Biblioteca, Palácio de Mafra

A biblioteca rococó, situada na parte de trás do segundo andar, é realmente o destaque deste palácio, rivalizando com a grandiosidade da biblioteca da Abadia de Melk, na Áustria. Construída por Manuel Caetano de Sousa, esta biblioteca tem 88 m de comprimento, 9,5 m de largura e 13 m de altura. O piso magnífico é coberto com azulejos de mármore rosa, cinza e branco. As estantes de madeira em estilo rococó estão situadas nas paredes laterais em duas fileiras, separadas por uma varanda com uma grade de madeira. Eles contêm mais de 36.000 volumes encadernados em couro, atestando a extensão do conhecimento ocidental entre os séculos XIV e XIX. Entre eles, há muitas jóias bibliográficas valiosas, como a incunábula. Estes belos volumes acabados foram encadernados na oficina local (Livraria) no estilo rocaille (também de Manuel Caetano de Sousa).

A Biblioteca Monástica Real do Palácio Nacional de Mafra é uma das bibliotecas européias mais importantes, com uma valiosa coleção de c. 36.000 volumes, um “ex libris” da ilustração do século iluminado. XVIII.

A biblioteca é conhecida por morcegos que protegem os livros de danos causados ​​por insetos. A Biblioteca foi usada nas Viagens de Gulliver (1996) como a Grande Câmara de Guerra do Imperador de Lilliput.

Algumas obras raras, como a coleção de incunábulos (obras impressas até 1500) ou a famosa “Crônica de Nuremberg” (1493), além de várias Bíblias ou a primeira Enciclopédia (conhecida como de Diderot et D’Alembert), os Livros de Horas iluminadas do século XV e ainda um importante núcleo de partituras de autores portugueses e estrangeiros, como Marcos Portugal, J. de Sousa, João José Baldi, entre outros, especialmente escritos para os seis órgãos históricos da Basílica.

História
Localizada no 4º andar da ala leste do monumento, a Biblioteca ou Livraria, como também foi chamada, ocupa a mais nobre e vasta de todas as salas do edifício em forma de cruz com c. 85 m de comprimento e 9,5 m de largura. Pavimentada em pedra de lyros de várias cores, possui no centro uma abóbada sustentada por quatro arcos, fechada em pedra de mármore onde é esculpido um rosto humano representando o sol.

Para a constituição de sua coleção, o rei Magnanimus enviou ao exterior emissários especiais encarregados de adquirir todos os melhores e mais novos impressos lá. A biblioteca possui c. 30.000 volumes, do século XV ao XIX, cobrindo temas diferentes como Teologia, Sermão, Direito Civil e Canon, História, Geografia e Viagens, Matemática, Arte e Música, Medicina, etc. Toda essa coleção está no contexto da melhoria da imprensa até o século XVIII, um fator importante no desenvolvimento e disseminação de idéias. Também de considerável interesse é a coleção de manuscritos, principalmente os Livros das Horas iluminados do século XIX. XV e também o núcleo das partituras de músicos portugueses como João de Souza Carvalho, Marcos Portugal ou Baldi, entre outros.

Para atestar a importância desta coleção, um Brief concedido pelo Papa Bento XIV em 1754, além de proibir, sob pena de excomunhão, o desvio ou empréstimo de obras impressas ou manuscritas não licenciadas pelo Rei de Portugal, concede a ele permissão para incluir nos livros de sua coleção proibidos pelo Index.

A Biblioteca, cujo armazenamento atual começou em 1809, foi organizada por Frei João de Santa Anna, de acordo com o que chamou de Regra das 4 Ordens. É curioso notar que, após um trabalho exaustivo e metódico do frade, que resultou em um catálogo de manuscritos de oito volumes, as normas utilizadas para sua organização permanecem muito atuais – entrada principal feita por sobrenome, obras anônimas são inseridas por título, como bem como o uso de referências cruzadas.

Palácio Nacional de Mafra
O Palácio Nacional de Mafra está localizado no município de Mafra, no distrito de Lisboa, em Portugal, a cerca de 25 km de Lisboa. É constituído por um palácio monumental e mosteiro em estilo barroco joanino, no lado alemão. O trabalho de sua construção começou em 1717 por iniciativa do rei D. João V, em virtude de uma promessa que ele havia feito em nome da prole que obteria da rainha D. Maria Ana, da Áustria.

Construído no século XVIII pelo rei João V em cumprimento de um voto de obter sucessão de seu casamento com D. Maria Ana da Áustria ou a cura de uma doença que ele sofreu, o Palácio Nacional de Mafra é o monumento mais importante do barroco em Portugal.

Construído em pedra lioz da região, o edifício ocupa uma área de quase quatro hectares (37.790 m2), compreendendo 1200 divisões, mais de 4700 portas e janelas, 156 escadas e 29 pátios e lobbies. Tal magnificência só foi possível por causa do ouro do Brasil, que permitiu ao monarca colocar em prática uma política de patrocínio e reforço da autoridade real.

É classificado como Monumento Nacional e declarado Patrimônio da Humanidade em 2019 pela UNESCO.