Museu Nacional de Belas Artes do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil

O Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) é um museu de arte localizado na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Concentra a maior coleção de obras de arte do século XIX, sendo um dos museus mais importantes do gênero no país.

Localizado no centro histórico do Rio de Janeiro, em um eclético edifício de arquitetura projetado em 1908 pelo arquiteto Adolfo Morales de los Rios para sediar a Escola Nacional de Belas Artes, herdeiro da Academia Imperial de Belas Artes, o Museu Nacional de Belas Artes / O Ibram / MinC foi construído durante as reformas urbanas realizadas pelo prefeito Pereira Passos, na então capital federal do país.

Criado oficialmente em 1937 pelo decreto do presidente Getúlio Vargas, ocupa uma área de 18.000 m2 e é o museu de arte mais importante do país. Reúne uma coleção de setenta mil itens entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, objetos, documentos e livros, constituindo-se como um centro radiante de conhecimento e disseminação da arte brasileira.

A coleção do museu começou com o conjunto de obras de arte trazidas por Dom João VI, em 1808, e foi ampliada ao longo dos séculos XIX e XX com a incorporação da coleção da Escola Nacional e outras aquisições, e hoje possui cerca de 15.000 peças, incluindo pinturas, esculturas, desenhos e gravuras de artistas brasileiros e estrangeiros, além de uma coleção de arte decorativa, móveis, arte folclórica e um conjunto de peças de arte africana.

História
Embora o museu tenha sido oficialmente estabelecido em 13 de janeiro de 1937 e inaugurado em 19 de agosto de 1938, sua história é muito mais antiga, remontando à transferência da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808. Fugindo da invasão de Portugal pelas tropas francesas, o rei João VI estabeleceu ele mesmo no Rio de Janeiro, trazendo consigo um conjunto de obras de arte que originalmente pertencia à Coleção Real Portuguesa. Após o retorno do rei à Europa, grande parte dessa coleção ficou no Brasil e é identificada como o principal núcleo da arte européia no museu. A coleção foi posteriormente ampliada por Joachim Lebreton, um artista francês que liderou a Missão Artística Francesa que veio ao Brasil em 1816 para ajudar a organizar as artes no país.

A Missão Artística Francesa foi encarregada por João VI para organizar a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios no Rio de Janeiro. Seu primeiro edifício – projetado pelo arquiteto neoclássico francês Grandjean de Montigny – foi inaugurado em 1826 pelo imperador brasileiro Peter I. Por ocasião da inauguração do edifício, a Royal School foi renomeada Academia Imperial de Belas Artes. Nas décadas seguintes, a Academia Imperial, herdeira das propriedades de João VI, conseguiu expandir essa coleção, reunindo uma importante assembléia de pinturas e formando uma gliptoteca.

Após a proclamação da República em 1889, a Academia Imperial passou a se chamar Escola Nacional de Belas Artes. A escola permaneceu em seu prédio original nos anos seguintes. Mas na década de 1900 (década), o centro do Rio de Janeiro foi amplamente remodelado, seguindo os modelos de urbanização parisiense. Entre 1906 e 1908, foi construído um novo prédio para a Escola Nacional de Belas Artes na Avenida Central (atual Avenida Rio Branco), muito próximo à nova praça principal da cidade (a Cinelândia).

O estilo do novo edifício, projetado pelo arquiteto espanhol Adolfo Morales de los Ríos, é claramente inspirado no Museu do Louvre, em Paris. Porém, durante a construção, o projeto foi modificado, possivelmente por Rodolfo Bernardelli e, posteriormente, por Archimedes Memoria. Como resultado, o edifício apresenta um design eclético, com fachadas modeladas segundo diferentes estilos. A fachada principal da Avenida Rio Branco é inspirada no Renascimento francês, com relevos de frontão, colunata e terracota representando civilizações antigas, além de medalhões pintados por Henrique Bernardelli, retratando membros da Missão Artística Francesa e renomados artistas brasileiros. As fachadas laterais são mais claras e fazem referência ao renascimento italiano. Estão decorados com mosaicos parisienses com figuras de arquitetos, pintores e teóricos da arte, como Vasari, Vitruvius e da Vinci. A fachada traseira é estritamente neoclássica, decorada com relevos executados por Edward Cadwell Spruce. A decoração de interiores é baseada no uso de materiais nobres, como mármore, mosaicos, estuque, cristal, cerâmica francesa e estatuária. O edifício foi listado como um patrimônio nacional em 24 de maio de 1973.

