Basílica, Palácio de Mafra

A igreja é construída na forma de uma cruz latina com um comprimento de 63 m. É bastante estreito (16,5 m), uma impressão acentuada pela altura de sua nave (21,5 m). O vestíbulo (alpendre da Galiléia) contém um grupo de grandes esculturas em mármore de Carrara, representando os santos padroeiros de várias ordens monásticas.

O interior faz uso abundante de mármore local cor de rosa, misturado com mármore branco em diferentes padrões. Os desenhos multicoloridos do piso são repetidos no teto. A abóbada de cano repousa sobre semicolunas coríntias caneladas entre as capelas laterais. As capelas do transepto contêm retábulos em jaspe, feitos por escultores da Escola de Mafra. Os corredores laterais exibem 58 estátuas de mármore encomendadas aos melhores escultores romanos da época. A capela de Todos os Santos no transepto é protegida do cruzamento por grades de ferro com ornamentos de bronze, feitos em Antuérpia.

O coro tem um magnífico castiçal gigante com sete lâmpadas brotando da boca de sete cobras enroladas. Acima do altar principal, inserido no teto, está um gigantesco crucifixo de jaspe de 4,2 m, ladeado por dois anjos ajoelhados, feitos pela Escola de Mafra. A cúpula sobre a travessia também foi inspirada na cúpula de Sant’Agnese in Agone (do arquiteto barroco romano Francesco Borromini). Esta cúpula de 70 m de altura com uma pequena lanterna no topo é realizada por quatro arcos finamente esculpidos em mármore rosa e branco.

Existem seis órgãos, quatro dos quais estão localizados no transepto, constituindo um conjunto bastante incomum. Foram construídos por Joaquim Peres Fontanes e António Xavier Machado Cerveira entre 1792 e 1807 (quando as tropas francesas ocuparam Mafra). Eles foram feitos de madeira brasileira parcialmente dourada. O tubo maior tem 6 m de altura e um diâmetro de 0,28 m. O rei João V encomendou vestimentas litúrgicas de mestres bordadores de Gênova e Milão, como Giuliano Saturni e Benedetto Salandri e da França. Eles atestam excelente qualidade e mão de obra pelo bordado em técnica de ouro e pelo uso de fios de seda da mesma cor.

As pinturas religiosas da basílica e do convento constituem uma das coleções mais significativas do século XVIII em Portugal. Eles incluem obras dos italianos Agostino Masucci, Corrado Giaquinto, Francesco Trevisani, Pompeo Batoni e alguns estudantes portugueses em Roma, como Vieira Lusitano e Inácio de Oliveira Bernardes. A coleção de esculturas contém obras de quase todos os principais escultores romanos da primeira metade do século XVIII. Naquela época, representava a maior encomenda individual feita por uma potência estrangeira em Roma e ainda está entre uma das maiores coleções existentes.

A paróquia de Mafra e a Real e Venerável Confraria do Santíssimo Sacramento de Mafra têm sede na Basílica.

A basílica
A Basílica ocupa a parte central do edifício, ladeada pelas torres sineiras. Foi feito de acordo com o projeto do arquiteto de origem alemã Frederico Ludovici, que após sua longa estadia na Itália, o concebeu no estilo barroco italiano. Ele tem a forma de uma cruz latina com comprimento total de 58,5 me largura máxima de 43 m no cruzeiro, sob a qual se eleva a junção de 65 m de altura e 13 m de diâmetro. O zimbro levou dois anos para ser construído e foi finalizado após ser substituído. Quarenta e um homens trabalhavam lá ao mesmo tempo, sem se incomodarem. Oitenta e seis juntas de bois foram necessárias para o seu transporte, acompanhadas por 612 homens que o apoiavam com cordas. Esta foi a primeira cúpula romana construída em Portugal.

Além da capela-mor, esta igreja possui duas capelas no cruzeiro, Sagrada Família (lado sul) e Santíssimo Sacramento (lado norte), duas capelas laterais, Nossa Senhora da Conceição, ao lado da Epístola, e São Pedro de Alcântara, no lado do evangelho, seis capelas laterais e dois salões, além de 45 tribunas.

