Museu Nacional do Azulejo, Lisboa, Portugal

O Museu Nacional do Azulejo, ocasionalmente conhecido como Museu Nacional do Azulejo, é um museu de arte em Lisboa, Portugal dedicado ao azulejo, ladrilhos tradicionais de Portugal e do antigo Império Português, bem como de outras culturas iberofônicas. Instalada no antigo convento Madre de Deus, a coleção do museu é uma das maiores cerâmicas do mundo.

A missão do Museu Nacional do Azulejo é coletar, conservar, estudar e disseminar amostras representativas da evolução da Cerâmica e Azulejos em Portugal, promovendo as melhores práticas de Inventário, Documentação, Pesquisa, Classificação, Divulgação, Conservação e Restauro de Cerâmica e, muito . em particular, o azulejo. A missão do MNAz também integra a salvaguarda patrimonial da igreja e os demais espaços do antigo mosteiro da Mãe de Deus.

O MNAz busca se constituir como referência nacional e internacional, seja pela especificidade de suas coleções e seus espaços musealizados, seja pela excelência do conhecimento de que é responsável por produzir e apoiar.

O centro de suas atividades é a Cerâmica de Revestimento, por isso deve ser uma instituição de referência e apoio à formação acadêmica e profissional, pesquisa científica e tecnológica nas áreas de cerâmica de revestimento, e apoiar entidades públicas e privadas. que protegem o patrimônio construído com azulejos em todo o país.

Através das suas atividades, o museu torna conhecida a história da Azulejo em Portugal, tentando chamar a atenção da sociedade para a necessidade e importância da proteção do que é a expressão artística diferenciadora da cultura portuguesa no mundo: Azulejo.

História
O Museu Nacional do Azulejo foi fundado em 1965 e tornou-se Museu Nacional em 1980. Está localizado no antigo Convento de Madre Deus, fundado pela rainha D. Leonor em 1509. O Museu passou por diferentes campanhas de construção que envolveram transformações, como em suas obras. Claustro maneirista do século XVI; a igreja que é decorada com conjuntos notáveis ​​de pinturas e azulejos; a sacristia com vitrine de madeira brasileira e molduras de madeira entalhada com pinturas; o coro alto com ricos ornamentos de madeira dourada esculpida; a Capela de Santo Antônio, com decoração barroca do século XVIII e um número significativo de telas do pintor André Gonçalves.

O Museu Nacional do Azulejo é um dos museus nacionais mais importantes, por sua coleção única, Azulejo, uma expressão artística que diferencia a cultura portuguesa e por seu edifício único, o antigo Mosteiro Madre de Deus, fundado em 1509 pela rainha D. Leonor ( 1458-1525).

Anexo da Casa Pia, anexo ao Museu Nacional de Arte Antiga
Após as intervenções de José Maria Nepomuceno e Liberato Telles, os edifícios do Convento e da Igreja de Madre de Deus foram objeto de inúmeras reparações e alterações dos espaços como parte integrante do asilo de D. Maria Pia. Para o local estavam sendo conduzidos e armazenados painéis de ladrilhos, de outros locais, destinados inicialmente à decoração do interior do edifício, mas eventualmente mantidos em caixotes.

Posteriormente, surgiu a hipótese de colocar sob a tutela do Museu Nacional de Arte Antiga vários monumentos, para que sua salvaguarda patrimonial pudesse ser feita, estabelecendo-se, em carta de seu diretor João Couto de 15 de dezembro de 1954, que a Madre de Deus igreja e dependências em Xabregas devem ser consideradas como anexos do Museu Nacional de Arte Antiga.

Os 500 anos do nascimento da rainha Leonor
Para realizar uma exposição comemorativa do 500º aniversário do nascimento da rainha D. Leonor, a Fundação Calouste Gulbenkian financiou o custo de grandes obras de restauração, nomeadamente no claustro e nas pinturas da Igreja Madre de Deus.

Em 1957, começaram os trabalhos preparatórios e considerou-se necessário classificar o todo como monumento nacional e, por ordem ministerial de homologação em 12 de novembro de 1957, foi determinada sua integração ao Museu Nacional de Arte Antiga através de diretrizes políticas específicas para salvaguardar ativos.

Quando, em 7 de janeiro de 1958, a exposição terminou, os edifícios foram entregues a esse museu, e a questão do uso do espaço para a instalação de um Museu do Azulejo foi imediatamente levantada.

Um museu de azulejos
Prosseguiu a transferência dos azulejos para a Mãe de Deus, tendo ocupado a montagem e organização do engenheiro João Miguel dos Santos Simões, vogal efetiva da Academia Nacional de Belas Artes, responsável pela Fundação Brigada de Estudos de Azulejos Calouste Gulbenkian e assistente conservador da Museu de arte antiga.

