Museu da Casa Brasileira, São Paulo, Brasil

O Museu da Casa Brasileira (MCB), uma instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, dedica-se às questões do lar brasileiro através da arquitetura e design. Ao longo de mais de quatro décadas de existência, tornou-se referência nacional e internacional nessas áreas para a promoção de programas como o Design MCB Award, um concurso criado em 1986 com o objetivo de incentivar a produção brasileira no segmento e as Casas do Brasil projeto, resgate e preservação da memória sobre a diversidade da vida brasileira.

Primeiro museu do Brasil dedicado à arquitetura e design, o MCB (Brazilian House Museum) apresenta exposições temporárias e mantém uma coleção de móveis brasileiros do século XVII até os dias atuais. Entre as principais características do museu estão o MCB Design Award, um concurso anual realizado desde 1986, e um projeto de documentação mapeando tipos típicos de moradias no Brasil chamado “Brazilian Houses”, um trabalho em andamento em sua quinta edição com exposições e publicações anuais. A coleção MCB reúne móveis e objetos representativos da casa brasileira, ultrapassando três séculos de história. O calendário de eventos culturais da MCB inclui concertos gratuitos de música ao vivo aos domingos e visitas noturnas guiadas gratuitas a cada quinzena. O museu também possui uma agenda baseada em oficinas, mesas redondas, lançamentos de livros e revistas sobre uma ampla gama de temas relacionados à arquitetura e design, como planejamento urbano, sustentabilidade, conservação, patrimônio histórico e economia criativa, que formam o núcleo de suas atividades. Educação e Pesquisa, possibilitando intercâmbios nacionais e internacionais.

Visão geral
O Museu da Casa Brasileira (MCB) é uma instituição da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, dedicada a questões de cultura material na casa brasileira em termos de arquitetura e design. Localizado na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, na antiga mansão do ex-prefeito de São Paulo, Fábio da Silva Prado e sua esposa, Renata Crespi Prado, é o único museu brasileiro especializado em design e arquitetura, tendo se tornado uma referência nacional e internacional nesses temas.

Entre suas inúmeras iniciativas, destacam-se o Design MCB Award, realizado desde 1986, com o objetivo de incentivar a produção brasileira no segmento, e o projeto Casas do Brasil, para resgatar e preservar a memória sobre a diversidade da vida brasileira.

O Museu dedica seu espaço a duas exposições de longa duração: Coleção MCB, com uma seção da coleção da instituição composta por móveis e objetos representativos da casa brasileira do século XVII até os dias atuais, e A Casa e a Cidade – Crespi Prado Coleção, que aborda o uso residencial da propriedade que hoje abriga o museu através da vida cotidiana e da trajetória de seus moradores originais: o casal Renata Crespi e Fábio Prado, protagonista de transformações históricas, culturais e urbanas na cidade de São Paulo. A coleção com objetos e móveis fica no piso superior do museu. As fotos ajudam o visitante a ver o desenvolvimento da região onde o museu está localizado.

O programa do MCB inclui exposições temporárias e uma agenda baseada em debates, palestras e publicações que contextualizam a vocação do museu para arquitetura e design, contribuindo para a formação de um pensamento crítico sobre vários temas, como urbanismo, habitação, economia criativa, mobilidade urbana e sustentabilidade. A instituição investe em atividades de extensão educacional, com atenção a públicos especiais e no desenvolvimento de técnicas e materiais de apoio, tanto para visitas guiadas quanto para públicos espontâneos. Também está na agenda cultural o projeto Music at MCB, que traz apresentações musicais gratuitas nas manhãs de domingo, entre março e dezembro. Todas essas ações representam um crescimento notável na agenda do museu e a evolução gradual do número de audiências recebidas,

Além disso, o MCB mantém o arquivo Ernani Bruno, um arquivo de citações sobre equipamentos, usos e costumes domésticos da sociedade brasileira ao longo de sua história que traz, na versão digital, 28 mil arquivos contendo relatórios de viajantes, leitura fictícia, família e testamentos de inventários que revelam hábitos culturais do lar brasileiro. Produzido na década de 1970 por um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo, o trabalho está organizado em 24 temas, incluindo alimentação, construção, costumes domésticos, móveis e outros, e faz parte da coleção de arquivos do museu. O arquivo é o único desse tipo no país.