As grades das duas capelas principais foram projetadas pelos irmãos Slotdz – Sébastien Antoine (1695-1754) e René Michel, disse Miguel-Angelo (1705-1764) – e por Sautray. Projetou a grade do Altar Superior (substituída por uma balaustrada de pedra na época da regência de D. João VI), executada pelo serralheiro G. Garnier, instalado nas Tuilleries, enquanto a grade da Capela do Santíssimo Sacramento é por os irmãos Slotdz, executados pelo mestre e serralheiro Destriches do Arsenal de Paris.

Esses cancelamentos foram inspecionados pelo ourives Germain, entre outros, e foram exibidos em Paris em 1730, antes de serem enviados para Portugal.

Sobre essas grades foram colocadas oito tochas que acenderam em ocasiões solenes.

Acima do altar-mor, há um conjunto escultórico do genovês Francesco Maria Schiaffino, representando Cristo Crucificado, Glória e dois anjos em adoração. O retábulo deste altar é de Francesco Trevisani e representa A Virgem, o Menino e Santo Antônio, a quem a Basílica é dedicada.

Pois a Basílica Real também encomendou ao rei, aos mais prestigiados pintores italianos e portugueses da época, as pinturas e telescópios de todas as capelas. Essas pinturas foram substituídas, no reinado de D. José, por retábulos e telescópios de mármore executados na Escola de Escultura de Mafra, fundada aqui sob a direção do mestre italiano Alessandro Giusti.

Destaca-se também a importante estatuária da fachada, Galiléia e interior, pelos mestres italianos, que é a coleção mais significativa de escultura barroca italiana fora da Itália. Existem 58 estátuas de escultores como Carlo Monaldi, Giovanni Battista Miani, Fillipo della Valle ou Pietro Bracci, representando os principais santos da Igreja, os Apóstolos, os Fundadores das mais importantes ordens religiosas, entre outros.

Órgãos
A Basílica de Mafra, organicamente projetada, concebida desde o início, é verdadeiramente inovadora ao considerar um conjunto integrado de seis órgãos, em vez de dois instrumentos grandes e três seções, geralmente ligados ao coro da igreja, como era habitual.

Desde o início, o projeto arquitetônico da basílica inclui a colocação de seis órgãos na área do altar-mor e o cruzeiro, porém sabemos que na consagração solene da basílica, e não sendo concluída, seis órgãos de portabilidade também foram utilizados.

Os seis instrumentos atuais foram encomendados durante o reinado do rei João VI para substituir as primitivas degradadas. Foram construídos pelos dois arqueiros portugueses mais importantes da época – António Xavier Machado e Cerveira e Joaquim António Peres Fontanes – e foram concluídos entre 1806 e 1807.

Os 6 instrumentos são feitos de madeira sagrada, com aplicações de hardware de bronze realizadas no Arsenal de Lisboa, representando flores, guirlandas, colunas e capitéis, além de vários instrumentos musicais, como buzinas e violinos, canetas para escrever, cartuchos de tinta e pautas musicais. O escultor Carlo Amattuci foi responsável pelo medalhão com a efígie de D. João VI, no órgão da Epístola.

Lord Byron, em suas cartas, referindo-se a este conjunto de órgãos, escreve: “… o mais bonito que já vi em termos de decoração”.

Na Biblioteca existe um importante núcleo de partituras de importantes músicos portugueses como João de Souza Carvalho, Marcos Portugal ou João José Baldi, que só podem ser tocados aqui.

Carrilhões
O Convento Real de Mafra possui um conjunto de dois sinos, que é uma série de sinos musicalmente afinados. No caso de Mafra, existem noventa e oito sinos, o que os torna um dos maiores carrilhões históricos do mundo.

Segundo a tradição, a pedido do rei, o marquês de Abrantes procurou descobrir o preço de um carrilhão e recebeu o valor de 400.000 réis de US $ 00, o que era considerado alto demais para um país tão pequeno. Ao qual D. João V, ofendido – era o monarca mais rico do seu tempo – respondeu: “Não achei que fosse tão barato; Eu quero dois! Assim, foi executado em Liège, nas oficinas de Nicholas Levache, o carrilhão da torre norte, e em Antuérpia, na fundição de Willem Witlockx, a da torre sul.