A construção foi concluída em 1908. Nesse mesmo ano, a escola e sua coleção de arte começaram a ser transferidas para a nova sede. A coleção de pinturas foi instalada no terceiro andar. A coleção de cópias de gesso das estátuas antigas, usada nas aulas de arte, foi instalada no segundo andar, com um projeto museográfico especialmente desenvolvido para elas. O quarto andar foi concebido para abrigar os escritórios e estúdios administrativos para aulas práticas. Em 1931, a escola foi incorporada pela Universidade do Rio de Janeiro.

Quando o museu foi criado em 1937 pelo ministro da Educação Gustavo Capanema, herdou as propriedades da Escola Nacional de Belas Artes e foi instalado em sua sede; os escritórios administrativos da escola, os estúdios e a maioria dos cursos ficavam no prédio. Durante as décadas de 1940 e 1950, alguns cursos foram transferidos para outros locais. Em 1975, os demais cursos foram transferidos para um edifício moderno no campus principal da universidade (Ilha do Fundão), projetado por Jorge Moreira. Por ocasião dessa transferência, a coleção, até então compartilhada pelo museu e pela escola, foi desmembrada. A maior parte da coleção de arte ficou com o museu, e um conjunto de documentos, obras de arte “didáticas” ou obras de arte produzidas em atividades pedagógicas, bem como a coleção Jeronymo Ferreira das Neves (doada à escola de arte em 1947) foi transferida para o campus da Ilha do Fundão, servindo como acervo principal do Museu Dom João VI da universidade. Após a transferência, a Fundação Nacional de Artes foi instalada nas antigas salas da escola.

Nos anos 80, alguns sérios problemas estruturais foram detectados no edifício. Por representarem uma grande ameaça à preservação da coleção, o museu passou por uma série de reformas, com o objetivo de modernizar as áreas de exposição e reformular o projeto museográfico e, ao mesmo tempo, preservar o estilo e a decoração originais do edifício. Em meados dos anos 90, a Fundação Nacional de Artes foi transferida para outro local e o museu finalmente conseguiu ocupar todo o edifício. Atualmente, o museu conta com 6.733,84 metros quadrados de área de exposição e um depósito de 1.797,32 metros quadrados. Além das áreas de exposição e salas técnicas / administrativas, o museu possui laboratórios de conservação e restauração e estúdios para moldagem de gesso.

A biblioteca do museu é especializada em arte dos séculos XIX e XX. Além da coleção de cerca de 19.000 títulos, compreende mais de 12.000 itens audiovisuais, documentos iconográficos e textuais, livros raros, jornais, revistas, catálogos e outros materiais relacionados à história da instituição, desde a Academia Imperial até os dias atuais. Além de exposições permanentes e temporárias, o museu organiza atividades educativas para o público em geral e programas de educação artística para professores, com o objetivo de difundir e proporcionar uma melhor compreensão do patrimônio cultural brasileiro.

Exposições

Galeria de Molduras I e II
Um dos cartões postais do Museu Nacional de Belas Artes, as duas galerias de moldagem abrigam mais de 150 obras de gesso. Esta magnífica coleção consiste em peças moldadas em originais do período helenístico, romano e grego clássico (a chamada Era de Ouro). A maioria das molduras expostas nas duas galerias do 2º andar do MNBA são peças feitas do início do século XIX até 1928, principalmente no período entre 1860 e 1875, na França.

Na Academia Imperial de Belas Artes e, mais tarde, na Escola Nacional de Belas Artes (ENBA), o estudo do desenho foi realizado com moldes de gesso. Naquela época, entendia-se que a simples contemplação não era suficiente para entender a beleza da escultura clássica, e o desenho era necessário para alcançar o aspecto nobre e grandioso das obras.