As atividades no museu acontecem por meio de recursos públicos da Secretaria de Cultura e também por meio de parcerias com instituições e produtores culturais.

História
O MCB foi criado em 1970, como o Museu de Móveis Artísticos e Históricos do Brasil, membro da rede de museus do Governo do Estado, vinculado à Secretaria de Cultura. Em 1972, ganhou sua sede definitiva, uma mansão neoclássica construída entre 1942 e 1945, originalmente para abrigar o ex-prefeito de São Paulo (1934-1938), Fábio da Silva Prado e sua esposa Renata Crespi Prado. O projeto arquitetônico, projetado por Wladimir Alves de Souza, refere-se às linhas do Palácio Imperial em Petrópolis (RJ). Sua construção faz parte da expansão urbana da primeira metade do século XX em São Paulo, quando a elite da cidade deixou o centro para morar na periferia do rio Pinheiros.

O casal morou na residência por 18 anos e a transformou no centro de grandes recepções oficiais. Após a morte de Fábio Prado, que não deixou herdeiros, Renata Crespi saiu de casa e, em 1968, doou o imóvel à Fundação Padre Anchieta. Por sua vez, a Fundação emprestou o edifício como um empréstimo à Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.

Durante a administração do governador Abreu Sodré, seu secretário de Finanças, Luís Arrobas Martins, envolvido no projeto de aquisição de obras de arte para os palácios de Bandeirantes e Boa Vista e no processo de criação de uma rede estadual de museus e instalações culturais, idealizou instituição dedicada à conservação, restauração, pesquisa e exposição de móveis, implementos e objetos de arte e decoração de interiores considerados de valor histórico ou artístico para o país. Assim, em março de 1970, foi inaugurado o chamado “Museu do Mobiliário Artístico e Histórico Brasileiro”. O historiador Ernani Silva Bruno foi convidado a dirigir o novo museu.

No início, o museu foi instalado em uma mansão no shopping Nothmann, no bairro de Campos Elísios. Ernani Silva Bruno presidiu o Conselho Diretor do Museu, também composto por intelectuais como Paulo Duarte e Sérgio Buarque de Hollanda. Foi criada uma comissão para avaliar as peças a serem compradas, com base em seu valor sociológico, histórico e artístico. O objetivo da instituição incipiente era adquirir peças de qualidade excepcional, representativas da cultura brasileira. Assim, a administração do museu começou a distribuir notícias na imprensa, para que fossem apresentadas propostas de venda e doação de objetos.

Em novembro de 1970, a Fundação Padre Anchieta concedeu o uso do Solar Fábio Prado, emprestando ao governo do estado, que pretendia instalar ali o museu recém-fundado. Na ocasião, o nome da instituição foi alterado para “Museu da Cultura Paulista” e seu campo de atuação foi ampliado: o objetivo era tornar o museu um centro de estudos, destinado a pesquisar a complexa gama de informações sobre a evolução material da cultura. de São Paulo. São Paulo e Brasil. A nova denominação não chegou a um consenso, causando um longo debate entre os vereadores. Em 1971, após quase um ano de debates, foi aprovada a proposta de Sérgio Buarque de Hollanda e Ernani da Silva Bruno de nomear o espaço como “Museu da Casa Brasileira”.

A transferência do museu para o Solar Fábio Prado levou mais um ano. Foi somente em 1972 que o museu começou a ocupar suas instalações atuais. Em 1976, uma reforma abrangente seria concluída para o melhor uso do museu. Paralelamente à adaptação da nova sede, o Conselho Diretor buscou, especialmente nos cinco primeiros anos de vida da instituição, uma expansão significativa da coleção, caracterizando o atual perfil sociológico e histórico da coleção. A grande quantidade de peças adquiridas durante a administração de Ernani Bruno permitiu a ampliação da performance didática do museu, que passou a apresentar exposições discussões permanentes e temáticas sobre a evolução do mobiliário brasileiro.

