosteiro, do qual a remodelação de Ventura Terra e em 1936 a escadaria monumental, acrescentada por António Lino e completado por Cristino da Silva. O palácio possui um corpo central com arcadas no nível do solo e sobre essas galerias colunadas, encimadas por um frontão triangular decorado com estuques. O interior é igualmente grandioso, cheio de asas, a Sala de Sessões da Câmara dos Deputados, a Sala dos Passos Perdidos, o Salão Nobre, entre outras, além de obras de arte de diferentes períodos da história de Portugal. O Palácio também inclui um Museu Histórico, que foi classificado como Monumento Nacional em 2002.

Em 1999, foi inaugurado o novo edifício, que apoia a Assembléia da República. Localizado na praça de S. Bento, o novo prédio, um projeto de 1996 do arquiteto Fernando Távora, embora conectado ao palácio por acesso direto ao interior, foi propositadamente construído para constituir uma estrutura autônoma, a fim de não comprometer ou descaracterizar o edifício. layout do palácio.