A Sacristia de São Roque é importante, tanto simbólica quanto artisticamente, por ser uma das primeiras sacristias construídas pela Sociedade de Jesus, concebidas de acordo com as recomendações litúrgicas emanadas do Concílio de Trento. As sacristias da igreja assumiram a função adicional de “galerias de arte” para a edificação dos fiéis. Os jesuítas de São Roque estavam na vanguarda desse desenvolvimento.

A primeira série, localizada no encosto do arco, foi executada por André Reinoso, em 1619. Neste conjunto de 20 pinturas, o pintor representa episódios importantes na vida de São Francisco Xavier, ilustrando, em detalhes, alguns milagres realizados pelo santo jesuíta durante suas viagens missionárias no Oriente.

A segunda série, atribuída a André Gonçalves e pintada no século XVIII, inclui pinturas representando a “Paixão de Cristo”, intercaladas com pinturas alegóricas com frases bíblicas.

No nível superior, há pinturas que representam episódios da “Vida de Santo Inácio de Loyola”, fundador da Companhia de Jesus, atribuída ao pintor Domingos da Cunha, “a Cabrinha”.

O teto é em um cofre de barril, dividido em caixas, decoradas com emblemas bíblicos representando a Virgem Maria, executada no final do século XVII.

Ao longo das paredes laterais da sacristia, há duas grandes e valiosas arcas do século XVII, feitas de jacarandá e jacarandá, revestidas de ébano e incrustadas de marfim. As paredes estão quase completamente cobertas com três fileiras de pinturas valiosas dispostas em frisos sobrepostos até o teto abobadado. A fila mais baixa de vinte pinturas, considerada a mais importante, narra incidentes e milagres na vida de São Francisco Xavier, especialmente em suas viagens ao Extremo Oriente. Eles foram executados pelo pintor maneirista português do século XVII, André Reinoso (cerca de 1590 a partir de 1641) e seus colaboradores. O ciclo foi concluído em 1619, ano em que São Francisco Xavier foi reconhecido como Abençoado e fazia parte de um programa de propaganda jesuíta para promover sua canonização (que finalmente ocorreu em 1622).

A linha do meio do século XVIII é atribuída a André Gonçalves. Ele descreve vários estágios da Paixão de Cristo entrelaçados com pinturas alegóricas legendadas com passagens bíblicas. Essas peças eram velhas faixas processionais, encomendadas em 1761 pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa; depois foram desmontados e dispostos como figuras na sacristia. No friso superior, as pinturas são de cenas da vida de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus. Eles vieram do noviciado jesuíta extinto em Cotovia e são atribuídos a Domingos da Cunha, a Cabrinha.

O teto da sacristia é composto por um cofre redondo dividido em cofres decorados com afrescos do século XVII, que contêm emblemas com símbolos bíblicos aludindo à Virgem Maria, mais tarde integrados a uma “Ladainha da Virgem”.

Ciclo de Pintura de São Francisco Xavier

Ciclo de Pintura I
Na sacristia, há duas grandes e valiosas arcas de gavetas do século 17, feitas de jacarandá e madeira de rosas, revestidas de ébano e incrustadas de marfim. As paredes são quase completamente cobertas com três valiosas pinturas dispostas em frisos sobrepostos no teto abobadado. A fila mais baixa de vinte pinturas, considerada a mais importante, narra incidentes e milagres na vida de São Francisco Xavier, especialmente seus viaja para o Extremo Oriente. Eles foram executados pelo pintor maneirista português do século XVII André Reinoso (ca. 1590-depois de 1641) e seus colaboradores. A linha do meio do século 18 é atribuída a André Gonçalves (1687-1762). Ele descreve vários estágios da Paixão de Cristo entrelaçados com pinturas alegóricas legendadas com senhas bíblicas. Essas peças eram velhas faixas processionais, encomendado em 1761 pela Casa da Caridade de Lisboa de Gonçalves; depois foram desmontados e dispostos como figuras na sacristia. No friso superior, as pinturas são cenas da vida de Santo Inácio Loyola, fundador da Companhia de Jesus. Eles vieram aqui do noviciado jesuíta agora extinto em Cotovia e são atribuídos a Domingos da Cunha, a “Cabrinha”.

