Galeria Psicoativa de Tunga, Instituto Inhotim

Desde meados da década de 1970, Tunga cria obras de imagens exuberantes em design, escultura, instalação, filme, vídeo e performance. Seu impulso multimídia está associado ao entendimento da arte como um campo multidisciplinar, no qual filosofia, ciências naturais e literatura andam de mãos dadas com as artes visuais; trata-se de compreender as ações físicas de uma obra como parte de sua reflexão, evitando a dissociação entre teoria e prática do mesmo fenômeno.

Tunga é um dos nomes mais importantes da coleção de Inhotim, sendo um artista fundador e farol do conceito de sua coleção artística. Deleite (1999) é um dos primeiros trabalhos a serem integrados à coleção e a serem montados em Inhotim. Ao usar sinos, bengalas, ímãs, correntes e bancos de ferro e couro, objetos e materiais que são sua poética, o artista cria uma situação em que a fantasia é o fio condutor de uma narrativa prolífica em simbolismo e com significado diferente, em um campo onde fatos e ficção são confusos. Em sua produção, os objetos são multiplicados em instalações que recorrem ao excesso, expondo os materiais constitutivos e as misturas que desafiam as qualidades físicas de cada um. Arquiteto por formação, o trabalho de Tunga busca referências em literatura e filosofia, mas também em biologia, zoologia, medicina, arqueologia e ciências exatas.

Desde a década de 1970, a Tunga produz em diversas mídias, com ênfase em instalações e esculturas, além de performances com a participação de atores. Em várias de suas obras, a instalação é configurada como registro de uma ação ou como memória da presença do corpo e da vida.

Biografia
Antonio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, conhecido como Tunga (Palmares, 8 de fevereiro de 1952 – Rio de Janeiro, 6 de junho de 2016), foi escultor, designer e artista performático no Brasil. Ele é considerado uma das figuras mais emblemáticas da cena artística nacional.

Ele foi o primeiro artista contemporâneo e o primeiro brasileiro a ter uma obra exibida no icônico Museu do Louvre, em Paris.

Ele trabalha em coleções permanentes de museus como o Guggenheim, em Veneza, e galerias dedicadas a seu trabalho no Instituto Inhotim.

Para criar seus trabalhos, Tunga investigou áreas do conhecimento como literatura, psicanálise, teatro e ciências exatas e biológicas. Em suas esculturas e instalações, ele usou materiais como correntes, fios elétricos, lâmpadas, feltro e borracha. Além disso, seu trabalho era carregado de simbolismo, usando ossos, caveiras, dedais e agulhas.

Nascido em Palmares, Pernambuco, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em arquitetura e urbanismo pela Universidade Santa Ursula. Filho do escritor Gerardo de Mello Mourão, Tunga conheceu o modernismo brasileiro muito cedo. Ele começou sua carreira no início dos anos 70. Na época, ele fez desenhos e esculturas. Desenha imagens figurativas com temas ousados, como no Museu da Masturbação Infantil (1974). Colaborador da revista “Malasartes” e do jornal “A Parte do Fogo”, realizou, na década de 1980, conferências no Instituto de Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Santa Úrsula e na Universidade Candido Mendes. Ele recebeu o Prêmio do Governo do Estado por uma exposição realizada no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em 1986. No ano seguinte, ele fez o vídeo “Nervo de Prata”, em parceria com Arthur Omar. Em 1990, recebeu o Prêmio Brasília de Artes Plásticas e, em 1991, o Prêmio Mário Pedrosa da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) pelo trabalho “Preliminares do Palíndromo Incesto”. Para realizar seu trabalho, ele investigou áreas de conhecimento como literatura, filosofia, psicanálise, teatro, bem como disciplinas nas ciências exatas e biológicas. Ele morreu no Rio de Janeiro em 6 de junho de 2016, vítima de câncer na garganta.

luzes

Lezart, 1989
cobre, aço e ímã

Cristais de Culinária Expandidos, 2009

Nociferatu, 2001-2011

Incesto palíndromo, 1990-1992
fio de cobre, ímã, folhas de cobre e limalhas de ferro

1980
Projeção de filme em preto e branco de 16 mm em instalação de loop e som

A Luz dos Dois Mundos

Nosferatu, 1999
vidro soprado, leve e seda

Laboratório Nosferatu, 1999 – 2012
laminado de vidro, espelho, ferro, vidro soprado, luz e papel

Instituto Inhotim
O Instituto Inhotim está localizado em Brumadinho, a 60 quilômetros de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais e a terceira maior área metropolitana do Brasil. Inhotim possui uma coleção de arte de relevância internacional, localizada a 140 hectares de florestas e jardins botânicos.

A instituição surgiu em 2004 para abrigar a coleção de Bernardo Paz, empresário da indústria de mineração e aço, casado com a artista carioca Adriana Varejão, e há 20 anos começou a descartar sua valiosa coleção de arte modernista, que incluía obras de Portinari, Guignard e Di Cavalcanti, para formar a coleção de arte contemporânea que agora se encontra em Inhotim. Em 2014, o museu ao ar livre foi eleito, pelo site do TripAdvisor, um dos 25 museus do mundo melhor classificados pelos usuários.

Além das galerias dedicadas a apresentações individuais do artista e das obras permanentes ao ar livre, as galerias Fonte, Lago, Mata, Praça e Galpão abrigam exposições temporárias extraídas da crescente coleção de arte contemporânea, que agora consiste em mais de 700 obras de 200 artistas de diferentes países. ao redor do mundo. Ao colaborar com artistas na encomenda de novas obras e na adaptação das existentes a novos espaços, os projetos artísticos de Inhotim lidaram com a paisagem e a natureza e acumularam um impressionante grupo de obras de grande escala. Tendo surgido de um jardim privado, o Inhotim desenvolveu uma intensa linha de trabalho voltada à preservação e desenvolvimento da vegetação e à pesquisa botânica, buscando novas formas de preservar a biodiversidade da região e do Brasil.

Paralelamente ao seu papel cultural, atividade que qualificou o instituto como uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP). Em 2010, a instituição recebeu o título oficial de Jardim Botânico pela Comissão Nacional de Jardins Botânicos. A exuberante coleção botânica é mostrada nos jardins da instituição e contém cerca de 5.000 espécies de plantas, muitas delas ameaçadas de extinção.