Parte da coleção de molduras de gesso foi adquirida para preencher os nichos no segundo andar do edifício, construído em 1908 para abrigar a Escola Nacional de Belas Artes.

As molduras de gesso foram feitas usando a técnica de moldagem direta nas esculturas originais distribuídas nos principais museus da Europa. Atualmente, esse procedimento não é permitido, dando à coleção grande importância para a representação histórica da educação artística no Brasil.

Galeria de Arte Brasileira do Século XIX
Provavelmente a maior galeria de arte do país, concentra-se em um espaço não menos que os autores e obras mais importantes produzidos no século XIX no Brasil. Como se isso não bastasse, é a mais antiga galeria permanente de arte do Rio de Janeiro, porque, no início do século XX, abrigava uma seleção da pinacoteca da Escola Nacional de Belas Artes / Ibram / Minc.

Dentro da imensa Galeria de Arte Brasileira, com 2 mil metros quadrados e 8 metros de altura, estão em exibição 230 obras, ou seja, 100 a mais que a versão anterior. A coleção inclui pinturas, esculturas, arte em papel e móveis, todos restaurados para a exposição.

Entre os destaques da Galeria de Arte Brasileira do século XIX, estão ícones das artes visuais, como a Batalha do Avaí, de Pedro Américo (medindo 66m², data: 1872/1877); “Batalha dos Guararapes” (50m², data: 1879) e “Primeira Missa no Brasil” (1860), ambas de Vitor Meireles. Além dessas obras monumentais, a exposição também exibirá “Más Notícias”, de Rodolfo Amoedo (1895); “Descanso Modelo”, de Almeida Junior (1882), “Gioventu”, de Eliseu Visconti (1898), além de esculturas como “Cristo e a mulher adúltera”, de Rodolfo Bernadelli (1888), “Rio Paraíba do Sul” ”, De Almeida Reis (1886) e“ Alegoria do Império Brasileiro ”, de Chaves Pinheiro (1872). Além disso, trabalhos assinados por Belmiro de Almeida, Debret, Agostinho da Mota, Taunay, Araújo Porto Alegre, Zeferino da Costa, Castagneto, Antonio Parreira, Henrique Bernardelli,

Galeria de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea
Um amplo e rico painel de arte nacional do século XX e hoje aguarda o visitante na Galeria de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea. Com mais de 1.800 m² de área e preenchida permanentemente com cerca de 170 obras da coleção do Museu, a Galeria de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea exibe alguns dos nomes mais expressivos da produção artística moderna e contemporânea, incluindo doações recentes incorporadas ao acervo. Coleção MNBA.

O espaço é dividido em dois andares, abrigando pinturas, esculturas, gravuras, desenhos e instalações. No 1º andar, a exposição concentra obras do início até o final do século XX, enquanto o 2º andar da Galeria de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea exibe obras produzidas a partir dos anos 80 até hoje.

O prazer visual é proporcionado por obras de ícones como Goeldi, Carlos Oswald, Lasar Segall, Di Cavalcanti, Portinari, Zélia Salgado, Fayga Ostrower, Pancetti, Abraham Palatnik, mais recentemente chegando a Vanda Pimentel, Daniel Senise, Gonçalo Ivo, Rubem Ludolf , Manfredo Souzaneto, Luis Áquila, Sergio Fingerman, Tomie Ohtake, entre muitos outros autores importantes.

Com curadoria de técnicos do MNBA, a Galeria de Arte Contemporânea Brasileira Moderna é dotada de uma linguagem museológica moderna, na qual a exposição é montada em uma orientação cronológica, contendo núcleos temáticos voltados ao diálogo com a arte contemporânea.

Colecções
Desde o seu início em 1808, a coleção de obras de arte foi enormemente expandida e agora possui cerca de 20.000 itens. As coleções incluem pintura, escultura, desenho, além de artes decorativas, móveis, arte folclórica e arte africana.

