Pavilhão Robillion, Palácio Nacional de Queluz

A ala oeste, adjacente à sala dos embaixadores, foi acrescentada ao plano inicial do palácio por Jean-Baptiste Robillion, que substitui Mateus Vicente de Oliveira depois que ele foi solicitado pelo marquês de Pombal para a reconstrução de Lisboa após o terremoto de 1755. O Pavilhão, atualmente conhecido pelo nome do arquiteto responsável por sua construção, foi erguido após o casamento de D. Pedro com D. Maria. Aqui estavam os aposentos particulares de muitos monarcas que habitavam o Palácio (D. Pedro III, D. João VI, D. Carlota Joaquina, D. Miguel, D. Pedro IV). É a única área coberta com piso de parquet de madeira brasileira exótica, com predominância de madeira sagrada e de cetim, e com decorações em papel dourado e policromático

O Pavilhão Robillion inclui a Sala de Despachos, a Sala Açafatas, a Sala de Lanches, a Sala D. Quixote, o Oratório, a Sala da Rainha e o Vestiário da Rainha.

Sala de expedição
As paredes são revestidas com painéis de óleo sobre tela, representando as ruínas italianas da Antiguidade Clássica, pelo cenógrafo italiano Giovanni Berardi.
Com uma decoração neoclássica, apresenta paredes com painéis de óleo sobre tela, retratando antigas ruínas italianas do cenógrafo italiano Giovanni Berardi, provavelmente inspirado em pinturas de Giovanni Paolo Pannini (1691-1765). No teto, um grande painel representa uma alegoria da “Corrida do tempo”, executada em 1940 pelo pintor Fernando Mardel, que substitui o original do mesmo tema, desaparecido no incêndio de 1934.

Na época de D. Pedro III, essa dependência servia de sala de espera para os camareiros do monarca, também para banquetes e jantares durante as festividades de verão de São João e São Pedro. O príncipe regente D. João o usou em reuniões ministeriais, audiências e expedições, para as quais ele tinha um dossel montado lá. Mais tarde, respectivamente em 1830 e 1874, foi o quarto dos reis D. Miguel e D. Luís.

Quarto açafrão
Essa sala servia como antecâmara onde as damas e açafrão aguardavam as ordens da rainha aguardavam as ordens. Possui paredes forradas com lona, ​​com pintura à têmpera no estilo Pillement.

Snack Room
A decoração rococó em polpa de ouro enquadra quatro grandes telas – integradas nas paredes – que representam almoços de caça.

O quarto era de um tamanho quadrado e pequeno. Era para ser concluída em 1767, acreditando em um documento referente ao pagamento “ao carpinteiro que colocou as rosas no teto”, cuja composição decorativa sugere favos de mel.

Com uma ornamentação de polpa de ouro estilo rococó, emoldurando um conjunto de quatro grandes telas figurativas e seis portões de natureza morta, tudo nesta sala evoca sua função como a sala de jantar real.

As quatro grandes telas envolventes, de grande riqueza iconográfica, representam almoços de caça, nos quais damas e cavaleiros, sentados informalmente no chão e cercados por armas e cães, desfrutam de uma pausa de caça nos prazeres da conversa e da gastronomia. Uma provável alegoria às estações do ano, perceptível pela atitude dos personagens e pelo tipo de vegetação circundante, permite identificar a representação da parede ao lado do Salão de Açafatas com o verão e a parede de frente para o jardim. inverno.

Quarto Don Quixote
Construído no terceiro quartel do século XVIII, segundo o projeto do arquiteto Jean-Baptiste Robillion, cria a ilusão de um espaço circular, dado pelo arranjo das oito colunas que cortam os cantos e sustentam a cúpula do teto, enfatizada por a decoração radiante do parquet.