Cada torre sineira tinha cinquenta e oito sinos, pertencentes a cada quarenta e nove sinos. Os primeiros sinos pesam 625 arrobas [1 arroba = 14.688 kg] ou mais de 9.180 kg. Os de segunda magnitude pesam 291 arrobas, ou seja, 4.270 kg cada, os do terceiro 231 arrobos correspondem a 3.392 kg cada; os do quarto 99 arrobas pesam 1.454 kg cada. cada um e, assim, diminuindo para 1 sinos no menor, com cerca de 15 kg cada. Finalmente, as rodas e os moinhos de carrilhão pesam 1.420 quintais [1 quintal = 58.752 kg] ou 83.427,84 kg.

Os dois carrilhões são compostos simultaneamente por dois sistemas:
– O sistema mecânico funciona como um órgão Barbieri, com dois enormes cilindros de latão, onde são colocados estacas representando notas musicais. Quando acionado pelo mecanismo do relógio, o movimento dos cilindros faz com que as cavilhas toquem chaves ou papagaios de metal, movendo os martelos de sino de acordo com a melodia programada. O carrilhão mecânico tocava em todos os cômodos, meia hora, do nascer ao pôr do sol.
– O sistema manual é acionado por um guarda florestal, tocando com as mãos e os pés em um teclado que faz a campainha tocar.

Outros sinos pontuavam a vida do convento, como o Sino das Classes, que marcava o início destes, o Sino da Ala ou a Agonia, assim chamados porque tocavam quando um frade estava perto da morte, o sino do refeitório que tocou para sinalizar Finalmente, o sino da refeição, também chamado de sino do bacalhau, porque tocava apenas em dias rápidos, de manhã, às vésperas da missa, como nos diz o Padre João de Santa Ana.

Sacristia
A Sacristia é conectada à igreja por um corredor onde os confessionários dos homens foram colocados.

No fundo da sala está uma capela dedicada a São Francisco, que tem no altar uma pintura do pintor Inácio de Oliveira Bernardes, companheiro de D. João V em Roma, representando Os Chagas de São Francisco.

Em ambos os lados da porta estão armários de madeira do Brasil projetados para armazenar o jarro de vinho em massa, as caixas dos anfitriões e “outras coisas semelhantes” necessárias para a adoração, além dos relicários que foram colocados nos altares em feriados solenes.

Nas paredes de cada lado estão os arcos de madeira sagrada esculpidos com alças e fechaduras de bronze dourado e o chaveiro. São de Félix Vicente de Almeida, mestre escultor da Casa Real. Nesses arcos estavam as vestes dos padres.

A instalação da sacristia foi precedida por vários pedidos detalhados de informações do monarca, que queriam saber o que “as sacristias mais modernas e mais adequadas eram… ​​não apenas para o que elas pertenciam a guardar… mas também para seu uso. sacerdotes … ”, onde os confessionários foram colocados, o local para guardar os diferentes instrumentos religiosos nos armários e outras informações relacionadas, sempre com a preocupação de seguir os usos da Capela Papal.

Lavatório
A Sala de Lavatório serviu de apoio à Sacristia e à Basílica. Ali estavam guardados em dois armários embutidos na parede, os mísseis e mísseis e as gavetas com o nome de cada irmão, o amido e os sapatos que cada um usava no Ministério do Altar.

A parte inferior desses armários foi projetada para roupas sujas.

Nas paredes, quatro grandes pias de pedra “terrivelmente” com motivos vegetais e conchas, destinadas à lavagem das mãos. Cada pia possui uma grande bacia em forma de concha e três torneiras de bronze. As 4 pias são acionadas por tanques de água embutidos nas aberturas das portas e janelas.

