Os muitos e o primeiro, Tomie Ohtake Institute

O título “Os muitos e o primeiro” norteia a fundação desta primeira exposição, organizada a partir de uma das maiores e mais importantes coleções de arte do Brasil: “Andrea e José Olympio Pereira”. Na condução da curadoria, o renomado crítico americano Robert Storr, com o apoio de Paulo Miyada, curador do Instituto Tomie Ohtake, optou por favorecer obras individualmente vigorosas, com poder próprio, independentemente de possíveis diálogos que possam estabelecer com outras obras e montadas produções.

Cada uma dessas decisões foi tomada após examinar as qualidades e forças especiais de uma obra exclusiva, mesmo considerando seu lugar em um contexto mais amplo composto por outras obras do mesmo artista, conjuntos de obras de outros artistas de orientação semelhante e o trabalho completo de artistas de estilos e crenças evidentemente diferentes e possivelmente contrários.

Estamos vivendo uma era pluralista e também um momento de excepcional diversidade e hibridez. Em nenhum lugar esse pluralismo é mais rico, mais heterogêneo e frutífero do que nas Américas; Em nenhum lugar das Américas há maior efervescência artística de todos os tipos do que no Brasil. Falar sobre arte é tão difícil. Aqui falamos apenas de estética, e tudo é muito bonito.

Para a exposição, que ocupará todos os espaços expositivos do Instituto Tomie Ohtake, o curador selecionou cerca de trezentas peças – pintura, desenho, escultura, instalação e vídeo – de mais de cem artistas brasileiros, dentre mais de dois mil artistas nacionais e obras internacionais pertencentes à coleção particular. Segundo ele, é um conjunto que, além de sua monumentalidade, possui obras icônicas produzidas por muitos artistas. A exposição, portanto, oferece uma visão refinada do panorama artístico brasileiro contemporâneo e de seu momento anterior, concentrando-se na produção dos anos 50 aos dias de hoje. “Estamos vivendo uma era pluralista e também um momento de excepcional diversidade e hibridez. Em nenhum lugar esse pluralismo é mais rico, mais heterogêneo e frutífero do que nas Américas;

No artista, nomes como Alfredo Volpi, Ivan Serpa, Lygia Clark, Lygia Pape, Mira Schendel, Willys de Castro, Hélio Oiticica, Amilcar de Castro e Geraldo de Barros fazem parte de um núcleo histórico. No eixo central da exposição, que abrange as décadas de 1970 e 1990, existem artistas que se destacam pela importância que desempenham na coleção, seja pelo volume de obras, pelo papel que desempenham na narrativa de arte contemporânea ou pela variedade de suportes e idiomas que exploram, como Waltercio Caldas, Irã Espírito Santo, Anna Maria Maiolino, Paulo Bruscky, Miguel Rio Branco, Adriana Varejão, Tunga, Carmela Gross, Claudia Andujar, Claudia Andujar, Luiz Braga, Leonilson, Jac Leirner, José Resende , Daniel Senise, Sandra Cinto, Ernesto Neto, Paulo Monteiro, Marcos Chaves, Rivane Neuenschwander, Rosangela Rennó, entre outros. Por fim,

Robert Storr, artista, crítico e curador, foi o primeiro americano a ser nomeado diretor de artes visuais na Bienal de Veneza (2004 e 2007). Foi curador do departamento de pintura e escultura do Museu de Arte Moderna – MoMA, em Nova York (1990 e 2002), onde organizou exposições temáticas como Deslocações e Arte Moderna Apesar do Modernismo e exposições individuais de artistas importantes, como Elizabeth Muray, Gerhard Richter, Max Beckmann, Tony Smith e Robert Ryman. Ele foi professor de História da Arte Moderna no Instituto de Belas Artes da Universidade de Nova York. Atualmente, ele é professor de pintura na Universidade de Yale.

A exposição mostra uma coleção de extraordinária qualidade, cobrindo os principais nomes e movimentos do modernismo e da arte contemporânea brasileira e internacional. É mais difícil ver uma coleção como essa, as coleções sul-americanas estão focadas em um determinado período.

Em algum lugar, cerca de 300 peças estão em exibição, que ocupa todas as salas de exposições do Instituto Tomie Ohtake. De modernos como Volpi a contemporâneos como Paulo Pasta, passando por concretos (Geraldo de Barros) e neoconcretos (Lygia Clark, Willys de Castro), a exposição destaca os artistas com maior presença na coleção, que exigiram mais de duas décadas de compromisso de o banqueiro para receber obras icônicas como Convite à Razão (1978), do escultor Waltercio Caldas, reproduzido em vários de seus livros.

Uma maior afinidade com o trabalho de artistas neoconcretos, particularmente Lygia Clark, pela limpeza formal de suas obras da época (finais dos anos 50 e início dos anos 60). O visitante acabou seduzido pelo navio maluco de Hélio Oiticica, que basicamente mudou a nossa aparência.

Núcleo Volpiano, que ganha espaço apenas para abrigar quase duas dúzias de pinturas do pintor Alfredo Volpi (1896-1988). Ele tem a boa companhia de duas esculturas de ferro do mineiro de neoconcreto Amilcar de Castro (1920-2002).

A exposição não se limita apenas à sala de Volpi, segue na exposição a trajetória da arte brasileira desde a época do grupo Santa Helena até os mais jovens pintores em atividade no país, dois deles ex-alunos de Paulo Pasta: Marina Rheingantz e Bruno Dunley. Ambos estão no andar superior, ao lado do mestre e de outros pintores de diferentes gerações, como Leonilson, Beatriz Milhazes e Adriana Varejão.

A exposição conta ainda com um núcleo dedicado à fotografia, desde nomes históricos (Gautherot, Pierre Verger) até contemporâneos (Miguel Rio Branco, Luiz Braga). Em outra sala, estão agrupados artistas que tiveram seus nomes ligados à arte conceitual (Ana Maria Maiolino, Paulo Bruscky).

Escolhemos favorecer trabalhos individualmente vigorosos, com seu próprio poder, e é isso que sentimos lá. Trabalha com poder próprio.

“The many and one”, é o título desta primeira exposição organizada a partir de uma das maiores e mais importantes coleções de arte do Brasil: Andrea e José Olympio Pereira.

Tomie Ohtake Institute
O Instituto Tomie Ohtake, aberto desde 28 de novembro de 2001, é um dos poucos espaços em São Paulo que foram projetados com o objetivo específico de realizar exposições nacionais e internacionais de arte, arquitetura e design.

Honrando o artista que recebeu seu nome, o Instituto abriga exposições que mostram os desenvolvimentos artísticos nas últimas seis décadas, bem como movimentos artísticos anteriores que contribuem para uma melhor compreensão do período em que Tomie Ohtake viveu e trabalhou . Desde a abertura de suas portas ao público, o Instituto já realizou espetáculos inéditos no Brasil, incluindo Louise Bourgeois, Josef Albers, Yayoi Kusama, Salvador Dalí, Joan Miró, entre outros.

Além do programa de exibição pioneiro – ampliado por meio de um programa paralelo de debates, pesquisa, produção de conteúdo, trabalho de arquivo e publicações – o Instituto Tomie Ohtake, desde a sua fundação, realizou pesquisas significativas sobre abordagens para o ensino de arte contemporânea. Isso se manifesta no pioneirismo de novos métodos de treinamento para professores e alunos de escolas públicas e privadas, um programa de eventos aberto a todos e projetos projetados para incentivar novas gerações de artistas a se desenvolver e prosperar.