Em 1965, o Diretor Geral de Ensino Superior e Belas Artes, concluindo que estudaria a possibilidade de abrir o Museu ao público como parte dele, considerou necessário criar certas condições para sua realização.

Em informação de 12 de dezembro de 1967, Santos Simões se refere à exposição, realizada em 30 de setembro, sobre o Museu Azulejo, afirmando que, mesmo que possa ser aberta ao público, como está, deve ser abreviada. o trabalho de pequenos reparos e acabamentos.

Em 3 de fevereiro de 1971, Santos Simões, em carta dirigida ao diretor do Museu Nacional de Arte Antiga, solicitou a necessidade de uma reunião urgente entre todas as instituições envolvidas no Convento da Madre de Deus / Museu do Azulejo, para ser revisto o problema de sua imperiosa inauguração. Para dar continuidade às tarefas iniciadas por Santos Simões, Rafael Salinas Calado foi convidado em 1973 por Maria José Mendonça para se encarregar da Seção de Cerâmica do Museu Nacional de Arte Antiga, localizada desde 1959 no antigo Convento de Madre de Deus.

O Decreto-Lei nº 404/80, de 26 de setembro, concedeu a emancipação do Museu do Azulejo, tornando-o nacional e autônomo do Museu Nacional de Arte Antiga, anexo desde 18 de dezembro de 1965.

O edifício
A Fundação
Fundado por iniciativa da rainha D. Leonor (1458-1525), esposa de D. João II e irmã de D. Manuel, o espaço do convento da Mãe de Deus passou a consistir em algumas casas e hortas compradas pela viúva de Álvaro da Cunha, que formava um núcleo modesto com o objetivo de abrigar um pequeno grupo de freiras franciscanas descalças da primeira Regra de Santa Clara, recém-chegado do convento de Jesus em Setúbal. A igreja, um espaço fundamental para a comunidade, só foi concluída mais tarde.

O local onde cresceu o conjunto monástico da Madre de Deus foi um dos lugares mais agradáveis ​​de Lisboa, cercado pelo rio e povoado de jardins e pomares que abasteciam a cidade. Pouco se sabe sobre o núcleo primitivo do mosteiro hoje, embora seja seguro dizer que sua planta repete a do Mosteiro da Rosa, e apenas um registro iconográfico que relata a chegada das relíquias de Santa Auta ao convento, O fato que realmente ocorreu em 1517 nos mostra um edifício com imprecisões na representação arquitetônica visível no nível das proporções e um certo exagero decorativo.

O conjunto arquitetônico deixado por D. Leonor na época de sua morte era realmente pequeno, e as queixas das freiras levaram a uma grande campanha de reforma de D. João III.

A campanha de João III
Segundo a documentação da época, D. João III ordenou ao arquiteto Diogo de Torralva que desenhasse uma nova igreja para a Mãe de Deus, de dimensões maiores e com um novo coral. As crônicas conventuais também relatam que a antiga igreja de D. Leonor foi adaptada à sala do capítulo. Também desta campanha data o claustro com suas varandas de pedra e capelas dedicadas.

Assim nasceu um edifício de raiz clássica, com uma capela-mor de esquadria quadrada, coberta por uma cúpula, cujo tambor seria rasgado por janelas que as freiras pediam ao rei para fechar, pois se sentiam muito devassas. A própria articulação da capela-mor com o corpo da igreja de nave única refere-se aos modelos serlianos. Da mesma forma, o claustro reflete modelos clássicos não apenas no novo nível de escala, mas também na linguagem arquitetônica.

A devoção ao convento foi tão sentida por D. João III que ele construiu uma ponte do palácio adjacente à igreja para poder assistir à missa da galeria real. Nas palavras de Frei Jerónimo de Belém, para melhor expressar seu amor “ele foi enviado para se retratar, e para a rainha sua esposa e em duas gravuras seus retratos serão encontrados no coro”.

“Uma igreja toda costurada em ouro”
No final do século XVII, o rei Pedro II voltou às Clareiras do Mosteiro de Madre de Deus e ordenou que ele reparasse quase tudo de novo. Para isso, ligou para João Rebello de Campos, procurador do Bispo D. Jerónimo Soares e detentor de um grande gênio por traçar planos para edifícios, segundo Diogo Barbosa de Machado.

Essa campanha foi sentida especialmente no nível decorativo, pois data dessa época (cª 1670-1690) a execução das pinturas dos tetos da igreja, coro alto e corpo da igreja da oficina de Marcos da Cruz e Bento Coelho da Silveira. Os painéis de azulejos holandeses foram colocados em 1686 às custas de Luís Correia da Paz, um deputado da corte da Junta Comercial Brasileira que, em troca, recebeu permissão das freiras para enterrar a si e a seus familiares em um carneiro e sepultura na região. igreja do convento. Além das pinturas e azulejos, a igreja recebeu altares dourados, além de dourar nas molduras das pinturas que decoravam a igreja e o coro alto.