Papa Paulo III recebe São Francisco Xavier
A pintura retrata uma das reuniões históricas dos primeiros jesuítas com o papa no ano da aprovação oficial da Companhia de Jesus em 1540. Aqui o santo está ajoelhado diante do pontífice quando recebe a bênção papal antes de sua partida para Portugal a caminho da Índia. Atrás dele estão Santo Inácio Loyola e D. Pedro de Mascarenhas, embaixador de Portugal em Roma.

São Francisco Xavier atende os doentes em Veneza
A cena apresenta uma das atividades do santo em Veneza, a saber, assistir os doentes e moribundos durante sua curta estadia em Veneza em 1537. Na cena, São Francisco Xavier está sentado ouvindo a confissão de um homem doente, enquanto amigos e parentes assistem. com emoção e respeito.

São Francisco Xavier encontra o rei João III de Portugal antes de partir para a Índia
São Francisco Xavier é recebido pelo rei João III de Portugal em uma reunião especial para se despedir antes de sua partida para a Índia, em 1541. O santo é acompanhado por seu companheiro pe. Simão Rodrigues de Azevedo. Ao fundo, olhando para a varanda, pode-se ver o rio Tejo e o navio esperando o santo missionário embarcar

São Francisco Xavier cura um homem doente em Goa
A pintura mostra um dos primeiros milagres atribuídos a São Francisco Xavier logo após sua chegada a Goa (1542). A cena se passa diante do altar de Nossa Senhora, onde muitos fiéis estão reunidos em oração pelos enfermos.

São Francisco Xavier pregando em Goa
A cena mostra a pregação do santo na cidade cosmopolita de Goa, em 1542. A imagem é particularmente interessante do ponto de vista etnográfico, mostrando a variedade de costumes orientais, bem como as diferentes classes sociais. Uma multidão de novos convertidos, homens, mulheres e crianças ouve o santo, que está do lado direito, explicando a fé cristã.

São Francisco Xavier apresenta a Santa Cruz
A pintura mostra o santo explicando a cruz cristã à população nativa da costa de Malabar, após a conversão inicial dos pescadores de Paravas. A lenda conta que cerca de dez mil moradores daquela região foram batizados por São Francisco Xavier.

São Francisco Xavier restaura a vida de um nativo do Ceilão
O episódio se destaca como um dos chamados milagres atribuídos a São Francisco Xavier pelo seu biógrafo português Padre João de Lucena. Aqui o missionário está abençoando um jovem enterrado recente, nativo do Ceilão, que após a bênção voltou à vida. A cena mostra com realismo vívido a colorida variedade de costumes orientais.

São Francisco Xavier celebrando missa na Igreja de São Paulo em Goa
Reinoso retrata o santo proferindo missa na Igreja de São Paulo em Goa, a primeira igreja jesuíta no Oriente. São Francisco Xavier está dando Comunhão a uma congregação de nobres portugueses e índios em frente a um altar maneirista decorado com um belo altar frontal.

Related Post

São Francisco Xavier alivia a sede de seus companheiros de viagem
A cena aconteceu durante a viagem pelo Oceano Índico, a caminho de Malaca, quando o navio ficou sem água potável. Então São Francisco Xavier foi convidado pelos passageiros desesperados a abençoar a água do mar, que ele tocou no mar com os pés; de repente a água salgada se tornou potável, aliviando assim a sede de todos os viajantes.

São Francisco Xavier é tentado por demônios
Segundo o biógrafo, a cena deve ter acontecido quando São Francisco Xavier visitou o túmulo do apóstolo Tomé em Melliapor (costa leste da Índia) e ficou lá para um retiro espiritual. Aqui o santo é brutalmente tentado por demônios, enquanto ao mesmo tempo implora a ajuda a Nossa Senhora.