Sua decoração é baseada em um conjunto de espelhos e ornamentos de talha dourada e pasta de papel rococó, que emolduram as oito pinturas da moldura e os nove portões, contendo episódios da obra de Cervantes El Ingenioso Hidalgo Dom Quixote da Mancha. O teto, cuja decoração já é filiada ao espírito neoclássico, é encimado por uma tela central, tendo como tema uma “Alegoria da Música”. Todo o programa pictórico da sala, realizado em 1940 pelo pintor Fernando Mardel, retoma os temas das telas originais perdidas no incêndio.

Esta é a sala mais conhecida do Palácio, onde nasceram a maioria das crianças de D. João VI e D. Carlota Joaquina, entre elas o bebê D. Pedro – Imperador do Brasil e Rei de Portugal -, que também morreu aqui. 1834, vítima de tuberculose, apenas trinta e seis anos.

Oratório
Neste oratório, comum ao Quarto D. Quixote e à Quarta Rainha, uma delicada e rica obra de talha dourada é atribuída ao escultor-escultor António Ângelo. Decorado com os temas da Paixão de Cristo, apresenta dentro de um Cristo na Cruz acompanhado pelas Santas Mulheres.

Quarto da rainha
Único quarto no palácio com ornamentos de papel prateado. Essa divisão, atualmente reduzida a partir de seu espaço original, teria servido de quarto em diferentes momentos para D. Pedro III, Príncipe Regente D. João e Rainha D. Carlota Joaquina. A decoração original das pinturas em espelho foi perdida, representando “anjos e meninos dormindo, esticando e brincando”.

Vestiário da rainha
Rota iconográfica rica em artigos de toalete masculinos e femininos do século XVIII, ilustrados através de onze painéis de lona pintados com cenas infantis.

Esse espaço de boudoir ou vaidade mantém sua decoração rococó em pasta de papel dourada e policromada (papier maché), emoldurando onze painéis de pinturas pintadas em espelhos com cenas de crianças, fornecendo uma rota iconográfica interessante nas várias fases do banheiro masculino e feminino. Século XVIII.

O teto, com uma decoração floral sugerindo uma cesta aberta, é paralelo ao design do piso de madeira. O mesmo tema floral também é abordado nos trabalhos em pedra das fachadas exteriores, onde a balaustrada da janela central é encimada por uma cesta de flores e frutas.

Palácio Nacional de Queluz
Localizado entre Lisboa e Sintra, o Palácio Nacional de Queluz é um dos principais exemplos dos estilos arquitetônicos rococó e neoclássico da segunda metade do século XVIII em Portugal.

Comissionada em 1747 pelo futuro rei Pedro III, casada com a rainha Maria I, a residência foi inicialmente projetada como uma casa de veraneio e, portanto, um local privilegiado para o lazer e entretenimento da família real, mas que se tornou seu lar permanente desde 1794 até sua partida para Brasil em 1807, após a invasão do país pelos exércitos de Napoleão.

Grandiosas salas de reuniões, locais de culto e salas privadas se sucedem em uma íntima interconexão com os jardins como parte fundamental desse ambiente indutor de prazer. Ao longo da espetacular Escada do Lions, do artista francês Jean-Baptiste Robillion, chegamos ao monumental Canal de Azulejos, com seus grandes painéis retratando portos marítimos e cenas da corte. Os caminhos do jardim são animados pelas esculturas italiana e britânica, principalmente com temas mitológicos, e destacando o conjunto de esculturas de chumbo do artista londrino John Cheere, ao lado de inúmeros lagos e outras características da água.

A evolução do gosto da corte ao longo dos séculos 18 e 19, fortemente influenciada pelo gosto francês e italiano e inglês, é particularmente apresentada nos interiores do palácio, nos jardins históricos e nas coleções.

O Palácio Nacional de Queluz é agora administrado pela empresa pública Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML), criada em 2000, após o reconhecimento pela UNESCO, em 1995, da Paisagem Cultural de Sintra como Patrimônio Mundial.