Arte brasileira

Pinturas
O Museu Nacional de Belas Artes é o herdeiro das coleções reunidas desde o início do século XIX pela Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios e seus sucessores (Academia Imperial de Belas Artes e Escola Nacional de Belas Artes), ou seja, a instituição nacional responsável pelo registro da produção pictórica brasileira. Portanto, é amplamente aceito que nenhuma outra coleção, pública ou privada, é capaz de apresentar um panorama tão amplo e abrangente da pintura brasileira referente à Missão Artística Francesa, à pintura dos séculos XIX e XX, mesmo em condições análogas. A coleção inclui várias obras de Nicolas-Antoine Taunay, Jean-Baptiste Debret, Félix Taunay, Victor Meirelles (mais de 150 obras, incluindo A Primeira Missa no Brasil e Batalha dos Guararapes), Pedro Américo (Batalha de Avaí, Moisés e Joquebede, etc.), Almeida Júnior (camponeses perseguindo, O lenhador brasileiro, etc.), Manuel de Araújo Porto-alegre, Pedro Weingärtner, Rodolfo Amoedo, João Zeferino da Costa, Henrique Bernardelli, Eliseu Visconti, Castagneto, Hipólito Caron, Antônio Parreiras, e muitos outros.

Embora a coleção de pinturas seja particularmente forte no século XIX, inclui também pinturas representativas do período colonial, como obras de Manuel da Cunha, Leandro Joaquim e Manuel Dias de Oliveira. A seção moderna inclui um modesto conjunto de pinturas de artistas intimamente relacionados à Semana de Arte Moderna (Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Vicente do Rego Monteiro etc.) e uma coleção mais representativa de pintores modernistas ativos em a partir de 1930 (Cândido Portinari, Djanira, Guignard, Cícero Dias, Alfredo Volpi, Maria Leontina, Ivan Serpa, Iberê Camargo, etc.). Entre os nomes contemporâneos, a coleção inclui Hélio Oiticica, Paulo Pasta e Eduardo Sued.

Esculturas
A seção de escultura brasileira é a menor entre os departamentos de arte do museu e também tem suas origens nas propriedades da antiga Academia Nacional. Várias obras de arte da coleção foram adquiridas através da transferência de obras produzidas por artistas que receberam uma subvenção do governo para estudar na Europa. O escultor Rodolfo Bernardelli, que foi nomeado diretor da Academia no final do século 19, foi o responsável por iniciar o encontro sistemático de esculturas. Ele também é o escultor mais bem representado da coleção, com mais de 250 obras doadas por seu irmão após sua morte. A escultura acadêmica brasileira também é representada por Marc Ferrez, Chaves Pinheiro, Almeida Reis e Correia Lima, entre outros.

A coleção de esculturas modernas e contemporâneas inclui nomes como Celso Antônio de Menezes, Franz Weissmann, Amílcar de Castro, Rubem Valentim, Sérgio de Camargo, Farnese de Andrade, etc. Nos últimos anos, o museu ampliou sua coleção de esculturas coloniais de séculos XVII e XVIII, a maioria dos quais de autoria não registrada.

Impressões
O Museu Nacional de Belas Artes possui uma das mais importantes coleções de gravuras do país, um conjunto de obras capazes de fornecer um panorama notável do desenvolvimento histórico da técnica de impressão no Brasil. A coleção inclui obras de August Off, Emil Bauch, Carlos Oswald, Oswaldo Goeldi, Lívio Abramo, Lasar Segall, Maria Bonomi, Fayga Ostrower, Carlos Scliar, Poty Lazzarotto, Edith Behring, Anna Letycia Quadros, Dionísio del Santo, Anna Bella Geiger, Rubens Gerchman. Além das impressões, a coleção inclui um grupo de 126 blocos de madeira de Goeldi, 62 placas de cobre de Carlos Oswald e 27 placas de Djanira, etc. A coleção de impressões está permanentemente disponível para consulta de pesquisadores, artistas e público em geral. “Gabinete de Gravuras” e é apresentado em exposições temporárias na Sala Carlos Oswald.