Ciclo de Pintura II
Na sacristia, há duas grandes e valiosas arcas de gavetas do século 17, feitas de jacarandá e madeira de rosas, revestidas de ébano e incrustadas de marfim. As paredes são quase completamente cobertas com três valiosas pinturas dispostas em frisos sobrepostos no teto abobadado. A fila mais baixa de vinte pinturas, considerada a mais importante, narra incidentes e milagres na vida de São Francisco Xavier, especialmente seus viaja para o Extremo Oriente. Eles foram executados pelo pintor maneirista português do século XVII André Reinoso (ca. 1590-depois de 1641) e seus colaboradores. A linha do meio do século 18 é atribuída a André Gonçalves (1687-1762). Ele descreve vários estágios da Paixão de Cristo entrelaçados com pinturas alegóricas legendadas com senhas bíblicas. Essas peças eram velhas faixas processionais, encomendado em 1761 pela Casa da Caridade de Lisboa de Gonçalves; depois foram desmontados e dispostos como figuras na sacristia. No friso superior, as pinturas são cenas da vida de Santo Inácio Loyola, fundador da Companhia de Jesus. Eles vieram aqui do noviciado jesuíta agora extinto em Cotovia e são atribuídos a Domingos da Cunha, a “Cabrinha”.

São Francisco Xavier abençoa soldados portugueses
A cena mostra um evento verdadeiramente histórico, a saber, a batalha naval contra os piratas acheneses em 4 de dezembro de 1547, no mar de Malaca. A pintura mostra São Francisco Xavier dando bênção aos soldados portugueses antes de partirem para o mar aberto para repelir os invasores de atacarem Malaca.

São Francisco Xavier impede que o navio de Diogo Gomes destrua
A pintura retrata outro milagre atribuído a São Francisco Xavier. Quando ele estava viajando para as Ilhas Molucas, a bordo do navio comandado por Diogo Gomes, em 1546, aparentemente o navio foi pego por uma tempestade repentina e alguns passageiros caíram do navio. No entanto, devido às orações do santo, a tragédia foi evitada e ninguém morreu. Até as poucas pessoas que caíram no mar foram resgatadas em segurança.

São Francisco Xavier e o milagre do caranguejo
A cena apresenta um dos famosos milagres registrados pelo biógrafo xaveriano João de Lucena. Quando o missionário viajou pelas ilhas Molucanas, nomeadamente da Ilha Amboin à Ilha Ceram para visitar os cristãos portugueses, de repente o navio foi jogado por ondas enormes e o missionário perdeu seu crucifixo. Mas quando o tormento diminuiu e os passageiros puderam desembarcar, ele ficou atônito ao encontrar a cruz na praia segura por um caranguejo.

São Francisco Xavier tenta deter a invasão de piratas acheneses em Malaca
A pintura retrata outro evento histórico, a saber, quando São Francisco Xavier se opôs fortemente à invasão de Malaca pelos piratas da Achenese em 1547. A cena mostra uma multidão de piratas muçulmanos segurando suas bandeiras e tentando atacar a cidade-fortaleza enquanto o santo pede a ajuda das tropas portuguesas para conter o assalto.

Viagem de São Francisco Xavier ao Japão via Kagoshima
A pintura mostra São Francisco Xavier viajando pelo Japão, depois de desembarcar em Kagoshima, em 1549. Aqui ele é acompanhado por seu discípulo e intérprete japonês favorito Anjiro, que o ajudou a se aproximar dos nativos japoneses. O missionário partiu de Malaca em julho de 1549, junto com dois companheiros jesuítas, pe. Cosme de Torres e Juan Fernandes Oviedo.

São Francisco Xavier pregando no tribunal Daimio de Yamaguchi
A cena mostra o santo pregando na corte de daimio Oufsi Yoshikata de Yamaguchi, em março de 1551. O santo está tentando, com a ajuda de intérpretes e do Espírito Santo, simbolizado por uma pomba, explicar os rudimentos da fé cristã. o japonês. Foi precisamente em Yamaguchi que ele iniciou seu diálogo cultural e espiritual com o Japão.

São Francisco Xavier cura um homem doente no Japão
A cena aconteceu provavelmente durante sua permanência na corte de Daimio Fu-Tcheu, a moderna Funai (hoje Oita), capital do Bungo, em setembro de 1551. O Daimio de Bungo seria um dos primeiros convertidos à fé cristã e ali poderoso protetor dos missionários jesuítas.

