Categories: Arquitetura

Barroco elizabetano

Barroco elisabetano (em russo: Елизаветинское барокко) é um termo para o estilo arquitetônico barroco russo, desenvolvido durante o reinado de Elizabeth da Rússia, entre 1741 e 1762. É também chamado de “estilo rocaille” ou “estilo rococó”. O arquiteto italiano Francesco Bartolomeo Rastrelli é a figura chave desta tendência, que ainda recebe o nome de ‘Barroco Rastrelliano’. O arquiteto russo Savva Chevakinsky também é uma figura de renome que representa esse estilo.

Estilo
Ao contrário dos antigos estilos barrocos russos, como o barroco petrino, o barroco elisabetano tendia a apreciar o barroco moscovita e mantinha a própria essência dos elementos arquitetônicos russos, como as cinco cúpulas em forma de cebola.

O barroco elisabetano tendeu a criar a arquitetura da grandeza a fim de glorificar o poder do Império Russo. Rastrelli projetou majestosos complexos palacianos em São Petersburgo e seus arredores: o Palácio de Inverno, o Palácio de Catarina e o Palácio de Peterhof. Estes palácios caracterizam-se por proporções gigantescas, esplendorosas decorações douradas, o uso de duas ou três tonalidades de cor pelas suas fachadas, o requinte acrescido pela sua douração, conferem a estes edifícios um estilo particular. O caráter festivo da obra de Rastrelli deixou sua marca em toda a arquitetura russa de meados do século XVIII. Seu trabalho mais espetacular é o Convento Smolny em São Petersburgo, o modelo que ele fez demonstra a ambição do projeto original que não foi completado: a imensa torre piramidal nunca foi construída.

Rastrelli foi influenciado pelos arquitetos franceses Germain Boffrand e Robert de Cotte; os grandes arquitetos da Europa Central, de Balthasar Neumann (Würzburg) a François de Cuvilliés (Munique), de Matthäus Daniel Pöppelmann (Dresden) a Fischer von Erlach (Viena, Salzburgo); os mosteiros em Moscou; sem mencionar as reminiscências de Gian Lorenzo Bernini e do barroco italiano. Ele adaptou o gosto barroco italiano à imensidão da paisagem de São Petersburgo, sua arte é feita de um amálgama de todos esses estilos, que ele conseguiu transcender em uma síntese original, mais russa do que européia.

Related Post

Além de alguns interiores, não é correto considerar esse estilo como rococó; por exemplo, as frentes do Palácio de Inverno, de Rastrelli, com estuques coloridos exuberantes, marcados por imponentes colunatas e aberturas de janelas delicadas, possuem a solidez do barroco maduro, e não a leveza curvilínea do rococó.

O estilo barroco elisabetano também é encontrado nas obras de arquitetos moscovitas de meados do século XVIII, particularmente os de Dmitry Ukhtomsky e Ivan Fyodorovich Michurin. Em São Petersburgo, com a imperatriz Elizabeth Petrovna, uma série de arquitetos competiu na realização de palácios: Fyodor Semenovich Argunov (ru), Savva Chevakinsky, Andrey Kvasov, entre outros. O arquiteto suíço Pietro Antonio Trezzini era o especialista no campo dos edifícios religiosos. Com exceção de algumas construções de Andrey Kvasov, Antonio Rinaldi, Johann Gottfried Schädel e a Igreja de Saint Andrew, de Rastrelli, em Kiev, o estilo raramente é visto na Ucrânia.

Após a morte da imperatriz Elizabeth Petrovna, as ordens de construção foram passadas para Antonio Rinaldi, que já havia trabalhado para o pequeno pátio do Palácio Oranienbaum. Ele se recusou a imitar as realizações grandiosas de Rastrelli e introduziu o estilo rococó na arquitetura da corte. Nos anos seguintes a 1760, Rinaldi, como outros renomados arquitetos, abandonou o estilo barroco e voltou-se para a estética do classicismo.

Share