Em 1707, o frei Agostinho de Santa Maria deu seu testemunho antes das obras barrocas do século XVII: a igreja tem um céu aberto; não apenas pelo consolo espiritual recebido por todas as suas almas, mas também pelos ornamentos, aceyo e riqueza, todos cozidos em ouro; e adornado com pinturas ricas e excelentes.

O reinado do rei João V trouxe novas campanhas decorativas ao mosteiro. Sob a supervisão do padre José Pacheco da Cunha, foi construída uma nova sacristia (1746-1750), onde o pintor André Gonçalves, o mestre escultor Félix Adauto da Cunha, o carpinteiro António da Silva, o mestre serralheiro Manuel da Rocha e os agricultores Luís João e Amaro Gonçalves. Paralelamente, a escultura do coro alto e a igreja (arco do cruzeiro) também começaram a ser renovadas durante esses anos. A este sacristão também se deve a campanha decorativa da Casa do Ante-coro, com pinturas que retratam a Vida de Santo Antônio atribuída à oficina de André Gonçalves.

O terremoto de 1755 causou algumas ruínas no edifício, em particular a igreja com o colapso das paredes entupidas, a destruição do altar-mor, a queda de pinturas no teto da igreja e o coro alto.

O rei D. José financiou as obras de arranjo que consistiam na execução de uma nova galeria, restauração e produção de novas pinturas. Esta campanha contou novamente com o pintor André Gonçalves e o escultor Félix Adauto, além dos douradores Vicente Ribeiro, José Joaquim e o carpinteiro Mestre Bernardino. Os primeiros artistas documentaram a pintura de três novos painéis de óleo para a igreja e a execução do púlpito dourado, respectivamente.

Todo esse conjunto produziu na grande emoção fiel, devido à decoração total dos espaços, característica do barroco, e à riqueza dos materiais (azul dos azulejos, dourado da escultura, policromia das pinturas a óleo) contribuindo para exemplificar o conceito de arte total.

O asilo Maria Pia
O século XIX trouxe para a construção profundas mudanças institucionais e funcionais, e a extinção das ordens religiosas em 1834 pôs fim às atividades culturais dessa instituição.

A partir de 1896, foram iniciadas extensas obras de restauração para converter os espaços disponíveis e adaptá-los a um novo uso civil – a instalação do asilo D. Maria Pia, de acordo com uma atitude historicista que era compreensível em uma cultura tarde-romântica em vigor. . na altura.

Para o local estavam sendo conduzidos e armazenados painéis de ladrilhos, que inicialmente se destinavam à decoração dos espaços, mas eventualmente permaneceram lá em caixotes.

O MNAz
No início do século XX, para serem salvaguardados, vários monumentos foram colocados sob a tutela do Museu Nacional de Arte Antiga, estabelecendo que a Igreja e as dependências da Mãe de Deus em Xabregas deveriam ser consideradas como anexos a esse museu nacional.

Com as comemorações do quinto centenário do nascimento da rainha D. Leonor, a Fundação Calouste Gulbenkian financiou grandes obras no claustro do convento, a fim de realizar uma grande exposição evocativa no local. Quando, em 7 de janeiro de 1958, terminou a exposição, levantou-se imediatamente a questão do uso desses espaços para a instalação de um Museu do Azulejo.

Sob a orientação atenta e experiente da Eng. João Miguel dos Santos Simões, o Museu do Azulejo cresceu, quarto a quarto, conquistando o espaço ocupado pelas oficinas de asilo D. Maria Pia.

Finalmente, em 26 de setembro de 1980, o Museu do Azulejo emancipou-se, tornando-se Nacional e autônomo do Museu Nacional de Arte Antiga, que era um anexo desde 18 de dezembro de 1965.

Como qualquer organismo, os edifícios também precisam crescer, mudar, valorizar-se, concentrando-se em lugares de memória e experiências passadas, tornando-se espaços de convivência.

Coleção
A coleção do museu apresenta azulejos ou azulejos decorativos da segunda metade do século XV até os dias atuais. Além de azulejos, inclui cerâmica, porcelana e faiança do século XIX ao XX. Sua exposição permanente começa com uma exibição dos materiais e técnicas utilizadas na fabricação de azulejos. Depois disso, o percurso da exposição segue uma ordem cronológica.

Exposição permanente
A exposição permanente do museu é exibida nas salas do antigo mosteiro e mostra a história da herança do azulejo em Portugal desde o século XVI até os tempos modernos. A igreja, as capelas de Santo Antônio e a rainha Leonor e o coro também fazem parte desta exposição.