A viagem tempestuosa de São Francisco Xavier depois de deixar o Japão
A composição mostra uma situação dramática, a saber, a viagem de volta do Japão em 1552, através do mar da China. Segundo seu biógrafo, a embarcação que transportava o santo e muitos passageiros foi atingida ferozmente por uma tempestade que durou cinco dias. Ventos fortes rasgaram velas e cordas e forçaram os marinheiros a distribuir viajantes em pequenos barcos, a fim de aliviar o navio. Enquanto o pintor descreve essa atmosfera sombria, ele mostra o santo em oração pacífica, tentando cheio de esperança para acalmar a situação.

Morte de São Francisco Xavier na ilha de Sanchian
A cena representa a morte de São Francisco Xavier na ilha chinesa de Sanchon (ou Sanchian) em 3 de dezembro de 1552, em uma pequena corrente de pescadores locais, enquanto ele aguardava permissão para desembarcar na China continental. O santo é mostrado dando seu último suspiro, proferindo a palavra Jesus, enquanto recebe a visão do céu.

Recebendo o corpo de São Francisco Xavier na Igreja de São Paulo em Goa
O corpo do santo morto foi removido de Sanchoan e transportado pelo veleiro português Santa Cruz para Malaca em fevereiro de 1553, onde recebeu a primeira homenagem pública. Posteriormente, o cadáver foi enviado para Goa para receber a homenagem dos cristãos locais reunidos na Igreja de São Paulo. A pintura mostra uma celebração emocionante em que as principais classes sociais veneram o apóstolo da Índia: no centro, o vice-rei seguido pelos nobres, o clero em procissão e os simples fiéis que cercam o caixão, mostrando grande devoção.

Igreja e Museu de São Roque
A Igreja de São Roque é uma igreja católica romana em Lisboa, Portugal. Foi a igreja jesuíta mais antiga do mundo português e uma das primeiras igrejas jesuítas em qualquer lugar. O edifício serviu como igreja natal da Sociedade em Portugal por mais de 200 anos, antes que os jesuítas fossem expulsos daquele país. Após o terramoto de Lisboa em 1755, a igreja e a sua residência auxiliar foram entregues à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para substituir a sua igreja e sede que haviam sido destruídas. Ainda hoje faz parte da Santa Casa da Misericórdia, um de seus muitos edifícios históricos.

A Igreja de São Roque foi um dos poucos edifícios em Lisboa a sobreviver ao terremoto relativamente incólume. Quando construída no século XVI, foi a primeira igreja jesuíta projetada no estilo “igreja-auditório” especificamente para a pregação. Contém várias capelas, a maioria em estilo barroco do início do século XVII. A capela mais notável é a Capela de São João Batista do século XVIII, um projeto de Nicola Salvi e Luigi Vanvitelli, construído em Roma com muitas pedras preciosas e desmontado, transportado e reconstruído em São Roque; na época era a capela mais cara da Europa.

O Museu de São Roque foi aberto ao público pela primeira vez em 1905, localizado na antiga Casa Professada da Sociedade de Jesus, uma casa religiosa ao lado da Igreja de São Roque. Esta igreja foi fundada na segunda metade do século XVI, como a primeira igreja da Companhia de Jesus em Portugal. Mantinha o nome original do antigo santuário de São Roque, que existia no mesmo local. O seu interior mostra uma grande e rica variedade de obras de arte, nomeadamente azulejos, pinturas, esculturas, mármores incrustados, talha dourada, relicários, etc, todos pertencentes hoje à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Misericórdia trabalha]. Nesta igreja destaca-se a famosa capela lateral de São João Batista, encomendada pelo rei João V de Portugal a artistas italianos, e construída em Roma entre 1744 e 1747,

O museu exibe uma das mais importantes coleções de arte religiosa em Portugal, originárias da Igreja de São Roque e da Casa Professada da Companhia de Jesus. Este património artístico foi doado à Misericórdia de Lisboa por D. José I, em 1768, após a expulsão da Companhia de Jesus do território nacional. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa é uma instituição secular de trabalho social e filantrópico, com mais de 500 anos ajudando a população da cidade através de uma ampla gama de serviços sociais e de saúde.

Coleções altamente valorizadas de obras de arte, bem como vestimentas litúrgicas, compõem o tesouro artístico do Museu de São Roque, que vale a pena visitar ao lado da igreja.

Share