Em ambos os lados das pias, dois grandes toalheiros de madeira sagrada para as toalhas de mão. No centro há outro armário de pedra, onde foram colocados os cálices, as pirâmides, os galheteiros e os sinos para a celebração eucarística.

No fundo desta sala, uma porta dá acesso às escadas para as Casas da Fazenda, onde ainda hoje estão armazenadas em armários de madeira do Brasil, as vestimentas da França e da Itália.

Escultura italiana
Para a Basílica Real de Mafra, D. João V encomendará qual será a coleção mais significativa de escultura barroca na Itália, fora de um total de 58 estátuas de mármore de Carrara.

Esta ordem significa, pelo rei Magnânimo, não apenas um desejo de magnificência e um efeito de prestígio a nível internacional, mas também uma tentativa de renovar uma forma de arte que não era uma grande tradição em Portugal e que mais tarde servirá de modelo para a formação de nacional. artistas.

Assim, a falta de grandes escultores nacionais na época, obriga o rei a recorrer à sua ordem na Itália, a grande Escola de Artes da época. Para o trabalho de Mafra, por exemplo, Carlo Monaldi, Pietro Bracci ou Giuseppe Lironi.

A coleção inclui os modelos de terracota das estátuas enviadas de Roma para aprovação real antes de sua execução final.

Seda
Os Regimentos Ordenadores Joanina do Convento Real de Mafra O ouro transformado em seda

A Obra Real de Mafra nasceu da vontade do rei D. João V, que trouxe aqui as principais riquezas do Reino, a saber, o importante influxo de ouro do Brasil. King-Maecenas, procurou criar em Portugal uma verdadeira “escola de artes” e, ao mesmo tempo, elevou sua “Cidade Real” ao esplendor das grandes cortes européias, como a Corte Papal ou Luís XIV.

Para esse fim, encomendou uma importante coleção de escultura e pintura italiana nos principais centros artísticos da época, enviando jovens artistas para estudar em Roma às suas próprias custas.

Para “vestir” a Basílica Real de Mafra, D. João V também recorrerá à “comissão estrangeira”.

As primeiras referências a essa coleção de “ornamentos” da Basílica aparecem no documento Relação da Magnífica Obra de Mafra, provavelmente de 1733/35. Esta é apenas uma lista, onde as peças são listadas apenas, sem grandes descrições. Mais detalhada é a Relação do Convento de Santo Antônio de Mafra, suas oficinas e Pallacios que serão fundados místicos (?) À referida obra do Convento sem data, mas provavelmente escrita entre 1733 e 1744 e no Monumento Sagrado de Frei João de São José do Prado, que detalha as cerimônias da consagração, das quais o autor era Mestre de Cerimônias.

Nelas estão listadas as vestimentas, a cor, a classificação em dias mais e menos solenes, a tipologia das peças e a proveniência, nomeadamente da Itália (Gênova e Milão) e da França. Alguns desses conjuntos foram solenemente abençoados na véspera do primeiro dia das celebrações da Festa da Basílica, mas essas ordens continuam até pelo menos 1734.

Na Itália, será José Correia de Abreu, major guarda aduaneiro, que, a mando de D. João V, dirige o P. José Maria da Fonseca Évora às ordens de Mafra. Fonseca Évora, um frade franciscano que se tornará bispo do Porto, foi embaixador de Portugal no Vaticano e ele próprio colecionador e especialista.

A partir dessa correspondência, sabemos que as roupas devem ser de “… seda, não adamascada ou lavrada, mas forte e muito dura … bordada com seda dourada tanto quanto possível com o mesmo ouro. Seja o design de bordado de bom gosto e trabalhe perfeitamente. ”

Lembremos que o fio de seda amarelo (e a cor amarela em geral) foi considerado no parlamento como o “ouro dos pobres”. Ou seja, era comum que uma paróquia que não pudesse comprar vestimentas de brocado de ouro usasse a cor amarela como pano de fundo ou, se não pudesse pagar o bordado em fio de ouro, pedisse em fio de seda amarelo.

No entanto, esse requisito das vestimentas para Mafra não está relacionado a dificuldades financeiras – D. João V era o monarca mais rico da Europa na época -, mas ao fato de serem destinadas a um convento franciscano vinculado por um voto de pobreza.