Desenhos
A seção de desenhos brasileiros do Museu Nacional de Belas Artes contém cerca de 4.000 obras, sendo uma das maiores coleções da instituição. Inclui trabalhos sobre lápis, caneta, tinta, giz de cera, aquarela, giz e outras técnicas, produzidas como esboços ou como obras de arte independentes. O núcleo principal é composto pelas grandes assembléias de obras de Victor Meirelles e dos irmãos Rodolfo e Henrique Bernardelli, além de outros mestres do século XIX, como Rodolfo Amoedo, Grandjean de Montigny, Zeferino da Costa, Eliseu Visconti, Manuel de Araújo Porto -alegre, Lucílio de Albuquerque e Henrique Alvim Corrêa, mas a coleção também inclui vários artistas modernos e contemporâneos, como Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Flávio de Carvalho, Oswaldo Goeldi, Cândido Portinari, Anna Maria Maiolino, Gregório Gruber e Aldemir Martins. Um dos destaques da seção moderna é a montagem de mais de 600 desenhos de Djanira.

Arte internacional

Pinturas
A seção de pinturas internacionais do Museu Nacional de Belas Artes representa o núcleo inicial das propriedades do museu. Nasce da coleção do rei João VI de Portugal, que foi transferida para o Brasil em 1808, juntamente com a corte portuguesa. Posteriormente, a coleção foi ampliada com as pinturas trazidas por Joaquim Lebreton, que veio ao Brasil com a missão de organizar a primeira academia de arte do país. As aquisições e doações subseqüentes ampliaram bastante a coleção de arte internacional, que hoje é uma das mais representativas entre os museus da América do Sul. Grande parte da coleção é composta por pinturas européias, principalmente francesas, seguidas de escolas italianas, portuguesas, espanholas, holandesas e flamengas e, em menor grau, por pinturas dos países da América Latina, Canadá e Estados Unidos. A pintura mais antiga da coleção remonta ao século XIII, mas a maior parte refere-se ao século XIX.

A coleção de pinturas italianas é notável por seções específicas, como obras de arte maneiristas e barrocas. Os artistas representados incluem Bartolomeo Passarotti, Luca Cambiaso, Gioacchino Assereto, Giovanni Lanfranco, Il Raffaellino, Francesco Albani, Antonio Maria Vassallo, Antonio Maria Vassallo, Luciano Borzone, Simone Cantarini, Valério Castello, Jacopo Vignali, Grechetto, Giambattista Langetti, Ciro Bacri, Francesco Cozza, Francesco Cozza, Ciro Bacci, Francesco Albanz, Antonio Maria Vassallo, Luciano Borzone, Simone Cantarini, Valerio Castello, Corrado Giaquinto, Francesco Guardi, Tiepolo e Alessandro Magnasco.

O núcleo das pinturas francesas é composto principalmente por obras de arte dos séculos XVIII e XIX. Além dos pintores da Missão Artística Francesa, inclui nomes como Jacques Courtois, Jean-Baptiste Marie Pierre, François Bonvin, Théodule Ribot, Jules Breton, Jean-Paul Laurens, Constant Troyon, Jean-Jacques Henner, Jules Dupré, Gustave Doré, Henri Harpignies, Alfred Sisley, Armand Guillaumin, Edmond Aman-Jean e Henri Martin. Entre os destaques das coleções está o grupo de 20 pinturas de Eugène Boudin, um dos maiores conjuntos desse tipo fora da França.

A coleção de pinturas holandesas, flamengas e alemãs é composta principalmente por obras do século XV ao XVII. Inclui um importante grupo de oito paisagens brasileiras do artista holandês Frans Post, o primeiro paisagista do Novo Mundo. A coleção também inclui pinturas de Joos van Cleve, Hans von Kulmbach, Jan Dirksz Both, Michiel Jansz. Van Mierevelt, Jan Brueghel, o Velho, Abraham Brueghel, David Teniers, o Jovem, Daniel Seghers, Gerard ter Borch, David Beck e Jan Steen.

