Plantas do Brasil Central – Resgate histórico e herbário virtual de Auguste Glaziou, Museu Nacional do Brasil (Restauração Digital)

A exposição “Plantas do Brasil Central – Resgate histórico e herbário virtual de Auguste Glaziou” tem como foco a divulgação cultural e científica, atuando na interface da memória e da produção científica. Promovida pelo Herbário e pelo Departamento de Botânica do Museu Nacional / UFRJ, contará com a conferência “Auguste Glaziou e os jardins na segunda metade do século XIX” pelo professor Carlos Terra, diretor da Escola de Belas Artes (EBA / UFRJ) e o lançamento do site http://glaziou.cria.org.br, que apresenta o herbário virtual de Auguste Glaziou.

O projeto “Plantas do Brasil Central: resgate histórico e herbário virtual de Glaziou” tem como objetivo fornecer imagens e informações sobre espécimes da flora brasileira coletados por Auguste François Marie Glaziou em suas expedições no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Goiás; além de fornecer imagens históricas dos jardins projetados por ele no século XIX.

O site apresenta material bibliográfico e imagens em alta resolução dos espécimes coletados por Glaziou e que fazem parte das coleções de herbário do Museu Nacional / UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil e do Museu Nacional de História Natural de Paris, na França.

O Herbário do Museu Nacional, o primeiro do país, foi fundado em 1831 por Ludwig Riedel. Entre suas coleções, destaca-se o de Auguste François Marie Glaziou, paisagista e botânico francês do século XIX que, durante o segundo reinado, atraiu a atenção do imperador Dom Pedro II, que em 1858 o nomeou Diretor Geral de Bosques e Jardins de Rio de Janeiro.

Glaziou foi responsável pela reforma do primeiro parque do Rio, o Passeio Público, no Rio de Janeiro, reaberto em 1862. O naturalista também foi responsável pelos projetos dos jardins da Quinta da Boa Vista em 1876 e Campo de Santana, concluídos em 1880. No período de 1861 a 1897, realizou expedições científicas no Brasil para a coleta de espécimes de plantas nos quatro estados da região Sudeste e em Goiás, na região aproximada do atual Distrito Federal. Seus principais objetivos eram obter espécies nativas de valor ornamental para seus projetos paisagísticos e ampliar o conhecimento científico sobre a flora nacional.

O paisagista distribuiu seus exsicatas entre vários herbários, sendo o Museu Nacional e o Museu Nacional de História Naturelle seus maiores depositários. Sua coleção, “Plantas do Brasil Central”, compreende 22.770 exemplares. As plantas do Brasil Central exibirão, entre outras, a exsiccata número 1 coletada por Glaziou no banco de areia de Copacabana.

Para o desenvolvimento do projeto “O Herbário Virtual de August Glaziou”, que fazia parte do edital do Reflora com a colaboração do CNPq, foi estabelecido um Acordo de Cooperação entre três instituições: o Museu Nacional / UFRJ (Rio de Janeiro, Brasil) , Museu Nacional de História Naturelle (Paris, França) e o Centro de Referência e Informação Ambiental (Cria / São Paulo, Brasil). O projeto reuniu os dados repatriados, todas as informações presentes nos rótulos das exsicatas, incluindo imagens de alta resolução dos espécimes coletados por Glaziou no Brasil e depositados nos herbários dos dois museus. O projeto utiliza a rede speciesLink como plataforma, garantindo toda a funcionalidade dessa rede aos usuários.

Museu Nacional no Rio de Janeiro
O Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é a instituição científica mais antiga do Brasil que, até setembro de 2018, figurava como um dos maiores museus de história natural e antropologia das Américas. Está localizado dentro do parque Quinta da Boa Vista, na cidade do Rio de Janeiro, sendo instalado no Palácio São Cristóvão.

O Museu Nacional / UFRJ faz parte do Ministério da Educação. É a instituição científica mais antiga do Brasil e o maior museu de história natural e antropologia da América Latina. Fundada por D. João VI em 6 de junho de 1818, e inicialmente sediada em Campo de Sant’Anna, serviu ao país para promover o desenvolvimento cultural e econômico do país.

Originalmente chamado Museu Real, foi incorporado à Universidade do Brasil em 1946. Atualmente, o Museu faz parte da estrutura acadêmica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O Museu localizado no Paço de São Cristóvão, de 1892 – residência da Família Imperial Brasileira até 1889 – conferiu-lhe um caráter diferenciado se comparado a outras instituições da região. É o mesmo lugar em que a família real viveu há tantos anos (onde D. Pedro II nasceu e a Primeira Assembléia Constituinte Republicana), e hoje é a interface entre memória e produção científica.

O Museu Nacional abrigava uma vasta coleção com mais de 20 milhões de itens, abrangendo alguns dos registros mais relevantes da memória brasileira no campo das ciências naturais e antropológicas, bem como conjuntos de itens amplos e diversos de diferentes regiões do planeta, ou produzido por povos e civilizações antigas. Formada ao longo de mais de dois séculos através de coleções, escavações, trocas, aquisições e doações, a coleção foi subdividida em coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia e antropologia biológica (incluindo os remanescentes do esqueleto de Luzia nesse núcleo). fósseis nas Américas), arqueologia e etnologia. Foi a base principal da pesquisa realizada pelos departamentos acadêmicos do museu – que desenvolve atividades em todas as regiões do país e em outras partes do mundo, incluindo o continente antártico. Possui uma das maiores bibliotecas especializadas em ciências naturais do Brasil, com mais de 470.000 volumes e 2.400 obras raras.