Ernani Bruno também estava muito comprometido em consolidar o museu como um centro de pesquisa, especializado na evolução dos equipamentos da casa brasileira e seus usos e costumes. Nesse sentido, foi essencial a transferência para o museu de um arquivo desenvolvido na década de 1970 pelo professor Carlos Alberto Cerqueira Lemos e por alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Este arquivo, que atualmente leva o nome do primeiro diretor do museu, é composto por mais de 28 mil arquivos com citações e informações sobre arquitetura, móveis e equipamentos domésticos, formas de construção, utensílios e comportamento na esfera doméstica. do século XVI ao século XIX, e revela toda a trajetória da cultura material no Brasil, além das peculiaridades, transformações e assimilações sofridas pela sociedade brasileira ao longo de seus primeiros quatro séculos de história. Esses registros foram atualizados pela historiadora Maria de Lourdes Juliao e publicados em CD-ROM e em uma coleção de cinco volumes.

A expansão do perfil museológico da instituição, ao longo dos anos, possibilitou o surgimento de novas propostas e abordagens, nas quais a arquitetura e o design ganharam um espaço considerável, por meio de exposições temporárias, conferências, prêmios e competições. Em 1986, foi criado o Prêmio de Design do Museu da Casa Brasileira, que rapidamente se estabeleceu como um dos prêmios de maior prestígio na área de design de produto no país e uma referência importante para profissionais e estudantes da área. Desde 1993, o museu também recebe o Prêmio Jovens Arquitetos, promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).

Nos anos 90, a mansão passou por uma nova reforma e a coleção do museu foi organizada em um novo arranjo espacial, seguindo critérios cronológicos. Ao mesmo tempo, o MCB recebeu emprestado a parte da rica coleção da Fundação Crespi-Prado. As obras, pertencentes à coleção particular dos primeiros proprietários da mansão, Fábio da Silva Prado e Renata Crespi Prado, foram retiradas da residência quando Renata doou o imóvel à Fundação Padre Anchieta. Atualmente, a coleção Crespi Prado pode ser vista em exposição permanente no segundo andar e na entrada do edifício. Entre as peças estão talheres, tapeçaria, talheres, pinturas e esculturas. Entre todos, destaca-se o busto de Renata Crespi Prado, de Victor Brecheret (1894-1955), além da pintura Florestas e Veados de Candido Portinari (1903-1962), os óleos de Di Cavalcanti e Almeida Junior (Favela e Negrinha, respectivamente). Além de exposições permanentes e temporárias, o Museu da Casa Brasileira possui uma agenda cultural fixa, promovendo apresentações musicais regulares. Também possui editor próprio, especializado em publicações sobre design, móveis, cultura material, costumes e usos da sociedade brasileira.

Coleção
Existem dois tipos de coleções no Museu da Casa Brasileira, a coleção de museus e a coleção de arquivos.

Coleção Archival
A Coleção de Arquivos é composta por cerca de 28 mil arquivos que compõem os relatos de viajantes, inventários familiares, literatura fictícia e uma série de vontades que manifestam os hábitos culturais da casa brasileira.

Coleção Museológica
A coleção museológica é composta por objetos e móveis emblemáticos da casa brasileira do século XVII ao XXI. Uma coleção incorporada por peças pertencentes ao casal de moradores reais (Fábio Prado e Renata Crespi) da propriedade, que hoje inclui o Museu da Casa Brasileira.

As obras “Coleção MCB” e “A Casa e a Cidade”, da coleção Crespi Prado, que mostram a trajetória dos primeiros moradores, também são exibidas nas exposições de longo prazo.

O Solar Fábio Prado
A mansão foi construída na década de 1940, como a residência do ex-prefeito de São Paulo, Fábio da Silva Prado, e sua esposa, Renata Crespi da Silva Prado. O projeto é do arquiteto do Pará Wladimir Alves de Souza – formado pela Escola Nacional de Belas Artes – Enba (Rio de Janeiro), amigo do casal. A pedido de Renata Crespi, a arquiteta reproduziu as linhas do Palácio Imperial em Petrópolis, projeto dos discípulos de Grandjean de Montigny. Wladimir também foi inspirado pelas vilas italianas de Palladio, como uma maneira de imbuir a residência com um caráter simbólico de riqueza e poder.

O design do edifício foi na direção oposta ao panorama arquitetônico da cidade na época, caracterizado por edifícios de plantas arrojadas – que não impediam que o interior da residência adotasse os padrões de modernidade e funcionalidade da época. O edifício consiste em um bloco central com dois andares e duas alas laterais. Em sua construção foram utilizados alvenaria de tijolos rebocados, arenito de piso de Minas Gerais, mármore português e “canal” de azulejos. Na decoração da mansão, foram utilizados materiais nobres e importados, desde o revestimento de pisos em mármore e portas em madeira nobre até os mosaicos italianos que decoram os banheiros. O trabalho foi concluído em 1945.