Outros artistas europeus apresentados na coleção incluem Juan Pantoja da Cruz, Bernardo Germán de Llórente e Federico de Madrazo (espanhol), Francisco de Holanda, Silva Porto, António Pedro, Columbano Bordalo Pinheiro e José Malhoa (português), Emile Claus (belga) ), Árpád Szenes (húngaro) e Carlos Schwabe (suíço). A pintura latino-americana é representada por várias obras anônimas da Escola de Cuzco e por alguns artistas modernos, como os argentinos Benito Quinquela Martín e Cesáreo Bernaldo de Quirós. Também representam a arte das Américas os canadenses Marc-Aurèle de Foy Suzor-Coté e Paul Duff.

Esculturas
O museu possui uma pequena coleção de escultura internacional, a maior parte das quais datada do século XIX. Diferentemente da coleção de esculturas brasileiras, esse conjunto de obras não se reunia por meio de aquisições sistemáticas, mas por doações esporádicas e legados. Entre eles, destacam-se o busto romano de mármore de Antínous, que remonta ao século II aC, bem como o torso grego de uma mulher. A coleção também inclui três bustos de bronze de François Rude, The Harvester de Constantin Meunier, Meditação sem Armas de Auguste Rodin e outras obras de Antoine-Louis Barye, António Teixeira Lopes, etc. Diversas obras da coleção são de artistas estrangeiros ativos no Brasil durante o século XIX, como os irmãos franceses Marc e Zéphyrin Ferrez e o italiano Augusto Girardet. A coleção também inclui uma série de reduções em bronze produzidas por empresas artístico-industriais, como Barbedienne, e uma coleção didática de cópias de gesso das antigas estátuas gregas e romanas.

Impressões
O museu possui aproximadamente 2.000 exemplos de impressões internacionais. Embora não seja extensa em tamanho, a coleção é consideravelmente diversificada e eclética, oferecendo um breve panorama da história da gravura em civilizações distintas. O grupo de gravuras flamengas, holandesas e alemãs é de particular importância. Os autores da coleção incluem Pieter de Jode I, Albrecht Dürer, Hans Sebald Beham, Cornelis Visscher, Anthony van Dyck e Hundred Guilder Print de Rembrandt. A escola francesa também está bem representada. Além de obras de artistas como Jacques Callot e Claude Lorrain, o museu possui dois álbuns de Gustave Doré, com xilogravuras produzidas para ilustrar jornais, além de 80 litografias de Honoré Daumier, imbuídas de críticas políticas e sociais, publicadas na década de 1830. pela revista histórica Le Charivari.

A gravura italiana da coleção é representada pelas obras de Agostino Carracci, Piranesi, Bartolozzi, Tiepolo e impressões de reprodução de Giovanni Folo e Raffaello Morghen. Outros gravadores importantes representados são Francisco de Goya (Los disparates), William Hogarth e Joseph Mallord William Turner. As estampas modernas incluem várias obras de Pablo Picasso, Joan Miró, Jacques Lipchitz, Marc Chagall, Wassily Kandinsky e Jacques Villon. Outro destaque da coleção é o conjunto de mais de cem xilogravuras japonesas dos séculos XVII e XVIII (ukiyo-e) de artistas como Utamaro e Hiroshige.

Desenhos
O Museu Nacional de Belas Artes possui uma coleção pequena, mas altamente distinta, de desenhos internacionais. A maior parte das peças é de origem francesa, incluindo 247 desenhos de Grandjean de Montigny e outras obras de François Gérard, Honoré Daumier, Rosa Bonheur, Édouard Detaille, Henri-Edmond Cross e Jean-Louis Forain, etc. Outras escolas européias bem representadas na coleção incluem Itália (Bartolomeo Cesi, Annibale Carracci, Guido Reni, Pompeo Batoni), Portugal (Francisco de Holanda, Domingos Sequeira, Vieira Portuense, José Malhoa), Holanda e Alemanha (Paulus Potter, Johann Moritz Rugendas), entre outros.