Exposições temporárias
Várias exposições são exibidas no museu por um determinado período, como “A Arte dos Azulejos em Portugal” em 2000 “, Ana Vilela conta suas histórias sobre azulejos” em 2008, “Eu e o Museu” em 2016, ” Sombras de Quioto à luz de Lisboa “em 2017.

Departamentos
O departamento de Gerenciamento de Inventário e Coleta é responsável pelo inventário, conservação preventiva e movimentação das coleções do Museu. O departamento de Pesquisa e Documentação coleta e trata informações sobre Azulejos e Faiança, com especial atenção à produção e utilização em Portugal, com o objetivo de desenvolver o conhecimento necessário para a correta classificação do patrimônio e sua divulgação em exposições permanentes, exposições temporárias, catálogos e outras publicações.

O Departamento de Conservação e Restauro desenvolve, através de sua prática e reflexão teórica, os métodos e princípios que conduzem a boas práticas de conservação e restauração do patrimônio Azulejo, como objeto de museu ou patrimônio integrado à arquitetura, tratando também de problemas relacionados. com cerâmica. O Serviço Educacional desenvolve sistematicamente atividades pedagógicas e culturais voltadas para o atendimento especializado e para a produção de eventos únicos e ferramentas de divulgação do Museu e suas coleções para diferentes públicos, dentro e fora do Museu.

Conservação e Restauro
O Departamento de Conservação e Restauro desenvolve, através de sua prática e reflexão teórica, os métodos e princípios que conduzem a boas práticas de conservação e restauração do patrimônio Azulejo, como objeto de museu ou patrimônio integrado à arquitetura, tratando também de problemas relacionados. com cerâmica.

Elabora diagnósticos, propostas de tratamento e realiza intervenções de conservação e restauração em ladrilhos e conjuntos de ladrilhos integrados na arquitetura de entidades públicas e privadas, resultando na preparação de pareceres e especificações técnicas para as intervenções, e pode ser acompanhado. e supervisão.

Apoia o treinamento através de estágios acadêmicos e profissionais e a educação continuada para profissionais de Conservação e Restauração de Azulejos. restauração de painel de azulejos

O serviço de Conservação e Restauração possui oficinas de tratamento a seco e a úmido, um laboratório de Física e Química, salas de pintura e fabricação de azulejos e um arquivo documental dos tratamentos que realiza e coordena.

Em conjunto com o Departamento de Exposições e Museografia, promove a implementação do plano de Conservação Preventiva do Museu.

Pesquisa
O departamento de Pesquisa e Documentação coleta e trata informações sobre Azulejos e Faiança, com especial atenção à produção e utilização em Portugal, com o objetivo de desenvolver o conhecimento necessário para a correta classificação do patrimônio e sua divulgação em exposições permanentes, exposições temporárias, catálogos e outras publicações.

Para isso, foram registrados registros documentais de azulejos in situ, azulejos e outras produções cerâmicas em coleções públicas e privadas, e foram pesquisados ​​fundos de arquivo e despojos documentais relacionados a centros de produção, fábricas e autores. Azulejos e cerâmica antigos e contemporâneos.

O grande pesquisador do Azulejo, João Miguel dos Santos Simões, fundador e primeiro responsável pelo Museu do Azulejo, apontou a necessidade de um Centro de Estudos do Azulejo, apoiado por uma Biblioteca Temática e um Boletim para a divulgação dos trabalhos de pesquisa.

Em homenagem a Santos Simões, foi criada em 2006, a Rede Temática de Estudos de Azulejos e Cerâmica João Miguel dos Santos Simões, com o apoio da Fundação de Ciência e Tecnologia.

A partir de 1987, a pesquisa tornou-se uma das prioridades do museu e passou a ser desenvolvida de maneira sustentável com a criação da Biblioteca. E Centro de Documentação, início de projetos de pesquisa em Azulejo e Faiança Portuguesa, estudos divulgados em exposições temporárias com os respectivos catálogos, e pela publicação da revista Azulejo, aberta a pesquisadores nacionais e estrangeiros.

O conhecimento vem progredindo nessa área, desenvolvendo projetos de pesquisa que abrangem estudos temáticos e cronologicamente diversos sobre os centros de produção e orientações de gosto do azulejo e faiança portuguesa dos séculos XVI ao XX, obra de autores contemporâneos, levantamento de fontes iconográficas de azulejos e estabelecimento de padrões e terminologia para cerâmica.

Biblioteca
A Biblioteca é especializada em Azulejos, Cerâmica, Conservação e Restauro de Cerâmica, e existem títulos em História da Arte, Iconografia, Museologia, reunindo mais de 6000 títulos, incluindo monografias, catálogos de exposições e periódicos.