O casal morou na residência por mais de quinze anos. Durante esse período, a mansão tornou-se um local para recepções oficiais, onde permaneceram importantes autoridades do cenário político nacional e internacional, como o príncipe Ali Khan, a rainha Elizabeth II da Inglaterra e o príncipe Phillip, entre outros. Também foi frequentado por personalidades do meio artístico e intelectual brasileiro, recebendo o anual “Prêmio Fábio Prado por incentivar Ciências Humanas, Literatura, Teatro e Cinema” – que conferiu honras a nomes como Florestan Fernandes e José Lins do Rego. Com a morte de Fábio Prado em 1963 – que não deixou herdeiro, Renata Crespi deixou a mansão. Em março de 1968, Renata transferiu a propriedade do Solar Fábio Prado para a Fundação Padre Anchieta, de acordo com o desejo expresso na vida por seu marido. Em 1972, a Fundação Padre Anchieta cedeu o uso da energia solar como empréstimo ao Museu da Casa Brasileira.

Jardim
Inicialmente, o Solar Fábio Prado estava localizado em uma das extremidades de um extenso jardim, com uma área de aproximadamente 15.000 metros quadrados. No entanto, uma série de desapropriações e mudanças urbanas nos arredores reduziram a área verde para menos da metade do seu tamanho original. Mesmo assim, o atual jardim de aproximadamente 6.000 metros quadrados atrai plantas e árvores exóticas e espécies nativas da Mata Atlântica e também originárias do Japão, Vietnã e China, chamando a atenção em meio à densa massa de concreto da região onde é a mansão. Abriga aproximadamente 200 espécies de árvores brasileiras e diversas espécies de aves.

Atividades educacionais
Os visitantes do museu são incentivados a pesquisar as informações fornecidas, começando com suas próprias experiências e, assim, descobrindo novas sensações. Existem oficinas para famílias e o público em geral. Também desenvolve atividades especiais para pessoas com deficiência e o acesso é fácil. Os trabalhos foram posicionados em uma altura adequada apenas para conhecê-lo, e ainda existem vias de acesso aos quartos. O material informativo também está em Braille e também possui modelos táteis.

Prêmio de Design MCB
O Design MCB Award, criado por Roberto Duailibi na época diretor do museu, é realizado desde 1986, sendo o prêmio mais tradicional do segmento de design no Brasil. Existem duas etapas: na primeira etapa, o Concurso de pôsteres e, em seguida, os produtos e trabalhos escritos são premiados. As inscrições estão abertas entre fevereiro e março para o Concurso de pôsteres. Os participantes devem criar uma peça para divulgar o Prêmio. O pôster vencedor é impresso e distribuído pelo museu para anunciar as inscrições para o próprio prêmio. Existem 7 categorias de produtos na modalidade de produto e protótipo: móveis, utensílios, iluminação, eletrônicos, equipamentos de transporte e construção e têxteis. A amostra ou protótipo do projeto é apresentada apenas se o trabalho for selecionado para a segunda fase. Na categoria de obras escritas, existem duas modalidades: obras publicadas e não publicadas. O objetivo deste prêmio, acima de tudo, é chamar a atenção do setor industrial para a capacidade dos designers brasileiros.

Gestão
O Museu Casa Brasileira é administrado pela Organização Social da Cultura, a Casa Museu de Artes e Artefatos Brasileiros, CNPJ. 03.031.145 / 0002-29, mediante contrato firmado com a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.

Qualificada como organização de cultura social (OS) pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, a Casa Museu de Artes e Artefatos Brasileiros é gerente de SO do Museu da Casa Brasileira. Criada em 1997, a A Casa se interessa pelo objeto de gênese artesanal, semi-artesanal ou industrial, vista como expressão cultural. Favorece a produção brasileira, ou o foco no Brasil. Como mediadora de processos culturais, a A Casa incentiva a pesquisa e a troca de informações entre diferentes instituições por meio de projetos que geram pesquisas, exposições, livros e coleções de coleções. Dentro desta proposta, mantém, além dos equipamentos gerenciados, sede e operação próprias, localizadas na Av. Pedroso de Morais, 1234, no distrito de Pinheiros, em São Paulo.