Outras coleções

Arte folclórica brasileira
O acervo de arte folclórica do museu é composto por 442 obras, atestando diversos aspectos etnológicos das sociedades regionais do Brasil. A coleção inclui obras de natureza funcional e artística, e seu valor reside em sua capacidade de revelar as condições de vida, tradições, religiosidade, recreação, ideais estéticos, criatividade e a relação humano-natureza dos povos do Brasil, bem como as relações regionais. diferenças em relação a essas questões. A piedade popular e outros aspectos da religião no Brasil estão bem documentados na coleção, que inclui muitos exemplos de ex-votos, estátuas de barro e madeira, etc. Manuel Eudócio, Zé Caboclo e Mestre Cândido são alguns dos artesãos representados na coleção.

Arte africana
A coleção de arte africana do museu é composta por esculturas em madeira, máscaras, objetos cerimoniais, objetos funcionais, esculturas de marfim e bronze, têxteis, ornamentos corporais e outros itens relacionados a vários grupos étnicos, a maioria dos quais indígena da África Ocidental, mais especificamente , à reentrância do Benim. A coleção é de particular importância por sua unidade geográfica coerente, que permite a identificação de fluxos interétnicos entre grupos como Ashanti, Bassa, Baoulé, Dan, Bambara, Fon, Fulani, Senufo, Yoruba e grupos não identificados do Benin. É, portanto, um registro importante dos símbolos comuns do poder político, social e econômico, referente às teorias pan-africanas. Outro aspecto importante da coleção é o fato de várias obras, principalmente de natureza devocional, estarem intimamente relacionadas à cultura afro-brasileira.

Novos idiomas
A coleção, atualmente em formação, tem a missão de adquirir, pesquisar e exibir a coleção de arte contemporânea da instituição, principalmente no que diz respeito às novas linguagens que aparecem em nossa história da arte do século passado. Também passa a atuar na discussão e na disseminação da criação artística no mundo atual, principalmente no cenário brasileiro, considerando suas variadas formas e promovendo a reflexão sobre questões que dizem respeito à cultura contemporânea. Dessa forma, pretende apresentar manifestações que promovam formas artísticas recentes ou que ainda ecoem como referências essenciais na atual produção brasileira, refletindo as mudanças na arte e na cultura em favor da criação contemporânea. A coleção incorpora idiomas como vídeo, instalação, performance, objeto, projeto, livro do artista e outras mídias híbridas.

Conservação
A unidade de conservação e restauração é responsável por preservar o acervo do Museu Nacional de Belas Artes – MNBA, prolongando a permanência de bens culturais e, assim, possibilitando seu estudo, divulgação e exposição.

As atividades voltadas para a conservação e restauração do acervo já foram desenvolvidas em 1937, ano em que o MNBA foi criado e o acervo da Escola Nacional de Belas Artes foi transferido para o museu, acompanhando toda a trajetória da instituição.

Os métodos utilizados para esses fins podem ser classificados como diretos e indiretos. Os métodos diretos incluem intervenções em mercadorias visando a conservação curativa de um dano ou a estabilização do processo de deterioração, inerente aos materiais que constituem os objetos. Métodos indiretos são atividades de conservação preventiva que incluem: monitoramento de objetos, monitoramento de condições ambientais, embalagem, manuseio, entre outras atividades.

A fim de manter a preservação de sua coleção, o MNBA mantém dois grandes laboratórios de restauração equipados para permitir o tratamento de trabalhos em papel, pinturas e objetos tridimensionais, onde são realizadas intervenções nas obras. Através de um acordo ou cooperação técnica, os Laboratórios de Conservação e Restauração do MNBA podem responder a solicitações de outros museus e instituições similares.

O centro de conservação também é responsável por monitorar e gerenciar as obras de guarda na Reserva Técnica, computando cerca de 22.000 itens.

Em 2006, a reserva técnica praticamente dobrou seu espaço útil. Atualmente, temos 1.736 metros quadrados para armazenar a coleção que não está em exibição. Além de ampliar os espaços, o projeto de modernização da reserva possibilitou a compra de móveis adequados e a instalação de um sistema de ventilação automatizado que fornece filtragem e desumidificação do ar que circula dentro da reserva técnica.