Mafra foi então encomendado em cinco cores litúrgicas: branco, vermelho, verde, roxo e preto.

Uso romano desde o século XIX. XVI, prescreve o uso exclusivo dessas cinco cores, que não podem ser substituídas por outras, e todo o tecido deve obedecer à cor dominante. No entanto, todos os tons da cor são permitidos.

O cânone colorido cobre a casula, o dalmatics, asperges ou a capa de chuva, túnica, estola, alça, luvas, meias e sapatos.

De acordo com o referido cânone, a vestimenta branca era usada nas festas de Nosso Senhor, exceto aquelas relacionadas à Paixão, em todas as festas de Nossa Senhora, os Anjos, os Confessores, as Virgens, as Santos Mulheres, a consagração das igrejas, Dia de Todos os Santos, festas do Espírito Santo e cerimônias de casamento

Carmesim serviu no Pentecostes, nas festas do Sangue Precioso e Instrumentos da Paixão, nos Apóstolos e nos Mártires.

O ornamento verde era usado para o domingo e para o ofício do tempo comum, ou seja, depois da Epifania e do Pentecostes.

O roxo para o advento, a Quaresma, as vigílias de jejum, a festa dos santos inocentes e as massas votivas de penitência ou mendicância.

E, finalmente, o traje preto serviu na Sexta-feira Santa e nas massas dos mortos. Respeitando essas cinco cores litúrgicas, há ornamentos bordados todos os dias do ano:

Ornamento de gorgorão branco todo bordado para confissões, Ornamento de gorgorão branco todo bordado para os dias mais solenes, Ornamento sebastiano bordado branco, feito em Gênova para os dias menos solenes, Ornamento de setembro carmesim todo bordado, feito em Gênova para os dias solenes, ornamento de gorgorão carmesim meyo bordado com flores soltas, feito na França para os dias menos solenes, ornamento de gorgorão carmesim com galões bordados e sebastos, feitos na França para os dias solenes massas, ornamento verde bordado setim meyo feito em Milão, ornamento roxo setim meyo made in Milan, setim enfeite de bordado preto para as missas solenes dos mortos, ornamento para cantar a paixão e ornamento roxo para bordar a paixão e outros em damasco simples, com apenas galões dourados.

Quanto à França, será Francisco Mendes de Gois, agente de Portugal em Paris, quem administrará essa ordem por ordem do cardeal de Mota, a quem sua correspondência é endereçada.

Os “ornamentos” vieram pelo mar, embalados em “caixões polidos, com suas separações … capazes de servir os mesmos caixões para mantê-los …”. Esses “caixões” ainda são usados ​​hoje para o seu alojamento na Farm House.

O inventário da época, o material – cetim para os italianos, gorgorão de seda para os franceses – a gramática decorativa muito diferente de cada grupo nos permite distinguir aqueles que vieram da França ou da Itália e, entre os italianos, aqueles que vêm de Gênova ou Milão

No entanto, além da correspondência mencionada de Fonseca Évora e Francisco Mendes Góis, nenhuma outra documentação é conhecida até o momento, como pedidos ou pagamentos, por isso é difícil atribuí-las a bordadeiras específicas.

A importância desta coleção também se relaciona ao alto número de peças que a compõem. A título de exemplo, o ornamento de gorgorão todo bordado que serve como o Confess (ou Corpo de Deus) tem vinte e cinco chasubles, oito dalmatics, doze capas bordadas, setenta chuvas, enquanto o ornamento de gorgorão carmesim com galões bordados para missas em oração. em dias solenes, tem dez casulos, dez paus, dez véus de cálice e dez sacos para o corpo

Lembremos que as vestimentas litúrgicas de uma vestimenta são geralmente para um, às vezes dois ou três celebrantes, e não com tanta frequência. Além das vestes das celebrações, muitos conjuntos também têm uma capa para missal, estante para estantes, capa para faldistória, estante para púlpito, pavilhão do tabernáculo, frente do altar e assim por diante.

Todas as cortinas que serviam para “vestir” a Basílica foram encomendadas. Da França, chegaram três grandes coberturas vermelhas bordadas às três capelas principais da Basílica – Altar-Maior, Santíssimo Sacramento e Sagrada Família – com suas respectivas sanefas e encosto e seis portas idênticas às mesmas capelas, oito coberturas iguais mas menores para as demais capelas, mais duas em gorgorão de seda branca, também com encosto, para o altar-mor e para a capela do Santíssimo Sacramento e os portões “irmãs”. Também do mesmo gorgorão bordado de seda branca, há onze copas menores, com encostos para as outras capelas.

Chegaram três tabernáculos do tabernáculo, um branco para a Confissão, outro branco, todo bordado e um vermelho, como o bordado meyo de flores soltas nos dias menos solenes, além de três – branco, vermelho e roxo – também todos bordados para o pequeno tabernáculo.

Da Itália vieram grandes pavilhões do tabernáculo idênticos às vestimentas verde e roxa genovesa, além de três para o pequeno tabernáculo, todos bordados, nas cores vermelho, roxo e branco.

Há também dois guarda-chuvas, um em gorgorão branco, todos bordados, e outro em damasco liso, com galões e franjas “douradas” e sete faixas processionais em diferentes cores litúrgicas.

Com relação às peças vindas de Paris, o documento Relação da Magnífica Obra de Mafra, citado acima, diz que os dosséis brancos e seus portões custam “150 mil e tantos cruzados”, enquanto os vermelhos e roxos “terão mais de quatrocentos mil cruzados “.

Por curiosidade, fontes do século XIX informam que D. João V afirmou que esses “ornamentos” lhe custaram tanto quanto o próprio edifício.

Também é feita referência ao pedido de todas as roupas “brancas de sacristia”, como “lentes cambraya com dois pés de largura e dois pés de largura”, “mangas de renda fina”, catracas, cotas, cotas, toalhas, corpo, sangue, panos de altar, etc.

A própria sacristia também foi objeto de pedidos detalhados de informações sobre como “as sacristias mais modernas e mais adequadas … não apenas para o que elas pertencem a guardar… mas também para o uso de padres…” como elas são. feitos e onde os confessionários são colocados, o local para guardar os diferentes utensílios religiosos nos armários, etc., sempre com a preocupação de seguir os usos da Capela Papal.

A maioria dessas peças ainda faz parte das coleções do Palácio Nacional de Mafra hoje.

Há também na coleção do Palácio algumas peças de vestuário bordadas em ouro, depois de D. João V, que serviu nos oratórios do Palácio e na Capela Real instalada aqui por D. João VI, bem como nas várias varandas da Basílica.

Eles são, no entanto, bastante diferentes tanto nos materiais usados ​​- aqui a lhama e os fios de ouro e prata – quanto na gramática decorativa.

Palácio Nacional de Mafra
O Palácio Nacional de Mafra está localizado no município de Mafra, no distrito de Lisboa, em Portugal, a cerca de 25 km de Lisboa. É constituído por um palácio monumental e mosteiro em estilo barroco joanino, no lado alemão. O trabalho de sua construção começou em 1717 por iniciativa do rei D. João V, em virtude de uma promessa que ele havia feito em nome da prole que obteria da rainha D. Maria Ana, da Áustria.

Construído no século XVIII pelo rei João V em cumprimento de um voto de obter sucessão de seu casamento com D. Maria Ana da Áustria ou a cura de uma doença que ele sofreu, o Palácio Nacional de Mafra é o monumento mais importante do barroco em Portugal.

Construído em pedra lioz da região, o edifício ocupa uma área de quase quatro hectares (37.790 m2), compreendendo 1200 divisões, mais de 4700 portas e janelas, 156 escadas e 29 pátios e lobbies. Tal magnificência só foi possível por causa do ouro do Brasil, que permitiu ao monarca colocar em prática uma política de patrocínio e reforço da autoridade real.

É classificado como Monumento Nacional e declarado Patrimônio da Humanidade em 2019 pela UNESCO.